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Fomentar uma consciência coletiva e urbana sobre a realidade do Recife. Em meio à efervescência de debates sobre o Cais José Estelita, um grupo de arquitetos contrários ao Novo Recife criou um projeto alternativo para propor outras soluções ao local. A ideia do Pense Recife não é sugerir uma solução final, mas apenas estimular a reflexão dos ocupantes, construtores, Prefeitura e todos os moradores da região.

“Somos contra a um modelo de urbanização que há 20 anos vem transformando o Recife. É um modelo acabado e aqui querem fazer mais um projeto que segrega o espaço apenas para uma classe social”, observou Antônio Neto, um dos arquitetos integrantes do Pense Recife. O grupo critica o que chama de “culto ao carro” e propõe um novo panorama de mobilidade na Avenida Engenheiro José Estelita, onde mais da metade das faixas seriam destinadas a pedestres e ciclistas. 

No projeto alternativo, os criadores excluem as 12 torres previstas pelo Novo Recife e propõem a construção de oito prédios não tão altos, de arquitetura sofisticada, que dessem espaço para comércio e estabelecimentos com o objetivo de atrair a população para o Cais. “O Novo Recife diz que apenas vai construir em 7,7% do terreno do projeto, mas sabemos que a parte pública não será aproveitada pela população e sim para um pequeno grupo de moradores”, pontuou outro membro do coletivo, Thiago Valença.

O Pense Recife avalia que os 28 galpões existentes no Cais poderiam ser restaurados, conectados ao Forte das Cinco Pontas, à Praça Frei Caneca e transformados em locais de interação social, com atividades culturais e uma diversidade que transformasse o Cais José Estelita, de fato, em um ponto turístico e de reunião de pessoas. “Se as pessoas querem saber como vai ficar aqui, basta ver o exemplo das duas torres já existentes. Prometeram locais públicos, no projeto, e basta ir lá para ver a situação”, comentou o arquiteto Tibério Valença. 

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Apesar de propor uma concepção diferente, o Pense Recife não descarta a participação da iniciativa privada e congrega, em seu projeto, prédios residenciais, empresariais, além dos espaços culturais e para o comércio. “Não somos contra apenas da altura dos edifícios propostos pelo Novo Recife, coisa que todo mundo fala. Somos contra o modelo e o uso da área que o projeto prevê”, explicou mais uma integrante do grupo, Melina Motta.Segundo o coletivo, projetos experimentais de outras áreas da cidade serão realizados gradativamente.

Sobre a alternativa para o Cais José Estelita, os integrantes do Pense Recife entraram em contato com os ocupantes e organizarão, para a próxima semana, uma explanação sobre o que tem sido pensado para o local. O poder público também será mobilizado, já que a Prefeitura promete audiências públicas para um redesenho do projeto do Consórcio Novo Recife. 

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