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O SBT foi multado em 387 mil e 360 reais pela Fundação Procon-SP devido a inserções de uma marca de refrigerantes em vídeos no canal de YouTube de Juju Almeida, personagem vivida por Maisa Silva na novela infantil Carinha de Anjo. As informações são da colunista Cristina Padiglione.

A queixa foi feita pelo programa Criança e Consumo do Instituto Alana, que preza pelo bem-estar e proteção das crianças e adolescentes na televisão e na internet, e que denunciou os vídeos em 2017. De acordo com o Instituto, os enquadramentos dos vídeos mostram repetidamente o mascote da marca, de modo a conversar propositalmente com o público do canal, que na época contava com mais de um milhão de inscritos, em sua maioria infanto-juvenil. O canal foi feito pelo SBT como forma de aumentar o engajamento do público com a novela.

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Procurada, a assessoria de imprensa do SBT disse apenas que a emissora já recorreu da decisão.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu ao Google que retire do ar vídeos com alguns youtubers mirins que atuam no Brasil. Na ação civil pública, divulgada nesta quarta-feira (2), o órgão cita canais dos youtubers Julia Silva, Felipe Calixto, Manoela Antelo, Gabriela Saraivah, Marina Bombonato, Duda MH e Vida de Amy.

Os vídeos que estão na mira do MP-SP são aqueles que possuem a chamada a publicidade infantil velada, ou seja, sem aviso de que se trata de um conteúdo pago e violando as atuais leis sobre propaganda para essas faixas etárias. Na maioria dos vídeos indicados pela promotoria, os youtubers são retratados abrindo brinquedos de diferentes marcas, entre elas Mattel e Candide.

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A promotoria alega que os youtubers realizaram ações em parceria com marcas, porém sem indicar de forma clara que elas se tratavam de propaganda paga. Além de apagar os vídeos, o Google, que é a empresa responsável pelo YouTube, recebeu a solicitação de impedir que o seu site seja um meio de burlar as atuais leis contra publicidade infantil.

"Diversas empresas, aproveitando-se da hipervulnerabilidade da criança youtuber e da criança espectadora, passaram a enviar seus produtos a esses influenciadores digitais para que eles os  desembrulhassem e os apresentassem, como verdadeiros promotores de vendas", disse assessoria psicossocial do MP-SP à Folha de S. Paulo.

De acordo com pesquisa divulgada hoje (25) pelo Instituto Alana (organização sem fins lucrativos voltada à garantia da vivência plena da infância), as empresas que vendem produtos e serviços para crianças registraram queda de 13% na receita a partir da proibição da publicidade infantil. A pesquisa foi feita pelo indicador internacional The Economist Intelligence Unit a pedido do Instituto Alana.

O estudo mostra que o impacto econômico atingiu o varejo, composto por restaurantes fast food, alimentos vendidos em supermercados, bebidas não-alcoólicas, brinquedos, roupas infantis, jogos, música, vídeo e ingresso. A Associação Brasileira de Agências de Publicidade estima redução de 5% de participação da publicidade infantil no mercado do setor.

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Desde 2014, uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) proíbe a utilização inadequada de crianças em propagandas. O Código de Defesa do Consumidor também proíbe a publicidade que se aproveita da deficiência de julgamento e da experiência da criança.

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