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Em uma tentativa de acordo na delação da Lava Jato, o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), que está preso há três anos, apontou irregularidades financeiras de 120 políticos e afirmou ter arrecadado R$ 270 milhões em cinco anos para dividir com correligionários e aliados. Desse montante, cerca de 70% originou do caixa dois.

A proposta de delação foi entregue por Cunha aos procuradores em 2017. Contudo, os relatos foram considerados pelos investigadores como superficiais demais, por isso, não houve acordo. 

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Um dos arquivos da delação foi recebido pelo jornal Folha de S. de Paulo, o qual reportou as informações nesta quinta-feira (26). No documento, o político obteve influência de dezenas de parlamentares que o elegeram como presidente da Câmara em 2015. Especialmente os do PMDB (hoje MDB), até então liderado por Michel Temer. 

Temer, que viria a se tornar presidente da República em 2016, está entre os principais alvos dos relatos de Eduardo Cunha. Assim como o ex-ministro Moreira Franco (MDB) e o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho.

No caso do ex-presidente, que é indicado em 14 anexos do assunto, Cunha afirma que todas as arrecadações de recursos para financiar aliados foram feitas no “universo de Temer” e que, além disso, também tratou de negociações no período do impeachment de Dilma. 

Segundo a reportagem, Eduardo Cunha disse na proposta de delação que o seu papel dentro do MDB cresceu a partir de 2007, quando ele deixou de ser “apenas um articulador de Garotinho” para ser coordenador da bancada no Estado fluminense. Na nova função, Cunha ficou à frente da distribuição de cargos no governo Lula e no Congresso, além da arrecadação nas campanhas eleitorais. 

De acordo com o ex-deputado, pontua a matéria, as articulações ganharam ainda mais força em 2014, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, formado um “blocão” com parlamentares do MDB  e de outras siglas. O “blocão” serviu de base para a eleição de Cunha no comando da Câmara em 2015. 

Moreira Franco teria recebido propina 

Segundo afirmou Eduardo Cunha, conta o jornal, o ex-ministro de Dilma e Temer teria adquirido propina para um financiamento e que parte dele foi destinado mais tarde ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que negou o envolvimento.

Outros políticos mencionados na proposta de delação afirmaram que Cunha tentou se vingar dos seus desafetos e que por este motivo os citou no documento. A maior parte deles, segundo Eduardo Cunha, teriam arrecadado, em 2014, cerca de R$ 148,6 milhões de empreiteiras como a Odebrecht, JBS e doações de bancos.

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