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Há exatos 2.600 anos, às margens do Rio Danúbio, no sul da atual Alemanha, uma mulher de cerca de 35 anos, que provavelmente pertenceu à nobreza celta, foi sepultada em uma câmara mortuária luxuosa, cercada de joias e adornos de ouro finamente trabalhados. A tumba foi desenterrada em 2010 e, nos anos seguintes, um grupo de cientistas estudou todos os componentes. Agora, os resultados estão na edição deste mês da revista científica Antiquity.

Os artigos de luxo encontrados incluíam elementos de ouro, de bronze, de âmbar e de jais - uma gema de carbono fóssil. De acordo com os autores do estudo, o túmulo revelou um aspecto surpreendente: os padrões decorativos de algumas das joias demonstram que, na Idade do Ferro, os povos da Europa Central já tinham contato com culturas do Mediterrâneo, do outro lado dos Alpes. "Algumas das peças indicam que havia artesãos trabalhando nas primeiras cidades celtas, ao norte dos Alpes, que aprenderam seu ofício ao sul dos Alpes", disse o coordenador das escavações, Dirk Krausse.

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De acordo com estudos anteriores, os povos que falavam línguas célticas habitavam partes da Europa há pelo menos 3,3 mil anos. Eles começaram a produzir ferro na Europa Central há cerca de 2,7 mil anos e fundaram a chamada "cultura Hallstatt". Segundo os autores, o túmulo da nobre celta é a mais antiga evidência de que o povo Hallstatt fazia enterros elaborados dos membros de sua elite.

A descoberta teve origem em 2005, quando a equipe de Krausse fazia um levantamento de túmulos na necrópole celta de Heuneburg. Em uma colina no local, os arqueólogos encontraram um fragmento de uma fíbula de ouro - uma espécie de alfinete ornamental que era usado em roupas - e decidiram realizar uma escavação preliminar.

Decisão radical

Como as atividades agrícolas na região prejudicariam um estudo detalhado da tumba no local da escavação, os cientistas tomaram uma decisão radical: remover o bloco de terra completo e estudar a câmara mortuária no laboratório. Em 2010, utilizando grandes gruas, os pesquisadores extraíram da terra o paralelepípedo de 80 toneladas, com 7 metros de comprimento, 6 metros de largura e 1 metro de altura.

A maior parte dos objetos estavam ao lado do corpo da "princesa", ou sobre ele. Mais do que os objetos luxuosos ou interessantes, no entanto, o que entusiasmou mesmo os cientistas foi a prancha de madeira que recobria a câmara mortuária. Os cientistas puderam contar os anéis de crescimento das árvores que a formaram e descobriram que a tumba foi fabricada no ano de 583 a.C. A precisão é muito maior do que seria possível com o método de datação convencional por carbono 14.

Escavações anteriores, feitas na última década, indicavam que Heuneburg e outros sítios do início da Idade do Ferro na Alemanha e na França haviam sido as primeiras cidades ao norte dos Alpes, mas ainda não havia datações precisas. Agora sabe-se que elas tinham pelo menos 26 séculos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de 80 mil bombeiros e soldados trabalhavam neste sábado, 8, para conter as mais dramáticas enchentes na Alemanha em uma década. Com pontes e ruas intransitáveis em várias partes do leste e sul do país, milhares de moradores estão impossibilitados de voltar para casa e ocupam abrigos emergenciais. Vinte pessoas supostamente morreram em virtude das inundações na região central da Europa depois de vários dias de fortes chuvas.

A agência de notícias alemã DPA informou que autoridades evacuarem um lar de idosos em Magdeburg, na Alta-Saxônia, e desligaram a eletricidade em várias partes da cidade. Onde o rio Saale encontra o Elba, cerca de 3 mil pessoas tiveram que abandonar suas moradias. "Os próximos dias serão extremos e difíceis", afirmou o prefeito de Magdeburg, Lutz Truemper, à agência.

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Enchentes também foram registradas na Hungria, na Eslováquia e na República Tcheca, enquanto milhares de pessoas na Áustria se esforçavam para retirar a lama deixada pelo transbordamento do rio Danúbio.

Na Hungria, quase 2 mil moradores da cidade de Gyorujfalu, no noroeste de Budapeste, foram evacuados porque as autoridades temiam que os diques não suportariam a pressão das águas do Danúbio. Outros 980 residentes tiveram que deixar suas casas por precaução.

Centenas de voluntários e soldados ajudavam a reforçar as barreiras de contenção em Szentendre, uma cidade localizada 22 quilômetros ao norte de Budapeste, enquanto os reservistas militares de outros municípios enchiam sacos de areia e os empilhavam no topo dos muros ao longo do rio Danúbio, cujas águas devem subir amanhã 40 centímetros acima do atual recorde de 7,6 metros. Uma barreira de contenção de 330 metros de distância e 2,5 metros de altura foi construída no início desta semana e está protegendo o centro da cidade.

A elevação das águas do Danúbio, o maior rio da Europa, deve afetar Budapeste nesta segunda-feira. O nível das águas, que estava em 8,6 metros neste sábado, deve subir para 8,95 metros, ficando perto de superar o muro de 9,3 metros de altura. Em uma das enchentes mais devastadoras, em 1838, o Danúbio matou 150 pessoas e deixou mais 50 mil desabrigados.

Na Eslováquia, a situação em Komarno é especialmente crítica, já que várias barreiras de proteção começaram a vazar e os voluntários tentem reforçá-las com sacos de areia. Na República Tcheca, as águas baixaram e os trabalhos de limpeza estavam em andamento. No entanto, medidas anti-inundação devem continuar em vigor, à medida que estão previstas fortes tempestades para o fim de semana.

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