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No dia em que se completa um mês do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, cobrou por mais informações sobre outras barragens que estejam sob risco iminente de rompimento.

“Hoje muitas famílias vivem atemorizadas pelo risco de rompimento de novas barragens. É preciso que haja informações seguras a respeito disso”, disse a PGR a jornalistas após participar de um seminário sobre Segurança Pública, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

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Em seu discurso na abertura do evento - no qual estavam presentes o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro -, ela também cobrou mais informações. "Muitos temem por suas vidas, aguardam das autoridades a confirmação sobre o risco de rompimento das barragens", disse.

Na semana passada, a Agência Nacional de Mineração (ANM) publicou uma resolução determinando o fechamento de todas as barragens a montante, como a que se rompeu em Brumadinho. Segundo dados da própria agência, das 84 barragens do tipo, 43 são classificadas como de alto dano potencial.

Também na semana passada, foi registrado o risco de rompimento da barragem de Vargem Grande, também da Vale e que está localizada na cidade de Nova Lima (MG), onde sirenes foram acionadas e a rodovia BR-356 chegou a ser interditada.

No último dia 20, 75 moradores de áreas próximas a cinco barragens construídas pelo método a montante nas cidades mineiras de Ouro Preto e Nova Lima foram retirados da região para a desativação de empreendimentos “a montante”, conforme determinado pela ANM.

Segundo o balanço que a Defesa Civil de Minas Gerais divulgou na noite de ontem (24), o número de mortos confirmados na tragédia em Brumadinho chega a 176, enquanto 134 pessoas continuam desaparecidas. Além disso, as águas do rio Paraopeba continuam turvas em razão da contaminação pelos rejeitos da mineradora, que tenta conter o avanço da poluição.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, fez nesta quarta-feira (5) um apelo para que o assassinato da vereadora Marielle Franco, morta em março deste ano, seja elucidado pelas autoridades.

"Gostaria de que não nos esquecêssemos de lembrar do assassinato de Marielle nessa oportunidade, porque Marielle foi uma importante ativista e defensora de direitos humanos no seu estado [Rio de Janeiro]. Emprestou a sua voz em favor de populações mais excluídas e seu assassinato é uma expressão contra a mulher e contra a mulher negra que quer ocupar espaços de poder no nosso país e, portanto, necessita ser, o quanto antes, esclarecido", afirmou, durante a abertura do 2º Seminário Internacional Brasil-União Europeia: caminhos para a prevenção da violência doméstica contra a mulher, em Brasília.

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Para a procuradora, a violência de gênero é um dos "temas difíceis de se tratar no Brasil" e, por ainda apresentar índices "assombrosos", deveria se tornar uma bandeira de todos os brasileiros, que poderiam contribuir ao manifestar o que chamou de " intolerância social" diante das agressões. Na avaliação da procuradora, a posição da sociedade sobre a questão passa pela formação em ambiente escolar.

"A violência doméstica é absolutamente inaceitável. É preciso registrar a intolerância de todos e cada um de nós, mas sobretudo uma intolerância social com essa prática, para que fomentemos uma atitude muito clara de que é necessário pôr um fim a ela e adotar medidas de educação de meninas e meninos para que tenham consciência de que atitudes como essa não são admitidas, não são concernentes com aquilo que é fundamental no que diz respeito à dignidade humana", observou.

Raquel Dodge destacou que o Brasil é o quinto país com o maior número de assassinatos de mulheres por violência doméstica. Em 2015, os assassinatos de mulheres negras cresceram 54,2%, enquanto que o de brancas caiu 10%. "Os nossos índices são assombrosos e nos envergonham."

Em discurso, a procuradora também ponderou que o aniversário de 70 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos, comemorado este ano, reaviva o princípio de equanimidade de direitos entre homens e mulheres e o de que todos os seres humanos são iguais em dignidade. "A violência contra a mulher é a forma mais iníqua de declarar a contrariedade a esse conceito, e essa violência ocorre, em geral, entre aqueles que expressam afeto um pelo outro e, portanto, nesse ambiente em que devia se iniciar e florescer mais autenticamente o respeito pela dignidade humana", acrescentou.

Intercâmbios

Segundo Raquel Dodge, já no ano que vem deverão ser realizadas cinco conferências entre autoridades brasileiras e da União Europeia para discutir equidade de gênero no Brasil.

Durante o evento, foi assinado termo de cooperação para a criação e a implementação do Formulário Nacional de Risco e Proteção à Vida (Frida), que deverá auxiliar policiais, delegados e magistrados a aferir o nível de ameaças às quais estão submetidas as mulheres vítimas de violência. O termo foi firmado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e pelo Ministério dos Direitos Humanos.

