Tópicos | Tecnobrega

A jornalista pernambucana Lydia Barros pesquisou a fundo o fenômeno musical de Belém do Pará, tecnobrega, e lança na próxima quarta (26) o resultado desta pesquisa: o livro O tecnobrega no contexto do novo paradigma de legitimação musical. O lançamento será na livraria Saraiva do Shopping RioMar e contará com sessão de autógrafos, às 19h.

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O livro traz uma observação do cenário musical do Pará, a partir da emergência do brega romântico dos anos 1970, passando pelo brega pop dos anos 1990 até a pirataria nos anos 2000, além de seus vários subestilos. O tecnobrega também é abordado a partir de paradigmas estéticos, culturais e midiáticos. Lydia demonstra como este tipo de música conseguiu se tornar um negócio lucrativo e de ponta, conseguindo se manter em sintonia com as tendências musicais de produção e circulação globais. 

Para a pesquisa, a jornalista entrevistou pessoas importamentes do segmento como a cantora Gaby Amarantos, uma das maiores representantes da cena paraense e o DJ e produtor Beto Metralha, responsável pelos remixes e samplers das primeiras aparelhagens realizadas em vários bairros da cidade.  

Serviço

Lançamento do livro O tecnobrega no contexto do novo paradigma de legitimação musical

Quarta (26) | 19h

Livraria Saraiva - Shopping RioMar (Av. República do Líbano, 251 - Pina)

Gratuito

Neste sábado (20), acontece, no Recife, a festa Lipstick Cón Limon, que promete uma grande mistura de ritmos e batidas. Os ingressos já estão à venda no Barchef Casa Forte, loja Tax, loja Disco de Ouro e no site da Eventick. Os DJs Caio Fortes, Kaká Nunes, Daniel Forn, Camila Cortez e Vinícius Gouveia abrem a pista para a principal atração da noite, o músico e produtor Jaloo, que traz várias novidades no seu case para uma apresentação cheia de hits.

Jaloo é paraense, seu trabalho começou a repercutir na internet por volta de 2010, com remixes melódicos das músicas que ele gostava, tudo cheio de suingue. Fruto do tecnobrega, hoje ele é um dos principais nomes da cena cool e seu estilo sci-fi-brega chama atenção por misturar hits do pop, indie, black e outros sons com as batidas peculiares dos ritmos do Pará. Ele também está na programação do festival no Ar Coquetel Molotov, que acontece no Recife em outubro.

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Em conversa com o LeiaJá, o músico falou um pouco do seu trabalho e sobre o que os fãs podem esperar para a festa deste fim-de-semana.

Portal LeiaJá -  É possível sentir que o Pará, seu estado, tem uma influência sobre sua música. Isso sem contar os covers e versões que você produz. Quais são suas maiores influências?

Jaloo - Músicas grudentas, basicamente. Até hoje tenho um extremo fascínio por essa fórmula mágica pros ouvidos, o Pará é um lugar cheio de hits e a cultura do tecnobrega bebe muito da fonte pop mainstreamentão acho que ta tudo junto.

Você já fez shows, parcerias e tem tido um espaço interessante para divulgação. Mas como você começou a se manifestar musicalmente?

Tudo começou lá pra 2010, quando resolvi lançar um remix (era Rude Boy, da Rihanna) em pouco tempo o remix se espalhou, o que incluía blogs e sites de música na gringa também.

 

O que tem na seleção preparada para a festa de sábado?

Faz um tempinho que não faço DJ set, porque estou me dedicando bastante aos shows, mas, por conta desse tempo sem tocar, acumulei muitas coisas, principalmente produções próprias. E elas vão rolar, em peso!

Você lançou o EP Bai Bai recentemente e o videoclipe Downtown, cantando um tecnobrega em inglês. O que vem agora em diante? 
Começo do ano vem cheio de surpresas boas, não posso adiantar muita coisa, pra não perder a graça, mas fiquem certos que um disco ja está no forno.

Serviço

Festa Lipstick Cón Limon
Sábado (20)| 23h
Vapor 48 (Praça das Cinco Pontas, Recife Antigo)
R$25 (antecipado) R$35 (portaria)

Uma olhada na agenda da Gang do Eletro resume a fase atual do tecnobrega. Em um mês, o grupo paraense liderado por Waldo Squash foi de apresentações no descolado festival South by Southwest, nos Estados Unidos, ao "Show da Xuxa". Trata-se de um retrato da presença do gênero em cenas díspares: ao mesmo tempo em que chegou ao mainstream brasileiro nos últimos anos, com a ascensão da diva das aparelhagens Gaby Amarantos, se tornou produto de exportação vanguardista.

