Tópicos | transferências internacionais

Após revelar os valores envolvidos nas negociações internacionais de clubes brasileiros, a CBF, através da sua diretoria de registro e transferência, detalhou nesta quarta-feira quais foram os destinos dos jogadores do Brasil que se transferiram para o exterior em 2015 ou voltaram ao País no ano passado. E o futebol português foi quem mais se envolveu em negociações com clubes brasileiros.

Das 774 saídas de jogadores do Brasil para o exterior registradas no sistema de transferências da Fifa, 136 (17,57%) foram para Portugal. Já em relação aos retornos de jogadores ao País, 98 de um total 585 negociações, ou 16,75%, envolveram o futebol português. Ou seja, o futebol português está relacionado com 17,22% das transações internacionais do Brasil.

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Depois de Portugal, dois países da Ásia, o Japão e a Coreia do Sul, são os que mais realizaram negociações com o futebol brasileiro. Os japoneses contrataram 44 jogadores e cederam 34, enquanto os sul-coreanos se reforçaram com 26 atletas do futebol brasileiro, mesma quantia que liberaram.

Já a China, que neste início de ano se notabilizou pela contratação de vários destaques do futebol brasileiro, mais cedeu - 16 - do que contratou jogadores que atuam no País - 13 - no último ano.

Anteriormente, a CBF havia revelado que 99 das negociações de jogadores saindo do País envolveram o pagamento de valores, que totalizaram R$ 679.740.600. Já do exterior, apenas 15 das transferências para o Brasil teve o desembolso de valores. E o total investido nas negociações foi de R$ 114.387.000.

O Brasil tem participado das discussões que tentam impor novas regras para as transferências internacionais. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) acompanha o debate por meio do B-20 - grupo de associações empresariais do G-20 - e a expectativa é que um primeiro plano de ação sobre o tema seja divulgado neste mês. Com base nisso, será possível definir em quais pontos poder haver avanço.

Uma possível mudança na tributação internacional pode ser benéfica para o Brasil fazer alguns ajustes necessários, segundo José Augusto Fernandes, diretor de Políticas e Estratégia da CNI. Para ele, o governo brasileiro tende a se engajar nas discussões que estão sendo propostas. "Nós achamos que é importante a participação e um envolvimento do Brasil. Até porque na área de tributação internacional, o Brasil tem regras, por vezes, muito peculiares", disse. O governo brasileiro, por exemplo, ainda tem poucos acordos de bitributação.

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"Pode ser uma boa oportunidade de o País refletir sobre a necessidade de modernizar o sistema de tributação e ficar mais próximo das regras do mundo", afirmou Fernandes.

Em outubro, o Brasil vai ser sede de uma reunião do comitê fiscal do Business Industries Advisory Council (Biac) - um órgão da OCDE - para discutir as questões envolvendo tributações internacionais.

O pedido para definir novas regras para transferências internacionais partiu dos países integrantes da OCDE, que solicitaram o estudo ao G-20. O debate também ganha força por causa da atual crise econômica, que tem afetado a área fiscal das economias.

Mudança necessária

Na avaliação do diretor da CNI, é difícil tirar esse tema da agenda do comércio internacional. Ele acredita que é importante aperfeiçoar a legislação naquilo que é ela é ineficiente para dar mais segurança jurídica. "Isso pode estar criando um problema de reputação para algumas empresas", afirmou . "Algumas companhias, que não necessariamente estão fazendo algo de errado no mundo, mas aproveitando as diferenças de legislação, passam a ser demonizadas. É importante que haja regras mais claras", afirmou. "Todos os países teriam de fazer mudanças."

Ele também acredita que as mudanças devem ser cuidadosas para não criar um cenário adverso, num momento em que o mundo enfrenta forte crise econômica. "Se você cria um sistema que é anti-investimento e fluxo de capital, pode até estar reduzindo o crescimento da economia global."

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