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Há sete anos, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) é o órgão oficial do Governo do Estado para previsão do tempo. A estrutura modernizou-se ao longo dos anos e hoje conta com 140 telepluviômetros para analisar a incidência de chuvas e 32 estações que medem pressão, temperatura e vento. Na sede, no Recife, a equipe tem 11 meteorologistas, num monitoramento que funciona 24 horas

Mesmo com todo aparato técnico e pessoal, nem sempre as previsões são certeiras. O fato diverte vários pernambucanos, sobretudo nas redes sociais. Até um perfil fake no Twitter foi criado para ironizar os alertas de chuvas emitidos pela Agência. Com o inverno se aproximando, as piadas já começam a aparecer.

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À frente da equipe de previsão do tempo desde o ano de fundação, Patrice Oliveira, gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas da Apac, afirma que as brincadeiras são relevadas. Segundo ele, os boletins são divulgados levando em consideração uma série de variáveis. “Um aviso é dado após uma análise detalhada e que converge para uma chuva fora do normal. Não damos alertas para chuvas de 20 ou 30mm porque é algo corriqueiro. Às vezes uma chuva assim até alaga certas ruas, mas é normal no Recife”, explica.

De acordo com Patrice, os erros estão dentro de margem aceitável e a repercussão, na verdade, é superestimada. “Pode ser que a chuva prevista se dissipe e não atue. O que não podemos é avisar de última hora. Se ela não chegar, ótimo, mas se chegar todo mundo está alertado. Não podemos colocar a população em risco. Muita gente mete o pau no Facebook, mas isso não interessa. O que importa é deixar as pessoas precavidas, principalmente quem vive nos morros, com risco de desabamento”, afirma.

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Rotina

O primeiro boletim parcial pluviométrico é emitido às 6h. As informações vão para a Coordenadoria de Defesa Civil do Estado de Pernambuco (Codecipe) e de lá seguem para vários órgãos estaduais e municipais. Funcionários da Apac também repassam essa mensagem para a imprensa, inclusive com flashes ao vivo em algumas rádios.

Ainda pela manhã, é feito o monitoramento pelo radar instalado, desde 2016, na cidade de Chã Grande, na Zona da Mata. O equipamento custou aos cofres do estado cerca de 2 milhões de euros e tem um raio de ação de aproximadamente 250km, permitindo a observação do litoral, Agreste e parte do Sertão.

Com o inverno chegando, o radar vira a menina dos olhos da Apac. “Nesse período, a Região Metropolitana recebe 60% da chuva do ano inteiro. Aqui chove 2000 mm por ano. De abril a julho, temos basicamente 1200 mm. É uma média mensal muito alta. Nos outros 8 meses do ano, só chove 800 mm”, detalha o meteorologista Roberto Pereira.

Para ele, as piadas não passam de desinformação. “O próprio nome já está dizendo, é uma previsão. A gente está acostumado com as pessoas fazendo graça, dizendo que se a Apac previu chuva dá para ir à praia, mas quem brinca assim não conhece o trabalho ou não usou a informação de forma correta. A precipitação é algo muito irregular, mas hoje em dia temos uma previsão com grande probabilidade de acerto que tem salvado vidas e economizado dinheiro público”, garante.

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