Em meio à insatisfação por parte da torcida vascaína com a eleição de Alexandre Campello, em detrimento de Julio Brant, uma cena positiva marcou a cerimônia de posse na última segunda-feira (22), na Sede Náutica da Lagoa, Rio de Janeiro. O médico tem na sua diretoria administrativa a primeira mulher vice-presidente em toda a história vascaína. Sônia Maria Andrade dos Santos, registradora pública, se surpreendeu com os ataques sofridos em redes sociais por parte de torcedores incomformados com o pleito.
"Meus familiares e eu ficamos assustados quando abrimos as redes sociais, mas só mudamos uma realidade com o trabalho do dia a dia. Será com trabalho que vou mostrar por que o presidente me escolheu para ser sua vice", afirmou Sônia em entrevista ao Jornal O Globo.
##RECOMENDA##Fundadora de uma ONG que leva regularização habitacional a moradores de comunidades carentes do Rio, Sônia espera contribuir com sua experiência em responsabilidade social. "Todos os times precisam agregar o social às suas marcas. Vou tentar fazer isso, mostrar que os clubes devem fazer a sua parte, seja os grandes ou os pequenos. É uma obrigação de todos", ressaltou.
Outra missão que a nova vice-presidente espera cumprir é ser uma mediadora nas disputas políticas que dividem o Vasco há décadas. E para isso tem uma ideia ousada, mas que se torna possível com sua presença; inserir mais mulheres no contexto machista do futebol. "Quero montar uma frente de mulheres dentro do Vasco, a começar com as mulheres dos opositores. Uma mulher vai dar um toque de equilíbrio, vamos olhar as questões por outro prisma", disse Sônia Maria, ainda entrevista ao O Globo.
Torcedora desde pequena, a nova dirigente se aproximou do grupo Campello durante a gestão de Roberto Dinamite, quando o Vasco passou a organizar anualmente a ação Cidadania Vascaína, oferecendo vários serviços sociais. Isso inclui os relativos ao cartório, área em que a registradora atua. Foi graças à essa proximidade que se tornou sócia em 2011.