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Um novo protesto foi realizado na Fundação Hemope, no bairro das Graças, contra a mudança do setor de onco-hematologia para o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP). Na última quarta-feira (12) o grupo já havia realizado uma manifestação no local.

Pacientes, funcionários, médicos e outros apoiadores do protesto ergueram faixas e cartazes no local, mas sem atrapalhar o trânsito, saindo das calçadas apenas quando o semáforo da Rua Joaquim Nabuco estava fechado. 

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Segundo os manifestantes, o HCP vai oferecer 30 leitos para os pacientes, a mesma quantidade que o Hemope oferece atualmente. De acordo com a médica e ex-presidente do Hemope, Drª. Alita Azevedo, não há necessidade de fechar a ala. “Nós deveríamos unir os dois centros e oferecer 60 leitos. A área de onco-hematologia daqui precisa ser revitalizada e não encerrada”, sugere. A ex-presidente informou que um relatório foi enviado a órgãos como Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revelando a atual situação da fundação.

A paciente Verônica Ribeiro também está apoiando a causa. Ela não aprova a mudança de setor pois o HCP estaria agonizando. “Nós queremos que os dois locais sejam agregados e investidos. Cancelar o serviço do Hemope é uma falta de respeito, é um ato contra o direito à vida”, comenta Ribeiro.

Para a diretora da Associação de Transplante de Medula Óssea (ATMO), Liliane Peritore, falta investimento no Hemope. “A ATMO apoia os pacientes, e sabemos que o Hospital de Câncer não tem condições de cuidar deles. Na verdade, o Estado deixou de investir na fundação. A saúde está sendo maquiada”, critica Peritore. 

O protesto acabou por volta das 11h50. O grupo está cogitando uma nova manifestação na sexta-feira (21) na frente do Hospital da Restauração (HR), e outro no mesmo local de hoje na próxima quarta-feira (26).

Com informações da Juliana Isola

O protesto realizado na manhã desta quarta-feira (12) pelos funcionários e pacientes da Fundação Hemope, devido à transferência do setor de onco-hematologia para o Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), não surgiu efeito. Em nota, o Hemope disse que o espaço será transferido gradualmente para o HCP, com a finalidade de tratar todos os casos de cânceres em Pernambuco. O ato foi realizado em frente ao Hemope, no bairro das Graças, no Recife. 

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Uma das principais preocupações dos protestantes é em relação à quantidade de leitos que atualmente existe no HCP, que são de apenas 30. Como na fundação existem dez macas a mais para atender os pacientes com câncer, o número do novo hospital pode não atender a todos. A fundação não se pronunciou sobre este caso na nota. 

Confira, abaixo, a nota na íntegra: 

A partir de março deste ano, o setor de onco-hematologia do Hemope será gradativamente transferido para o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), unidade com vocação e especialização para tratar todos os tipos de cânceres no Estado. A medida, que atende às diretrizes das políticas nacionais de hematologia e de oncologia, começou a ser desenhada no Plano Estadual de Saúde, em 2012, e está sendo possível graças à construção do novo bloco anexo do HCP, que terá o custo total de R$ 27 milhões e que, além de atender os paciente com doenças onco-hematológicas provenientes do Hemope, continuará tratando de outros casos oncológicos. Durante o período de transição, todos os pacientes do Hemope continuarão a ser assistidos normalmente, sem descontinuidade no tratamento.

O novo bloco do HCP abrigará um centro de tratamento para pacientes com leucemia, em uma estrutura com centro de imagem completo, com radiologia, tomografia e endoscopia, e radioterapia; exames de apoio e diagnóstico. “A medida visa, única e exclusivamente, a qualificação do atendimento aos pacientes com doenças onco-hematológicas em um centro que garantirá todas as terapias e especialistas aos pacientes. E permitirá à rede de hemocentros ampliar e intensificar sua missão original”, diz o presidente da Fundação Hemope, Divaldo Sampaio.

Todos os pacientes internados no Hemope serão transferidos, gradualmente e respeitando seu quadro clínico, para o Hospital de Câncer, onde serão assistidos por equipes multiprofissionais, compostas por médicos hematologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas. Durante a transição, que acontece a partir de março, profissionais do HCP terão reuniões técnicas com os profissionais do Hospital do Hemope para avaliação de cada caso.

“A mudança atende à necessidade de se organizar a rede de atenção à saúde, em seus diversos níveis de complexidade, embasada nas diretrizes do SUS, que procura estabelecer o perfil de cada unidade hospitalar do Estado de Pernambuco, assim como foi feito com outras unidades, a exemplo do Hospital da Restauração e do Hospital Barão de Lucena”, explica a gerente-geral de Assistência à Saúde da SES, Ivette Buril. 

Os atuais pacientes do ambulatório do Hemope continuarão se consultando no hemocentro (na Rua Joaquim Nabuco, 171, Graças), com seu médico-assistente. Somente os novos pacientes que necessitam de internamento passarão a ser assistidos no Hospital de Câncer. Portanto, não haverá qualquer descontinuidade do tratamento ou mudança de médico-assistente. Por questão estrutural, os casos de enfermidades onco-hematológicos pediátricos já são atendidos em outros hospitais da rede, como o Imip e o Hospital Universitário Oswaldo Cruz, desde 2008.  

A mudança, que segue as diretrizes da Política Nacional de Hematologia e do Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados, vai fortalecer a excelência do Hemope no tratamento das doenças benignas do sangue (hemofilia, anemias hemolíticas, aplasias, coagulopatias em geral, púrpuras, anemias hereditárias, transtornos falciformes) e vai dar mais ênfase na missão do hemocentro, de fornecer sangue para 100% dos leitos SUS no Estado e encaminhar plasma para a Hemobrás.

“Em 2004, iniciamos o trabalho da implantação da política de doença falciforme no Ministério da Saúde e, desde então, temos o Hemope como parceiro. Com o diagnóstico dessa doença na triagem neonatal, houve um aumento significativo do descobrimento de novos casos e é essencial a ampliação e qualificação da rede de atenção hematológica para cuidar dos novos casos. Esse novo momento do Hemope será favorável para que o hemocentro volte a funcionar de acordo com o seu perfil, ajudará a melhorar a gestão e, consequentemente, ampliará a assistência aos pacientes”, afirma a coordenadora da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme do Ministério da Saúde, Joice Aragão.

“É importante salientar, ainda, que o Governo de Pernambuco vem atuando fortemente para fortalecer o Hemope. Prova disto foi a convocação dos 108 profissionais de diversas áreas do concurso do ano passado, o primeiro em 18 anos para o órgão. Também estamos inciando o processo de completa informatização do Hospital do Hemope e vamos procurar interagir com os hospitais regionais do interior do Estado e com a rede filantrópica, visando melhorar o atendimento aos pacientes hematológicos residentes nos diversos municípios de Pernambuco, agilizando, assim, os procedimentos e evitando deslocamentos desnecessários. Com isso, o público só será encaminhado ao Hemope nos casos mais complexos”, ressalta Divaldo Sampaio.

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