Além de Raquel Dodge, o evento contou com a participação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli; da ministra aposentada do STF Ellen Gracie; do conselheiro do CNMP e responsável pelo projeto Diálogos EU-Brasil – Violência contra a mulher, Valter Shuenquener; da encarregada de negócios da União Europeia no Brasil, Cláudia Gintersdorfer; da secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, Andreza Colatto; e da representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recorreu do arquivamento, pelo ministro Dias Toffoli, de dois inquéritos abertos com base nas delações premiadas de ex-diretores da empresa Oderebcht.

Os inquéritos, abertos em 2017, são contra os deputados Bruno Araújo (PSDB-PE) e Daniel Vilela (MDB-GO). O ex-governador de Goiás Maguito Vilela também é alvo. Todos são suspeitos de receber da construtora caixa dois para campanha eleitoral. As defesas dos acusados negam qualquer irregularidade e alegam falta de provas.

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No início de julho, Toffoli determinou o arquivamento dos inquéritos a pedido das defesas, pois, no entendimento do ministro, o prolongamento indefinido das investigações causava prejuízo e constrangimento ilegal aos acusados, sem que houvesse indícios mínimos do cometimento de crimes.

Para Dodge, cabe somente ao Ministério Público manifestar-se pelo arquivamento de investigações, uma vez que o órgão é o único responsável pela acusação penal. “Não pode o magistrado, por exemplo, adentrar no ‘mérito’ da investigação, avaliando se as diligências requeridas pelo Ministério Público são eficazes ou não, viáveis ou não”, escreveu a PGR.

“Repita-se: no espaço de formação da opinio delicti [suspeita de crime], deve o Ministério Público atuar de modo exclusivo”, afirmou Dodge. Ela pediu que Toffoli reconsidere a decisão de arquivar os inquéritos.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, assinou portarias para nomear mais dois procuradores para o grupo de trabalho da Lava Jato e outros dois para a pasta que cuida das demais ações criminais perante o Supremo Tribunal Federal. Com o reforço, o grupo que atua na Lava Jato terá dez integrantes.

Os procuradores Victor Riccely Lins Santos, do MPF no Amazonas, e o procurador Galtienio da Cruz Paulino, do MPF no Maranhão, vão se juntar aos procuradores com dedicação exclusiva à Lava Jato. O chamado "GT" fica subordinado à Secretaria de Função Penal, chefiado pela procuradora Raquel Branquinho.

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Já os procuradores Leonardo Sampaio de Almeida e Lucas de Morais Gualtieri vão integrar a Secretaria Penal - a pasta tem como função cuidar dos demais assuntos criminais relacionados a autoridades com foro privilegiado, que tramitam no STF.

De acordo com a secretaria de comunicação da Procuradoria-Geral da República (PGR), o objetivo dos reforços é "garantir celeridade e o devido aprofundamento das investigações criminais contra pessoas com prerrogativa de foro".

Os procuradores foram selecionados por meio de edital e podem atuar em investigações e negociações de delação premiada, por exemplo. A PGR atua em mais de 400 inquéritos, segundo dados da instituição, perante o STF.

Os novos integrantes passarão a fazer parte da equipe da PGR a partir de janeiro.

A dois dias de ter a denúncia do Ministério Público Federal por obstrução de Justiça e formação de quadrilha apreciada pela Câmara, o presidente Michel Temer e a nova Procuradora-Geral da República, Raquel Dogde, dividiram as atenções durante cerimônia de Ordem do Mérito Aeronáutico, que aconteceu na base aérea de Brasília. Pelo protocolo cabe ao presidente da República presidir a cerimônia.

Raquel, assim como os ministros da Justiça, Torquato Jardim, foi agraciada com a condecoração de Grande-Oficial. No total, a Força Aérea Brasileira (FAB) entregou na cerimônia de hoje 196 medalhas da Ordem do Mérito Aeronáutico (OMA) a civis e militares. Segundo o órgão, trata-se da maior comenda concedida em reconhecimento aos serviços prestados à FAB e ao País e faz parte das celebrações do Mês da Asa, quando é comemorado o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira.

