Tópicos | sexo e isolamento

A quarentena realizada por causa da pandemia de coronavírus pode trazer inúmeros pensamentos e reações conturbadas. Essa é a primeira vez, na era contemporânea, em que as pessoas estão sendo privadas de exercer o convívio social, e o resultado dessa nova rotina reflete em vários campos da vida coletiva e privada. "Apesar da situação atípica, onde muitos serviços pararam, muitas coisas podem continuar no aspecto individual e familiar, como ouvir música, dançar, se divertir, viver bons momentos em família e, principalmente, a vida sexual", diz o psicólogo e co-fundador da Àrvore da Vida Psicologia, Renato Braga.

Assim, um dos temas mais intrigantes do momento é como manter uma vida sexual saudável em meio à quarentena, que pode impactar no prazer das pessoas de maneiras distintas, como aponta Braga, seja pela ameaça que o vírus impõe e pelos diversos sentimentos que a situação causa em cada indivíduo. "Quando nos vemos diante de uma ameaça, a primeira coisa que sentimos é medo, uma reação instintual que nos leva a tomar medidas para nos proteger e evitar tal ameaça", explica o psicólogo. "Porém, o isolamento social abre portas para o contato individual, levando ao aumento ou retomada da vida sexual. Mas, para isso, é necessário equilíbrio e superar a barreira do medo e do estresse, que é muito comum nesses momentos e que ajudam a diminuir o interesse sexual", complementa.

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Durante a quarentena, o consumo de conteúdos pornográficos disparou, como mostra a pesquisa realizada pelo G1. Houve um aumento de 31% no número de visitas ao canal Sexy Hot, no período de 14 a 19 de março, se comparado com os dias 7 e 12 do mesmo mês. O site PornHub também liberou seu conteúdo exclusivo de graça por um mês para não assinantes. "Em uma quarentena e estando confinados, tudo se intensifica", comenta Marlon Mattedi, psicólogo especializado em sexualidade da plataforma Sexo Sem Dúvida. "Este setor que envolve entretenimento adulto, seja com câmeras ao vivo ou o próprio sexo explícito, na quarentena, ganhará maior audiência. Notaremos também no Brasil, como algumas pesquisas já estão apontando no mundo todo, um aumento significativo de audiência em sites de conteúdos eróticos. Com o passar dos dias de quarentena e com as pessoas tendo mais tempo para pesquisar o que desejam, o consumo de conteúdo sexual virtual irá aumentar", complementa.

Segundo Mattedi, há reflexos físicos que o isolamento pode causar, como o aumento da interatividade e um certo desleixo com o autocuidado. "É preciso ter cuidado com ficar mais tempo sem camisa se o ambiente está quente, colocar qualquer roupa confortável para estar em casa, às vezes passando o dia com a mesma roupa que usou para dormir, sem cuidar muito da estética, deixar a barba para a semana que vem, e por aí vai. Já que não vai sair de casa mesmo, muitos esquecem de botar um perfume, de caprichar na camisa, de colocar aquela lingerie bonita que tinha no armário. Tudo isso influenciará diretamente, prejudicando o desejo sexual", finaliza.

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