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O mundo tem um novo campeão e ele já era praticamente conhecido mesmo antes da final - isso depois que o Atlético Mineiro foi surpreendido na semifinal. Neste sábado, o Bayern de Munique comprovou a sua força e facilmente derrotou o Raja Casablanca, o time da casa, por 2 a 0, em Marrakesh, no Marrocos, na grande decisão do Mundial de Clubes da Fifa. Os gols da vitória do clube alemão foram brasileiros - o primeiro do zagueiro Dante e o segundo do meia Thiago Alcântara, filho do tetracampeão mundial Mazinho, que tem a cidadania espanhola.

A conquista do Bayern de Munique é a primeira de uma equipe da Alemanha desde que a Fifa passou a organizar o Mundial, em 2000. Se considerar os títulos do Mundial Interclubes, que era conhecido como Copa Intercontinental - jogo entre um time europeu contra um sul-americano -, é a terceira vez que o clube da Bavária é campeão. As outras duas vezes aconteceram em 1976 (contra o Cruzeiro) e em 2001 (contra o Boca Juniors, da Argentina).

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O título no Marrocos é o segundo do técnico espanhol Pep Guardiola no comando do Bayern de Munique, em apenas seis meses de trabalho. E o ex-jogador do Barcelona pode se gabar de ser agora três vezes campeão do Mundial de Clubes da Fifa - as duas primeiras foram com o clube catalão (em 2009, contra o Estudiantes, e em 2011, contra o Santos).

E para completar, o Bayern de Munique fecha um ciclo com a conquista do quinto título em seis competições. Além do Mundial, ganhou o Campeonato Alemão, a Copa da Alemanha, a Liga dos Campeões da Europa e a Supercopa da Europa. Só ficou devendo a Supercopa da Alemanha, perdida para o rival Borussia Dortmund.

Já para o Raja Casablanca fica o consolo pelo fato histórico de ter chegado à final. É a segunda vez que um time africano consegue a façanha - a primeira, em 2010, foi do Mazembe, da República Democrática do Congo. Foram três vitórias emocionantes até a classificação à decisão e muita festa dos torcedores marroquinos, mesmo com a derrota para o Bayern de Munique.

Em campo, o roteiro imaginado antes do jogo foi cumprido assim que a bola começou rolar. Com muito mais posse, o Bayern de Munique exerceu forte pressão até na saída de bola do Raja Casablanca. Logo aos seis minutos, fez o primeiro gol. Após escanteio da direita, Boateng cabeceou para o meio da área e Dante recebeu livre, em posição legal. O zagueiro girou o corpo e bateu forte no ângulo do goleiro Askri.

Com a vantagem, o time alemão seguiu mandando no jogo. Os marroquinos só conseguiam esporádicos ataques, sem dar qualquer susto para o goleiro Neuer. E viram o Bayern de Munique fazer 2 a 0 aos 21 minutos. Thiago Alcântara avançou pela esquerda e tocou para Alaba, que entrou na área, driblou o zagueiro Oulhaj para trás e rolou de volta para Thiago na entrada da área. O meia chutou colocado e forte no canto esquerdo de Askri.

Daí em diante, até mesmo no segundo tempo, o Bayern de Munique resolveu cadenciar o jogo à sua maneira. Com posse de bola, só dava chances ao Raja Casablanca em falhas individuais, como em duas oportunidades dadas por Neuer, mas mal aproveitadas. E quase marcou o terceiro gol em um chute que bateu no travessão, aos 16 minutos da segunda etapa.

FICHA TÉCNICA

RAJA CASABLANCA 0 x 2 BAYERN DE MUNIQUE

RAJA CASABLANCA - Askri; El Hachimi, Benlamalem, Oulhaj e Karrouchy; Erraki, Hafidi (Kachani), Moutaouali e Chtibi (Mabide); Iajour (Soulaimani) e Guehi. Técnico: Faouzi Benzarti.

BAYERN DE MUNIQUE - Neuer; Rafinha, Boateng, Dante e Alaba; Lahm, Müller (Mandzukic), Kroos (Javi Martínez) e Thiago Alcântara; Ribéry e Shaqiri (Götze). Técnico: Pep Guardiola.

GOLS - Dante, aos 6, e Thiago Alcântara, aos 21 minutos do primeiro tempo.

CARTÃO AMARELO - Oulhaj (Raja Casablanca).

ÁRBITRO - Sandro Meira Ricci (Fifa/Brasil).

RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.

LOCAL - Marrakesh Stadium, em Marrakesh (Marrocos).