Críticos internacionais perguntam o que há de novo no Brasil, uma década depois que o funk carioca dominou pistas estrangeiras e foi absorvido por produtores renomados, como Diplo. A resposta mais simples é o tecnobrega.

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A Gang do Eletro acaba de lançar seu primeiro álbum oficial, disponível pelo Soundcloud, e o interesse que o grupo desperta na Europa, com DJ sets em festivais de música eletrônica e, mais recentemente, um remix comissionado pelos Pet Shop Boys (para o single "Memory of the Future", lançado este ano), o grupo mostra-se apto a protagonizar uma exportação. "A mesma coisa que aconteceu nos anos 2000 com o funk está acontecendo agora com o tecnobrega", afirma Waldo Squash, também produtor do grupo, por telefone, a caminho do Projac. "Todo tipo de música de gueto sofre preconceito antes de ser aceita. O tecnobrega não está fora deste enquadramento. Passa pela mesma coisa que passou o samba, antigamente, e que passou o funk, nos anos 1990", explica.

A narrativa anda em conjunção com outros gêneros de música eletrônica de periferia, que se encaixam em um diálogo global de guettotech, que teve ascensão na última década. Entre eles, a cumbia argentina, o kuduro angolano, o footwork de Chicago e o reggaeton dominicano. Definidos pela estética de guerrilha, feitos com softwares pirateados na internet e mixagens caseiras, formam um encontro de música e sociologia atraente para escritores estrangeiros e interessados em cultura.

Waldo, entretanto, buscou lapidar o verniz de seu tecnobrega, e torná-lo mais competitivo. "É o que fizemos no novo disco. Ao longo dos anos, acumulamos muitas músicas jogadas na internet para fãs das aparelhagens. Pegamos as melhores, enriquecemos as bases, multiplicamos as letras", conta. As faixas de Gang do Eletro passam por hits da banda como Galera da Laje e Só No Charminho. Nota-se um aprimoramento na produção, o que, de acordo com Waldo é reflexo do sucesso, pois antigamente não tinha dinheiro para comprar softwares de boa qualidade. Mesmo assim, a jocosidade despretensiosa das batidas do tecnobrega, sua principal arma, é preservada. As influências mais óbvias vêm de palcos internacionais, com sintetizadores de trance e outros macetes da EDM, a popularesca música eletrônica que atualmente protagoniza o pop internacional.

Fenômeno - Depois de a cantora Gaby Amarantos emplacar "Ex Mai Love", na abertura da novela "Cheias de Charme", no ano passado, se consolidou o crossover do tecnobrega, de fenômeno local a música nacional. Gaby há tempos era conhecida como diva das aparelhagens de Belém. Seu primeiro disco, assim como as cruas origens do gênero, data do início da década passada, quando híbridos de eletrônico com carimbó, calipso e guitarradas fundiram-se nos bailes pobres de Belém (uma exposição sobre a gênese do estilo foi montada este ano pela Universidade Federal do Paraná). O tecnobrega pipocou em 2010, em círculos descolados. Em 2012, com o disco "Treme", Gaby foi indicada para o Grammy Latino, e venceu premiações da MTV e do Multishow. Foi a barreira rompida para que o cenário nacional prestasse atenção nos guetos do Pará. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Diogo de Oliveira

A bilheteria do Teatro Castro Alves (TCA) abriu nesta segunda-feiura (27) as vendas para o show de Gaby Amarantos. A apresentação será realizada no dia 26 de setembro. Além das bilheterias do teatro, os ingressos estão à venda nos pontos de Serviço de Atendimento ao Cliente (Sac) do Shopping Barra e Iguatemi.

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O disco ‘Treme’ tem músicas de composição autoral e letras de Zezé Di Camargo e Luciano, Thalma de Freitas e Iara Rennó. A Concha Acústica do TCA vai tremer com o sucesso ‘Ex My Love’, consagrado na novela Cheias de Charme, e músicas como Gemendo e Xirley.

Os ingressos estão à venda no valor de R$ 30 inteira e R$15 a meia.

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