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Criou-se um frenesi. Há quem queira o treinador fora, ou que peça a cabeça do presidente, até os que prometem virar a cazaca. Tudo se deve à incrível campanha do Íbis na Série A2 do Campeonato Pernambucano. Seis rodadas, quatro vitórias e dois empates. Nenhuma derrota sequer. Estaria o 'pior time do mundo' querendo passar adiante a fama que o levou ao estrelato? Não exatamente. Mas os atletas rubro-negros viram no 'queridinho' do torcedor pernambucano uma chance de mostrar que existe qualidade em meio ao time que antes só perdia.

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A data é 12 de outubro de 2017, o adversário da rodada é o Ferroviário do Cabo. A equipe do LeiaJá chega em Rio Doce, Olinda, para encontrar o zagueiro Felipe. É com ele que os atacantes Lucas Sabino e Bebeto, este mais veterano, pegam carona para mais um jogo do Pássaro Preto no Ademir Cunha, em Paulista. No caminho, eles esclarecem a dúvida da reportagem e de outros pernambucanos. A de como alguém vai parar no Íbis.

"Foi um convite do presidente, que conhecia meu pai e queria me ver jogando por lá", diz Lucas. Os atletas fazem parte de um grupo privilegiado que, mesmo sem grandes feitos, já faz parte da história do clube. Nunca antes, em toda sua história, o time passou tanto tempo sem perder.

"Meus amigos brincavam, perguntando se eu ia mesmo jogar no pior time do planeta. Mas eu vi uma oportunidade e estou aqui, em um bom ambiente", contou Felipe. Imagina então para quem já rodou por equipes de Série A, Série B e até jogou fora do país. É o caso de Bebeto que, aos 40 anos, escolheu o Íbis, e não o contrario. O próprio treinador confirmou que o capitão da equipe se propôs a vestir a camisa rubro-negra. Algo que faz sentido quando ele explica.

"Estive em vários clubes, mas em nenhum vi um grupo tão unido. Um clima bom, descontraído e, mesmo assim, de muito comprometimento e foco", destacou. Diante do Ferroviário do Cabo, a vitória não veio, mas o 0 x 0 manteve a invencibilidade e a liderança isolada do Grupo A.

O resultado completo da carona com o Íbis você confere na reportagem capturada pelas lentes de Chico Peixoto:

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Conhecido como o 'pior time do mundo', o Íbis tem mostrado que não está para brincadeiras nesta Série A2 do Campeonato Pernambucano. Parece piada, mas o Pássaro Preto já conta com três vitórias consecutivas, 100% de aproveitamento e ainda lídera o Grupo A da Série A2. Se vencer o Centro Limoeirense, no próximo domingo (1), O Íbis baterá o recorde de quatro vítórias consecutivas, em 78 anos de história. A última vez que o clube conseguiu uma sequência de 3 vitórias seguidas foi em 1977.

Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Ricardo Souza, treinador do Íbis, falou sobre o desejo de conseguir o acesso à primeira divisão do Pernambucano e que, mesmo com as dificuldades, é tranquilo ser o treinador do Pássaro Preto. "Treinar o 'pior time do mundo' é folclore. É um clube como qualquer outro, tem as dificuldades de um clube pequeno e tem essa ideia do pior. Mas para mim é tranquilo de encarar".

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Para quem pensa que na preleção do Íbis a ordem é perder para manter o título de pior do mundo, Ricardo Souza garantiu que não. Segundo o treinador, a equipe sempre vai buscar a vitória. "O nosso pensamento é de sempre ganhar. Não tem outra conversa com eles a não ser ganhar. Porque o ganhar tem que fazer parte das nossas vidas. Não é porque somos o pior que temos que perder. Então a gente sempre vai procurar vencer, procurar melhorar, porque se a gente está no Íbis e é o pior, então a gente não pode mais continuar sendo o pior. Temos que ganhar para ser o melhor. E com isso, procurar alcançar outros clubes de mais expressão", declarou.

Mesmo com a fama negativa, o treinador do Pássaro Preto pensa em levar o Íbis para outra situação. "O título de 'pior do mundo' não vamos conseguir tirar, porque já estamos rotulados. Mas podemos conseguir melhorar sim. Colocar ele na primeira divisão é o nosso objetivo", afirmou.

De acordo com Ricardo, o momento do 'pior time do mundo' é de escrever uma nova história para o clube. "Nosso pensamento agora é de bater recordes. Recorde em cima de recorde. Conseguimos empatar a esse recorde agora, que há 20 anos que o Íbis não vencia três jogos consecutivos, mas agora estamos na busca de bater esse recorde no domingo, que vai ser um jogo muito difícil. E o outro recorde é de chegar à primeira divisão, porque a última vez que o Íbis participou foi há 17 anos atrás".

E o técnico do Íbis já deu a receita para continuar invicto: "precisamos continuar a trabalhar. Vamos nos reapresentar hoje (terça-feira, 26), depois do jogo de domingo. E as coisas só acontecem com a gente trabalhando. E a gente vem trabalhando muito forte com o objetivo de chegar à primeira divisão".

Ricardo, que chegou ao Íbis em 2012 e passou por suas categorias de base antes de treinar a equipe principal, mantém a humildade e reconhece a dificuldade da competição. "Precisamos pensar em uma coisa de cada vez. Primeiro estamos pensando aqui na nossa segunda divisão. Chegar à primeira vai ser um sonho. E será um outro tipo de trabalho, outro objetivo. Ser campeão pernambucano é muito difícil, mas vamos precisar, pelo menos, nos manter se chegarmos lá", afirmou.

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