Com a experiência de já ter disputado três Mundiais de Clubes (um como jogador e dois como técnico), Pep Guardiola pediu aos seus jogadores atenção total com o Raja Casablanca, neste sábado, na decisão do torneio - a partir das 17h30 (de Brasília), em Marrakesh, no Marrocos. A ordem do treinador é que o Bayern de Munique controle a partida desde o pontapé inicial para não dar espaço ao adversário.

Guardiola sabe que se o seu time seguir à risca as suas orientações, o título será facilmente conquistado tamanha a superioridade da sua equipe. Mas se o Bayern de Munique não se impor, pode ser surpreendido, assim como já foram Monterrey e Atlético Mineiro. "Fiquei impressionado com o nível e a qualidade do Raja Casablanca. Falei com meus jogadores e eles sabem disso. Depois de ver como eles jogaram contra um time do México e um do Brasil, percebemos porque estão na final", disse.

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Em 1992, no Barcelona, Guardiola disputou o seu primeiro e único Mundial como jogador e foi derrotado pelo São Paulo de Telê Santana. Em 2009, ele voltou ao torneio com o clube catalão, desta vez como treinador e foi campeão após bater o Estudiantes na decisão. Dois anos depois, superou o Santos na final.

Agora, ele viverá uma experiência inédita no Mundial: enfrentará o time da casa. Por isso, prevê que as dificuldades do Bayern de Munique deverão ser bem maiores. "Jogaremos fora de casa. Eu estive na semifinal e, depois do jogo, quando voltava ao hotel, vi 20 ou 30 minutos de loucura, de alegria, por tudo o que aconteceu. Percebi o quanto é importante. Não jogaremos contra uma equipe, mas contra um país", disse. Prova da importância que os marroquinos estão dando para a partida deste sábado é que até o rei Mohammed VI estará no Marrakesh Stadium.

O que Guardiola espera do Bayern de Munique neste sábado é que o time tenha a mesma postura do primeiro jogo do Mundial contra o Guangzhou Evergrande, da China. A equipe sufocou o adversário no seu campo de defesa e, colocando a bola no chão e trocando passes, não deu espaço para os contra-ataques.

O Guangzhou marcava com 11 homens atrás da linha da bola. Pressionada, a equipe não conseguia ficar mais do que 30 segundos com a bola ou trocar três passes seguidos. Assim, conseguiu resistir 40 minutos até levar o gol de Ribéry. Quatro minutos depois levou o segundo de Mandzukic e, no início do segundo tempo, o Bayern de Munique liquidou o fatura com Götze.

Empolgado com a possibilidade de voltar a fazer história, o Raja Casablanca promete não ficar só na defesa. Pelo menos é o que promete o atacante Mouhssine Lajour. "Jamais renunciamos a jogar no ataque, qualquer que seja o andamento da partida. Estamos liberados para atacar".

Além dos cruzeirenses, outro brasileiro tem motivos para comemorar a derrota do Atlético-MG na semifinal do Mundial de Clubes. Sem um clube do Brasil na decisão da competição, o árbitro Sandro Meira Ricci foi escalado pela Fifa para apitar o duelo entre Bayern de Munique e Raja Casablanca.

Ricci, apesar de ser mineiro, pertence ao quadro de árbitros da Federação Pernambucana de Futebol. E este ano apitou vários clássicos, incluindo o da Sul-Americana entre Sport e Náutico, na Ilha do Retiro.

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O Atlético-MG viveu nesta quarta-feira (18) uma das maiores decepções de sua história, ao ser eliminado logo na estreia do Mundial de Clubes. O campeão da Libertadores foi surpreendido e caiu diante do Raja Casablanca por 3x1, no Marrakesh Stadium, para delírio da torcida marroquina. Agora, resta ao time brasileiro a disputa do terceiro lugar, no sábado, diante do Guanghzou Evergrande, da China.

Com a vitória, o Raja Casablanca será o segundo time de fora da Europa ou da América do Sul a decidir o Mundial. O Atlético-MG se igualou ao Internacional, que em 2010 caiu nas semifinais diante do Mazembe, da República Democrática do Congo. Ao apito final, as lágrimas nos olhos dos torcedores atleticanos mostravam bem o que representou esta quarta-feira na história do clube.

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Aos olhos de Pep Guardiola, o Atlético-MG em nada lembrou o time ofensivo e vibrante que protagonizou grandes viradas e venceu a Libertadores. Apáticos, os mineiros falharam muito na defesa e foram surpreendidos pelo Raja. No sábado, os marroquinos farão a decisão do Mundial diante do Bayern de Munique, novamente em Marrakesh.

