Apesar dos dissabores do desempenho da economia, das pressões inflacionárias nos últimos meses, o mercado de trabalho vive um momento aquecido, o nível de emprego tem batido recordes e o rendimento médio do trabalhador tem crescido ao longo dos últimos anos, ou seja, um cenário de oportunidades profissionais como há tempos não se via.
Tal cenário tem criado uma percepção positiva no trabalhador em relação ao seu futuro profissional. Pesquisa do IPMN aponta que 60,4% dos recifenses acredita que sua situação profissional será melhor daqui a seis quando comparada a atual, 4,5% acreditam que será pior e 28,7% igual.
Ou seja, a maior parcela de nossa força de trabalho é otimista, no entanto, será que este otimismo é o mesmo entre os diferentes grupos de trabalhadores? Será que tal otimismo é combustível de uma estratégia de preparação para um salto na carreira profissional?
Observando primeiramente a situação empregatícia dos entrevistados, percebe-se que os desempregados há pouco tempo são os mais otimistas, seguidos pelos empregados com carteira assinada. Considerando estes dois segmentos: 1 - Os desempregados há pouco tempo buscam meramente uma recolocação no mesmo nível profissional ou estão se qualificando para ascender na profissão?; 2 - Os empregados com carteira assinada esperam promoções pelo seu bom desempenho ou estão buscando qualificação?
Situação Empregatícia | Situação melhor |
em 6 meses (%) | |
Desempregado a menos de um ano | 100 |
Empregado com carteira assinada | 72,8 |
Concursado estatutário/CLT | 72,7 |
Empregador / Proprietário | 72,7 |
Empregado sem carteira assinada | 58,2 |
Autônomo | 51,6 |
Desempregado a mais de um ano | 42,9 |
Aposentado / pensionista | 33,8 |
Fonte: Pesquisa Mensal de Expectativa de Consumo (PMEC-IPMN)
Em relação à escolaridade percebe-se que quanto maior a escolaridade, maior o otimismo em relação ao futuro profissional, fato que remete a importância da educação para o desenvolvimento profissional. Tal expectativa do trabalhador tem encontrado respaldo na conjuntura, na qual existe escassez de mão de obra qualificada no país, fato que cria uma situação inusitada, que é a importação de mão de obra qualificada. Tal grupo de profissionais tende a receber melhores níveis de rendimento.
Escolaridade | Otimistas (%) |
Analfabeto/Ensino Fundamental I incompleto | 57,7 |
Ensino Fundamental I completo/Ensino Fundamental II incompleto | 50,0 |
Ensino Fundamental II completo/Ensino Médio incompleto | 54,3 |
Ensino Médio completo/Superior incompleto | 66,4 |
Superior completo | 60,9 |
Especialização (Pós-graduação - Lato Sensu) | 100,0 |
Mestrado e Doutorado (Pós-graduação - Stricto Sensu) | 100,0 |
Fonte: Pesquisa Mensal de Expectativa de Consumo (PMEC-IPMN)
Em relação à classe social, ocorre um otimismo mais acentuado nas classes médias da sociedade. As classes B e C apresentam um nível de otimismo pouco superior a 60%, na classe A 58% e na classe D 37,9%. No que tange ao gênero, os homens são mais otimistas que as mulheres, 62,8% dos indivíduos do sexo masculino se mostraram otimistas, dentre as mulheres tal percentual é um pouco inferior 58,2%.
Com base em tais informações percebe-se que as vantagens e oportunidades no mercado de trabalho na região têm atingido a percepção de grupos da sociedade de forma de diferente. Tão importante quanto a percepção otimista é a necessidade de associar este sentimento com uma preparação adequada para o nível profissional pretendido. Ou seja, para que o trabalhador possa transformar o otimismo em METAS, PLANOS e REALIZAÇÕES.
Vale salientar que a autoconfiança do trabalhador é valiosa em um processo seletivo, pois melhores expectativas geralmente direcionam o trabalhador para uma melhor preparação, bem como, uma percepção positiva do mercado geralmente estimula o trabalhador a identificar oportunidades de qualificação de forma a criar condições para uma melhor colocação profissional no futuro.
Logo, o otimismo é bem vindo, porém ele é mais desejável quando canalizamos tal sentimento para ações de preparação.