Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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A mão que afaga é a mesma...

Magno Martins, | ter, 21/03/2017 - 09:00
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Independente de ter bancado ou não o ato da Transposição em Monteiro, domingo passado, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), ficou em maus lençóis. Seu discurso, rasgando o verbo para amaciar o ego de Lula, Dilma e o PT, é uma peça contraditória para não classificar de oportunista. Se não, vejamos.

Há 40 dias, no mesmo local em que Lula esteve ontem, o presidente Michel Temer (PMDB) foi elogiado pelo governador ao inaugurar, oficialmente, a chegada das águas do Velho Chico ao seu Estado. Agradeceu pela decisão política do seu Governo de priorizar a retomada das obras do projeto e que isso seria com o tempo reconhecido e valorizado.

Já ontem, diante de Lula e Dilma, Coutinho mudou o tom. Numa recaída petista – hoje é filiado ao PSB – o governador se inspirou no ditado que diz que a mão que afaga é a mesma que apedreja. Como se passasse uma borracha no que saiu da sua boca em tão pouco tempo atrás, carimbou o Governo Temer de golpista e voltado para as elites do centro-sul maravilha.

Coutinho, certamente querendo agradar a Lula e ao PT, afirmou que ninguém, com exceção dele e Dilma, poderia se apresentar ao povo nordestino como padrinhos da Transposição. O governador quis roubar a cena. Não permitiu que ninguém falasse depois dele, a não ser Lula. Até a ex-presidente Dilma foi obrigada a discursar antes, por imposição dele ao cerimonial.

E quando discursou, além de trair as palavras de elogios a Temer no evento anterior, mentiu ao afirmar que seu Governo não deu um tostão para fazer o ato maior do que Lula esperava. “Aqui, no território livre da Paraíba, o povo sabe o que é verdade, o povo tem a coragem de ir às ruas. […] Eu agradeço aos meus companheiros, prefeitos aqui da região. Botaram a mão na massa. Fizeram, efetivamente, de burro, de carroça, de carro, de ônibus, de qualquer jeito criaram as condições para que muita gente estivesse aqui. Não foi gasto um centavo de dinheiro público, não foi gasto nada, a não ser o sentimento de gratidão que o nosso povo tem”, disse. Dá para acreditar?

CAMPANHA– O PMDB começou a exibir, ontem, 15 inserções na TV com foco em medidas econômicas tomadas pelo Governo Michel Temer e dirá que a reforma da Previdência é "sem dúvida a de maior importância". Sem fala nem aparição do presidente, umas das peças publicitárias, a que o blog teve acesso, diz que, sem a reforma, o sistema pode entrar em "colapso". "A reforma não é uma imposição, é uma necessidade. E o presidente não vai fugir a ela", diz a inserção. O marqueteiro Elsinho Mouco, responsável pelo conteúdo, nega que Temer tenha evitado gravar para fugir de vaias ou das "panelas". "Ele vai gravar para o programa do PMDB no final do mês, e o programa tem dez minutos", disse.

Itapetim recebe R$ 10 milhões– Antes de abrir o novo modelo de seminários regionais em Afogados da Ingazeira na próxima quinta-feira, às 14 horas, o governador Paulo Câmara (PSB) cumpre agenda em Itapetim, o berço imortal da poesia. Lá, ao lado do prefeito Adelmo Moura (PSB), assina ordem de serviço, no valor de R$ 10 milhões, para obras de saneamento no município e inaugura uma ponte com recursos do FEM. A programação começa às oito da manhã, 40 minutos após o governador pousar na cidade paraibana de Patos.

Lista fechada– Políticos investigados e citados na Operação Lava Jato ocupam cargos de destaque no comando de nove dos dez partidos com maiores bancadas na Câmara dos Deputados. Esses dirigentes terão influência na definição dos candidatos que integrarão as listas partidárias fechadas, caso essa forma de votação para eleição de deputados federais, estaduais e vereadores seja aprovada pelo Congresso. Todos negam qualquer irregularidade. A lista fechada vem sendo articulada pelos presidentes da Câmara e do Senado, com aval do presidente Temer e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes.

Santa Misericórdia – O deputado federal Fernando Monteiro (PP) visitou, ontem, a Santa Casa de Misericórdia do Recife. Após reunião com o superintendente executivo, Fernando Costa, o parlamentar se comprometeu a liberar recursos para a entidade junto ao Ministério da Saúde. "O trabalho filantrópico feito pela Santa Casa ajuda muita gente. Vou batalhar para que essa instituição continue cuidando dos pernambucanos", pontuou Fernando, que é do mesmo partido do ministro Ricardo Barros, o PP.

PT ou movimentos sociais?– O deputado Sílvio Costa (PTdoB), que esteve presente na comitiva do ex-presidente Lula em Monteiro, disse que as despesas do mega evento foram pagas pelo diretório nacional do PT. Na Paraíba, o secretário de organização estadual do PT, Jackson Macedo, deu outra versa, livrando a cara do partido e do Governo da Paraíba. Segundo ele, quem bancou foram os movimentos sociais, entre os quais a CUT e o MST. Quem está falando a verdade?

CURTAS

VIOLÊNCIA – Em muitos Estados do País a problemática da falta de segurança está em alta. E, infelizmente, no sertão esta realidade não é diferente. Para ajudar os prefeitos no combate à violência, o deputado federal Kaio Maniçoba (PMDB) pediu ao ministro da Justiça, Osmar Serraglio, a criação de um Plano de Ações voltado para vários municípios do Sertão.

FILIADO– Na manhã de ontem, o escritor e advogado Antônio Campos recebeu um informativo, assinado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Domingos Meirelles, sobre a aprovação da sua proposta de filiação ao órgão. Agora, Campos é colaborador da ABI, categoria que lhe confere amplos direitos sociais, como votar na eleição que a Associação promove anualmente.

Perguntar não ofende: Fundo partidário pode bancar festa com o perfil eleitoral que se deu em Monteiro?

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