O JOGO - O nervosismo tomou conta do Atlético-MG nos primeiros 15 minutos desta quarta e o Raja Casablanca chegou a ameaçar algumas idas ao ataque. A tônica da etapa inicial, aliás, foi essa: os brasileiros tinham mais posse de bola e ficavam no ataque, mas nos contragolpes eram os marroquinos que criavam as principais chances.

Depois de muito insistir pela direita no início, o Atlético-MG quase marcou chegando pelo outro lado. Aos 22 minutos, Fernandinho fez linda jogada arrancando da intermediária e tocou para Lucas Cândido. O lateral chegou cruzando rasteiro para Jô, que deu o carrinho. O atacante não conseguiu pegar em cheio, mas ainda assim quase marcou encobrindo o goleiro.

Fernandinho era o melhor atleticano em campo e perderia ótima chance para a equipe aos 32 minutos. Marcos Rocha cruzou da direita, a bola passou por Ronaldinho e sobrou para o atacante, que bateu cruzado para fora. Leonardo Silva, após cruzamento do próprio Fernandinho, também teve boa chance, mas demorou para bater e foi travado. Em outras duas oportunidades, foi Jô que se atrapalhou com a bola e desperdiçou bons momentos.

Ao verem que o Atlético-MG tinha dificuldade para se organizar no ataque, os marroquinos decidiram ir à frente e, aos 35, fizeram ótima jogada pela esquerda. Karrouchy tocou para Iajour, que cruzou. Moutaouali, de primeira, bateu e Victor, à queima-roupa, espalmou. Na sequência, o Raja teve a melhor chance da primeira etapa. Moutaouali foi lançado nas costas de Lucas Cândido e, sozinho, bateu para fora.

O cenário surpreendente do fim do primeiro tempo foi mantido na etapa final e o Raja Casablanca não demorou para abrir o placar, logo aos cinco minutos. Novamente pelo lado direito, nas costas de Lucas Cândido e Réver, Moutaouali recebeu sozinho, avançou e bateu da entrada da área, cruzado, sem chances para Victor.

E o time marroquino teve a chance de ampliar logo na sequência, quando Moutaouali tocou para Hafidi marcar, mas o atacante estava impedido. O Atlético-MG, desesperado, se lançava ao ataque e dava o contra-ataque ao Raja, que virou dono do jogo.

Foi aí que apareceu a estrela do principal jogador do Atlético-MG. Com o time desanimado em campo, Ronaldinho aproveitou uma falta perto da área e bateu com categoria no canto do goleiro. A bola ainda tocou na trave e entrou, aos 17 minutos.

O gol mudou o panorama do jogo. O Raja Casablanca já não atuava tão confortavelmente e o Atlético-MG se acalmou em campo, parou de ceder tanto espaço, mas seguia com dificuldade para criar. O time brasileiro até teve um bom momento em bola espirrada que Jô cabeceou em cima do goleiro.

Mas, novamente em contra-ataque, o Raja Casablanca decidiu. Aos 37 minutos, Réver errou na linha de impedimento e deu condições para Iajour, que invadiu a área, foi para cima do zagueiro, tentou o drible e caiu. O árbitro viu pênalti, que Moutaouali bateu deslocando Victor para marcar. Com o Atlético-MG inteiro na frente, ainda houve tempo para Mabide marcar o terceiro, após rebote de bola que bateu na trave.

 

FICHA TÉCNICA:

RAJA CASABLANCA 3 X 1 ATLÉTICO-MG

RAJA CASABLANCA - Askri; El Hachimi, Adil Karrouchy, Mohamed Oulhaj e Benlamalem; Erraki, Guehi, Chtibi (Mabide) e Moutaouali; Iajour (Idrissa Coulibaly) e Hafidi (Déo Kanda). Técnico: Nabil Maaloul.

ATLÉTICO-MG - Victor; Marcos Rocha (Luan), Réver, Leonardo Silva e Lucas Cândido; Pierre, Josué (Leandro Donizete) e Ronaldinho Gaúcho; Fernandinho, Diego Tardelli e Jô. Técnico: Cuca.

GOLS - Moutaouali, aos cinco, Ronaldinho, aos 17, Moutaouali, aos 38, e Mabide, aos 49 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Réver.

ÁRBITRO - Carlos Velasco Carballo (Espanha).

RENDA E PÚBLICO - não disponíveis.

LOCAL - Marrakesh Stadium, em Marrakesh, no Marrocos.

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