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O CEO da Samsung Electronics, Kwon Oh-hyun, anunciou nesta sexta-feira (13), em carta aos funcionários, sua renúncia ao comando da empresa, citando uma crise sem precedentes. Ele vai se demitir do papel de presidente, bem como de suas posições no conselho da companhia, em março de 2018.

"Enquanto somos confrontados com uma crise sem precedentes, creio que chegou a hora de a companhia começar de novo, com novo espírito e nova liderança", disse o executivo. A renúncia de Kwon é o primeiro sinal de que o escândalo envolvendo o herdeiro da empresa, Jay Y. Lee, pode ter um grande impacto nas operações da maior fabricante de smartphones do mundo.

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Jay Y. Lee foi preso acusado de envolvimento em um escândalo de corrupção que levou ao impeachment da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye. Mesmo assim, a Samsung está colhendo bons resultados, já que a companhia espera um lucro recorde de US$ 12,8 bilhões para o terceiro trimestre, demonstrando uma forte recuperação após o lançamento fracassado do Galaxy Note 7.

Mas Kwon diz que o desempenho atual é fruto de decisões tomadas no passado, lançando dúvidas sobre a capacidade de a empresa de crescer no futuro. "Felizmente estamos tendo receita recorde agora, mas isso é fruto de decisões e investimentos feitos no passado", afirmou.

Kwon, de 64 anos, é CEO da Samsung Electronics desde 2012. Ele se juntou ao grupo em 1985. Atualmente, a companhia é o principal conglomerado sul-coreano, com mais de 60 empresas afiliadas e ativos que ultrapassam US$ 320 bilhões.

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A Coreia do Sul, país de origem da fabricante Samsung e líder mundial do mercado de celulares, está orgulhosa de seu sucesso no setor de tecnologia de ponta, mas autoridades estão preocupadas com a crescente dependência das ferramentas do mundo digital.

"São escravos sem cérebro", sentencia Kim Nam-Hee, um dos especialistas que tenta sensibilizar os estudantes sul-coreanos sobre os perigos dos telefones inteligentes, que viciam crianças cada vez mais novas.

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"Sentimos uma necessidade urgente de um amplo esforço diante do perigo do vício digital, principalmente devido à popularidade dos telefones inteligentes", concorda o ministério da Ciência, em um relatório divulgado em junho passado.

O documento sugere uma parceria dos ministérios da Saúde e da Educação com as escolas, que organizariam cursos para prevenir a dependência da internet e acampamentos de férias para "desintoxicar" os alunos viciados.

O país asiático promove há muitos anos a tecnologia digital como um fator chave para o crescimento da capital, Seul, conhecida como "a cidade mais conectada do planeta". Cerca de 70% dos 50 milhões de sul-coreanos têm um smartphone, a taxa mais alta do mundo, informa a empresa de pesquisa eMarket.

Segundo dados do governo, mais de 80% dos estudantes sul-coreanos com idades entre 12 e 19 anos tinham um smarthphone em 2012, o dobro do índice de 2011. Além disso, aproximadamente 40% dos donos desses aparelhos passam mais de três horas por dia no Twitter, conversando ou jogando, apesar de os professores apreenderem os celulares antes do início das aulas.

Uma pesquisa nacional sobre o assunto realizada anualmente mostra que quase 20% dos jovens estão "viciados" em seus smartphones. Os sintomas são: ansiedade ou depressão quando não podem ter os aparelhos em mãos, tentativas frustradas de diminuir o tempo gasto com o aparelho e sensação de felicidade quando se está conectado.

Porém, os adolesscentes não são os únicos afetados e as ações do governo também incluem os alunos das séries iniciais e até as crianças menores.

"Muitas mães deixam que seus bebês brinquem com seus smartphones por horas para ficarem tranquilas em casa. Acho que isso é perigoso", disse à AFP Lee Jung-Hun, psiquiatra da Universidade Católica de Daegu. "Quanto mais jovem, mais fácil é de se tornar dependente", explicou.

Kwon Jang-Hee, um ex-professor que lidera uma associação de luta contra a dependência digital, viaja pelo país desde 2005 para informar e alertar crianças e seus pais sobre o perigo de um estilo de vida em que se investe tempo demais na tecnologia digital.

"Nosso tema preferido são os smarthphones", diz o ex-professor, já que os pais têm menos controle sobre os celulares do que sobre os computadores. Kwon cita alguns exemplos extremos em que algumas crianças chegaram a ameaçar o suicídio se seus pais confiscassem seus aparelhos.

Park Sung-Hee, que participou de um dos seminários de Kwon, espera conseguir que seus filhos gastem menos tempo com seus celulares. "À noite, quando vou a seus quartos para ver se dormiram, vejo a luz dos telefones ligados embaixo dos lençóis", conta. "O mesmo acontece com os adultos, que já não são mais capazes de se comunicar ou se interessar por outras coisas", completa.

Em uma recente apresentação para uma turma de crianças de 10 anos, Kim Nam-Hee, que trabalha com Kwon, explicou que a rede de escolas Waldorf, nos Estados Unidos - cuja unidade do Vale do Silício, na Califórnia, é uma das escolas mais populares entre os pais que trabalham no Yahoo! ou no Google - aposta em um enfoque menos tecnológico e proíbe o uso de computadores em suas dependências.

"Enquanto vocês se transformam em escravos sem cérebro dos smartphones e de seus aplicativos, a elite americana, que criou essas ferramentas, não deixa que seus próprios filhos as usem", argumenta Kim.

"Se usarem demais seus smartphones, como o iPhone, sem necessidade de exercitar o cérebro, no fim das contas vocês vão perder a capacidade de criar algo tão brilhante e inovador como o iPhone", explicou. "Essa é a ironia dessa situação", completou.

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