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Temer não discursou na cerimônia, mas entregou uma mensagem - que foi lida por um oficial. No texto, o presidente destacou que a FAB tem buscado avançar em projetos estratégicos para o Brasil e citou como exemplo o KC-390. "O KC-390, por exemplo, é fruto de associação bem-sucedida com a Embraer e tem-se mostrado cargueiro-modelo que, além de reequipar a Força Aérea, contribui para viabilizar novos investimentos e atrair novas parcerias internacionais", disse. "Do mesmo modo, o Projeto F-X2 Gripen NG, também conduzido em conjunto com a Embraer, agrega à nossa indústria aeronáutica conhecimento e tecnologia. Os projetos respondem por novos empregos de alta qualidade", completou o presidente.

Na mensagem, Temer salientou ainda que 2017 tem sido um ano de "grande realizações para a FAB". "Exemplo expressivo foi o lançamento do primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações. O novo satélite contribuirá tanto para melhor controle de nosso território, quanto para a inclusão digital, com uma cobertura de conexão banda larga maior, melhor e mais segura", disse.

Temer lembrou ainda que há 111 anos Alberto Santos Dumont, no Campo de Bagatelle, em Paris, realizou o primeiro voo de uma aeronave autopropulsada. "Foi um momento histórico, que recordamos sempre com muito orgulho", disse.

Críticas

A nova PGR, que assumiu há pouco mais de um mês o comando da instituição no lugar de Rodrigo Janot, tem feito algumas críticas a condução do executivo. A mais recente diz respeito a portaria assinada por Temer que determina que só o Ministério do Trabalho pode incluir empregadores na Lista Suja do Trabalho Escravo.

Raquel classificou a Portaria MTB nº1129/2017 como um "retrocesso à garantia constitucional de proteção à dignidade da pessoa humana" e pediu oficialmente para que o governo se pronuncie e revogue a medida. Depois das críticas da PGR, Temer informou ao ministro do Trabalho que pode fazer ajustes na portaria, mas apenas depois da apreciação da denúncia.

Na semana passada, Raquel afirmou ainda que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) "parece" ter assumido a posição de líder de uma organização criminosa. Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de liberdade feito pela defesa do peemedebista, ela afirmou que a prisão é "imprescindível" para a continuidade das investigações. O ministro Edson Fachin negou o habeas corpus.

Geddel está preso desde o dia 8 de setembro, quando foram apreendidos R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador, durante a Operação Tesouro Perdido. O ex-ministro estava em prisão domiciliar - em julho, ele havia sido detido por tentativa de obstrução da Justiça. A defesa de Geddel disse que vai recorrer à Segunda Turma do Supremo contra a decisão de Fachin.

A procuradora-geral alegou que está sob investigação uma "poderosa organização criminosa que teria se infiltrado nos altos escalões da administração pública, que seria integrada, segundo indícios já coligidos, por um ex-ministro de Estado e o ex-presidente da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha)".

Afinado às críticas sobre a atuação de Rodrigo Janot nos quatro anos em que esteve à frente da Procuradoria-Geral da República, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou neste domingo, 17, ser preciso "menos ativismo político dos agentes públicos".

"(É preciso) mais equilíbrio institucional, mais diálogo e harmonia entre os Poderes. O País precisa é de tranquilidade para trabalhar, gerar empregos e distribuir renda", disse o peemedebista.

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Um dos últimos atos de Janot no cargo, há pouco mais de uma semana, foi denunciar o grupo político do PMDB do Senado por organização criminosa - o "quadrilhão" do PMDB do Senado. Eunício não foi incluído na denúncia, embora responda a outro inquérito relacionado à Lava Jato.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada petista no Senado e também alvo da Lava Jato, disse não esperar que as investigações sejam interrompidas, "mas que Raquel Dodge reconquiste a sobriedade necessária à PGR". "Esperamos também que causas ligadas aos direitos humanos, defesa da Amazônia, e causas indígenas tenham prioridade pela história de atuação anterior dela."

Para o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), a expectativa é de que Raquel conduza as investigações com "seriedade". "O passado da Raquel Dodge é um atestado do comportamento dela. Ela é uma pessoa equilibrada, comprometida com a lei e com a investigação séria", disse. "Ela é comprometida com o objetivo do Ministério Público, que é de fazer acusação, mas com responsabilidade. Acho que isso vai pautar o comportamento dela. É o que eu espero."

Sobre a nomeação de Luciano Maia, seu primo, como vice-procurador-geral na equipe de Raquel, Agripino Maia afirmou não ter qualquer influência. "A composição das pessoas é ela quem define. Longe de mim ter força para qualquer tipo de influência nesse sentido. Qualquer mudança de comando resulta em troca de equipe, não é anormal", disse o senador, também denunciado por Janot em caso relacionado à Operação Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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