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O papa Francisco ligou por volta das 11h40 deste sábado, 9, para o arcebispo de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Scherer, para manifestar grande preocupação pelo número crescente de doentes e pelas perdas de vidas humanas diante do avanço do coronavírus. Francisco prometeu rezar para todos.

Segundo Dom Odilo, o pontífice também quis saber como estão os pobres e expressou sua preocupação pela situação deles, "sabendo que nem sempre eles têm casa, nem condições adequadas para seguir as medidas preventivas contra o contágio".

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No ligação ao Cardeal, o papa teria manifestado sua proximidade e solidariedade com toda a população de São Paulo e disse que estava "orando por nós".

Em nota, Dom Odilo disse estar surpreso com a ligação e afirmou que as palavras do papa Francisco eram motivo de "grande conforto para nós e que as transmitiria a todos, juntamente com sua bênção apostólica".

Epicentro da doença no País, o Estado de São Paulo concentra o maior número de casos confirmados e de mortes. De acordo com balanço da Secretaria Estadual da Saúde, já são 3.416 mortos e 41.830 casos confirmados. Na Grande São Paulo, a ocupação dos leitos de UTI já é de 89,6%. No Estado, é de 70%. O avanço da doença fez o governador João Doria (PSDB) prorrogar a quarentena em todo o Estado até o dia 31 deste mês. Ele classificou o cenário como "desolador".

A família de dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, um dos favoritos a ocupar o trono de Pedro, além de sacerdotes e fiéis da cidade paranaense de Toledo, onde ele nasceu, encontraram consolo na escolha de um Papa latino-americano, o argentino Jorge Mario Bergoglio, como novo chefe da Igreja Católica. "Surpreendente, não? Mas a boa notícia é que é latino-americano", declarou, assim que se refez do susto, o professor Flavio Scherer, irmão do arcebispo de 63 anos, um dos mais fortes candidatos ao pontificado.

"É uma coisa extraordinária, não há lugar para a decepção. A vitalidade da Igreja da América Latina foi considerada", disse Flavio em casa, momentos após o anúncio.

Toledo, um município agrícola de 120 mil habitantes, foi um dos que mais se surpreendeu com a decisão do conclave, em Roma.

Tudo estava pronto na cidade para a escolha de dom Odilo Scherer, cardeal à frente da maior diocese do Brasil, com 6 milhões de fiéis.

A eleição do papa Francisco I "é uma mensagem forte. Primeiro, é jesuíta, que por tradição não aceitam o serviço de cardeal, e além disso se manifestou como Francisco, o que evoca uma Igreja samaritana que vai ao encontro dos pobres", disse à imprensa Helio Bamberg, pároco de Toledo.

Primo de Odilo Scherer, o sacerdote Inácio Scherer, foi outro sacerdote da cidade a destacar a decisão de Bergoglio, de 76 anos, de adotar o nome de Francisco I.

"Ao se chamar desta forma, senti uma grande espiritualidade e as intenções do novo Papa de agir a favor dos pobres", afirmou durante entrevista coletiva em Toledo, ao lado de parentes do cardeal Scherer.

"Que seja argentino, latino-americano, já é uma grande coisa. Tenho certeza que as próximas décadas serão de mudanças, porque a escolha desse nome projeta um aspecto muito missionário", declarou.

Os fiéis de Toledo, no entanto, não ocultavam a decepção com o fato de o novo Papa não ser brasileiro.

"Só resta esperar que faça bem as coisas", afirmou um deles, que se identificou apenas como Laércio.

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