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Com o tema "sou uma, mas não sou só", o povo de terreiro sai em cortejo pelas ruas da área central do Recife na sua 15ª caminhada. O evento, que marca o início do mês da Consciência Negra na capital pernambucana, começou a sua concentração às 14h no Marco Zero.

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A saída aconteceu às 17h, sendo puxada por baianas e cantos aos orixás, e será encerrada às 20h desta quarta-feira (03).

Mãe Elza, coordenadora da Caminhada dos Terreiros, declara que este é um ano atípico, “mas nós enfrentamos a pandemia e estamos aqui dizendo não ao racismo e não a discriminação religiosa”. Para ela, o povo de terreiro não poderia deixar de estar nas ruas neste mês da Consciência Negra.

“A gente tinha que estar nas ruas e dizer que este mês é importantíssimo, mas não é o único mês que se pode discutir o negro e a negra no Brasil”, salienta. 

Sobre o tema da caminhada, ela destaca que é importante juntar as pessoas contra a intolerância, seja ela de qualquer religião. “Deus não tem religião. Ele está aqui para todos e neste momento ele nos abençoa. Nesta caminhada nós temos judeus, cristãos, todos juntos dizendo não a discriminação religiosa”, diz.

Chacon Viana, coordenador do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira do Recife, aborda que a Caminhada dos Terreiros vem para abrir um mês que é muito difícil, “mas também para provar que as pessoas precisam entender que a gente busca novas possibilidades para o nosso povo, cobrando mais respeito, emprego e cidadania. Precisamos estar juntos, independente de crença, Deus é um só e o inimigo está em todos os cantos”, aponta.

Participando pela décima vez do cortejo, a pedagoga Iramires Aragão, 55 anos, assevera que para desconstruir o preconceito é preciso que o povo preto seja visto. 

“É tempo de aquilombar-se mais do que nunca e nos mostrar. A gente só vai conseguir quebrar essa raiva e esse preconceito que existe se formos vistos. É tempo de estarmos nas ruas mostrando nossa estética a partir das nossas vestes, dos nossos cabelos e dizer que estamos aqui, somos de santo e trago a minha ancestralidade”, acentua.

Ela reforça ainda a pertinência do tema desta 15ª caminhada e garante que Jesus Cristo está presente em todos os lugares. “Ele disse que onde tiver mais de uma pessoa falando meu nome, eu estarei presente. A gente só fala de amor, só fala em Cristo e eu estou aqui para agradecer”, pontua

A Prefeitura de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, levará atendimento médico e ações de cidadania aos povos de matriz africana na próxima terça-feira (15), das 9h às 12h. Está é a sexta edição do projeto Saúde nos Terreiros e a primeira em 2019.

O trabalho será realizado no Terreiro de Pai Iguara de Oxum – Ilê Ogulan Olabo Maxo, na Rua Felipe Malaquias da Costa, em Cidade Tabajara.

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Segundo a prefeitura, os frequentadores do templo religioso terão atendimentos médico, avaliação nutricional, emissão do Cartão do SUS, mamografia, assessoria jurídica, emissão da Carteira de Livre Acesso e outros diversos serviços.

O trabalho que será realizado, é uma parceria entre a Secretaria de saúde e a Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos de Olinda.

A resistência do povo Xambá para manter viva sua cultura e tradições, por mais de oito décadas, é o mote para o livro Povo Xambá resiste: 80 anos da repressão aos terreiros em Pernambuco, da jornalista e produtora cultural Marileide Alves. A publicação será lançada na próxima quinta (136), após o Toque de Louvação, no Terreiro Xambá, no Quilombo do Portão do Gelo - Nação Xambá, na periferia da cidade de Olinda. Após o lançamento, os grupos Bongar e Estesia apresentam o show Na casa da Mãe: concerto para Yansã.

O livro traz relatos da resistência do povo Xambá para manter vivo seu culto, desde o fechamento do terreiro, em maio de 1938, até os dias atuais. A obra também fala sobre a repressão vivida pelo povo de terreiro antes da instalação do Governo Getúlio Vargas no Brasil. As histórias são contadas pelos parentes de Maria Oyá, fundadora do Terreiro Xambá; de Mãe Biu, sua sucessora; e amigos de santo que também tiveram parentes vítimas da perseguição aos que frequentadores de terreiros.

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A data do lançamento, 13 de dezembro, foi escolhida por ser neste dia o tradicional Toque de Louvação, de coroação ao orixá Yansã. A programação do dia começa com a Alvorada, às 5h, com fogos e cantos. Em seguida, às 11h30, haverá o plantio de uma gameleira no terreiro,  o hasteamento da bandeira do Quilombo do Portão do Gelo - Nação Xambá. O Toque começa às 12h e vai até às 13h30, com almoço servido para os participantes e visitantes. O lançamento do livro será das 16h às 20h, seguido do show com os grupos Bongar e Estesia.

Serviço

Lançamento do livro Povo

Xambá resiste: 80 anos da repressão aos terreiros em Pernambuco

Quinta (13) | 16h

Terreiro Xambá ( R. Severina Paraíso Silva, 65 - São Benedito, Olinda)

Gratuito

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