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O governo cubano legalizou a compra e a venda de automóveis para todos os cidadãos nesta quarta-feira, em outro passo na transformação econômica da ilha comandada pelos comunistas desde 1959. Os cubanos pediram durante décadas o livre mercado de carros na ilha. O governo anunciou a medida em abril, mas ela só foi publicada hoje no diário oficial. Sob a lei, que entra em vigor em 1º de outubro, cada operação de venda será sujeita a um imposto de 4% sobre o valor declarado do carro. O comprador também deverá pagar uma taxa de 4% e fazer um juramento afirmando que o dinheiro obtido para compra o carro foi obtido por meios lícitos.

O comércio de carros era livre apenas para automóveis fabricados e vendidos na ilha antes de 1959, um dos motivos pelos quais Cuba é o único país do mundo onde ainda existe uma frota considerável de carros norte-americanos das décadas de 1940 e 1950 em circulação nas ruas, com modelos Chevrolet Bel Air, Chrysler Imperial e Ford V8, em vários estados de conservação. Grande parte da frota atual, contudo, é de carros russos e argentinos importados nas décadas de 1970 e 1980, do modelo Moscovich 1500 (da montadora russa de mesmo nome extinta em 2002) ou de modelos Lada da russa Autovaz, ou de Ford Falcon fabricados na Argentina.

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Embora os cubanos tenham reclamado da proibição durante muito tempo, ainda não está claro quantos se beneficiarão da nova lei. Muitos cubanos ganham salário de apenas US$ 20 mensais. Remessas de parentes que vivem no exterior, contudo, têm um papel crescente na economia da ilha. O governo também anunciou que planeja legalizar a compra e venda de imóveis até o final de 2011.

As informações são da Associated Press.

Os chilenos iniciaram nesta quarta-feira (24) a primeira greve geral, de 48 horas, em duas décadas de democracia no país. A paralisação, convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), é apoiada pela oposição e pelo movimento estudantil, que há três meses faz manifestações em favor de uma educação gratuita e de melhor qualidade. Além de uma reforma educativa, os grevistas exigem reformas tributárias, trabalhistas e constitucionais.

Alguns manifestantes fizeram barricadas e incendiaram pneus. A polícia reagiu com jatos de água. Esta noite, os panelaços tomaram de Santiago. O governo anunciou que a greve não teve a adesão esperada, mas causará prejuízos ao país. Pelos seus cálculos, o Chile perderá cerca de US$ 400 milhões nos dois dias do movimento. Hoje, 348 pessoas foram detidas e 19 policiais e 15 civis foram feridos.

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A paralisação, na avaliação de especialistas políticos, é mais um golpe contra o governo conservador do presidente Sebastian Pinera. Ele é o primeiro presidente de centro-direita desde o fim da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990) e também com o menor índice de aprovação.

Mas, segundo o analista político e professor universitário Patrício Navia, a oposição tampouco é bem-vista pela população. “A greve é uma aposta arriscada dos sindicatos e da oposição, que pegaram uma carona no movimento estudantil”, disse Navia, a Agência Brasil. “Os chilenos apoiam os estudantes e suas reivindicações, mas rejeitam barricadas e violência”, completou.

Nas ultimas décadas, a economia chilena tem sido considerada um modelo a ser seguido na região. Manteve-se estável, quando seus vizinhos lutavam contra a hiperinflação, e continua crescendo e atraindo investimentos. Estima-se que este ano crescerá 6.6%. Mas os chilenos agora exigem melhor distribuição das riquezas e maiores investimentos em educação e saúde. Uma das propostas dos grevistas é aumentar os impostos para a parte mais rica da população.

“A desigualdade sempre existiu, mas os chilenos decidiram protestar contra Pinera porque ele prometeu resolver em 20 dias problemas que os partidos da oposição, que compõem a frente Concertacion, não resolveram nos 20 anos em que estiveram no governo”, declarou Navia. “Quando os 33 mineiros soterrados pela explosão de uma mina foram salvos há um ano, Pinera novamente levantou a bandeira da eficiência. Criou expectativas que agora estão sendo cobradas”, ressaltou.

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