Tópicos | terminais intermunicipais

Mais de 70 rodovias ‘costuram’ os 98.311 km² do Estado de Pernambuco. Através delas, aproximadamente três mil passageiros passam diariamente pelos terminais intermunicipais do Estado. Para atender a esse quantitativo de passageiros há apenas 72 terminais para suprir a demanda de 185 municípios - uma média de um terminal para cada três cidades.

Construídas em meados da década de 1970 e 1980, a maioria das estruturas está precisando de reparos e de ampliação. Mesmo com a reforma de 18 terminais, os passageiros e trabalhadores reclamam e nem as reformas previstas em dois terminais no Sertão, animam os usuários. Muitos alegam que os equipamentos gerenciados pelo Governo de Pernambuco estão em condições mais precárias que os administrados pelas concessionárias.

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Já as organizações que gerenciam os espaços revelam que precisam utilizar a criatividade e se reinventar para que os terminais se paguem, uma vez que, só são utilizados 20% da estrutural total dos terminais. Ao todo já foram investidos mais de R$ 7 milhões, com recursos do tesouro estadual, nos últimos três anos e, recentemente, a gestão estadual divulgou a reforma dos terminais nas cidades de Arcoverde e Serra Talhada, no qual tiveram o investimento de R$400 mil e R$800 mil, respectivamente.   

A passageira Marta de Souza, que mora em Garanhuns e trabalha no Recife, diz que não consegue identificar pontos positivos nos terminais intermunicipais. “Não vejo nada bem, nem no terminal de Recife, muito menos em Garanhuns. Os banheiros são péssimos - sujos, não há comodidade e ainda pagamos R$ 5 para ter esse serviço”, desabafou. Ela disse que continua utilizando a rodoviária porque precisa. “Trabalho no Recife e, infelizmente, preciso usar. Se não fosse isso, não chegaria nem perto”, reclamou.

A moradora de Caruaru, Cícera Maria D’Paula (foto à esquerda), que viaja semanalmente para o Recife, relata que o atendimento é ruim e que já cansou de reclamar. “São tantas coisas erradas, já reclamei tanto que hoje em dia, considero que nem vale a pena se desgastar”, disse. Ela elencou os problemas. “Os carros atrasam, a estrutura é precária e o atendimento é péssimo, tudo deixa muito a desejar”, contou.  

Trabalhando como motorista de ônibus desde 1996, Severino José Camaru (foto à direita) apontou que a situação dos terminais intermunicipais está precária. “Encontramos banheiros quebrados, estruturas antigas e muita dificuldade para realizar manobras dentro dos equipamentos”, falou. Descontente, ele contou também que os terminais que se encontram danificados são administrados pelo Governo do Estado de Pernambuco.

Quem opinou também foi o condutor Medeiros (foto à esquerda). Trabalhando há oito anos em uma empresa de autoviação, o motorista destacou os piores terminais. “Pesqueira é uma vergonha, os banheiros do terminal não possuem portas, o de Caruaru a estrutura está terrível; o de Tabira parece uma banca de feira, não tem nem onde encostar o carro; o de São José do Egito é horrível. Nem com a administração da concessionária, os terminais ficaram 100%. Sem contar que a falta de segurança é grande.”, criticou.

Diante de tantos problemas, o Governo do Estado parece está tendo dificuldades para tirar do papel as reformas idealizadas em 2008, e que só foram executadas em 2012. Dos 72 terminais existentes em Pernambuco, apenas 18 estão no planejamento para reforma. Além disso, há o grande desafio de manter os equipamentos.

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Segundo a diretora da Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (ETPI), Luciana Nóbrega, a proposta é reformar todos os terminais rodoviários. “O Governo iniciou o projeto em 2012, com o objetivo de melhorar todos os terminais rodoviários de Pernambuco. Essa ação eleva a qualidade do sistema de transporte coletivo intermunicipal de passageiros e está sendo desenvolvida em etapas”, explicou.

Nóbrega ainda destacou que foram investidos mais de R$ 8 milhões, com recursos do tesouro estadual, na reforma de 18 terminais, representando o índice de 25% do total de aparelhos existentes. Entre as mudanças estão a pavimentação externa, revestimento das fachadas interna e externa com cerâmica, serviço de coberta, pintura geral, troca da parte elétrica e hidráulica, reforma dos banheiros, com Box, para pessoas com necessidades especiais; adequação dos espaços para acessibilidade, com instalação de rampas e corrimãos, padronização dos boxes.

Dificuldades da concessionária - São estruturas antigas e vários problemas de readequações. Esses são algumas das dificuldades que a Socicam - concessionária que administra 12, dos 72 terminais intermunicipais existentes em Pernambuco -, enfrenta. De acordo com o gerente de núcleo Newton Fialho, no Terminal Rodoviário TIP, no Recife, a empresa só está utilizando 20% da estrutura total. Além disso, a administração vai além das reformas e manutenções constantes e que para se manter é necessário utilizar a criatividade.

Confira a entrevista concedida a equipe de reportagem do Portal Leiajá.   

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