Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Faltou defesa para Cadoca

Magno Martins, | sex, 28/04/2017 - 09:27
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Se vivo fosse, o ex-presidente do PDT, Leonel Brizola, jamais teria agido de forma tão ditatorial, covarde e tacanha quanto o atual dirigente da executiva nacional, Carlos Lupi, em relação à expulsão sumária do deputado pernambucano Carlos Eduardo Cadoca dos quadros da legenda, só porque contrariou decisão partidária votando a favor da reforma trabalhista.

Lupi sequer deu um telefonema para Cadoca. Preferiu ligar para o presidente estadual da legenda, Wolney Queiroz, mas já com a decisão tomada, apenas para informar que estava desligando o parlamentar da agremiação partidária. Nem a Wolney, porém, transmitiu com clareza qual procedimento tomaria. Imediatamente Wolney deixou Cadoca informado, mas pensado que seria aberto um processo de expulsão pelas vias naturais, dando direito à defesa.

Mas o seu ato foi ad referendum, ou seja, sem direito de defesa. Isso é coisa de ditador, de quem acha que presidir um partido é adotar o chicote como instrumento para açoitar subordinados e não o diálogo como arma democrática e necessária. Na votação da reforma trabalhista, todos os partidos se depararam com posições semelhantes à de Cadoca, e não se conheceu, ontem, com exceção do PSB, que destituiu quatro dirigentes estaduais, mas não os expulsou, ato tão extremo.

O estranho disso tudo é que, lá atrás, Lupi não agiu da mesma forma quando os deputados Geovani Cherini (RS), Sérgio Vidigal (ES), Flávia Moraes (GO), Mário Heringer (MG), Subtenente Gonzaga (MG) e Hissa Abrão se insurgiram contra o partido votando a favor do impeachment da então presidente Dilma. Ao contrário de Cadoca, tiveram direito a defesa seguindo as instâncias partidárias convencionais. No final, apenas Geovani foi expulso. Os demais foram punidos, com 40 dias de suspensão do mandato representando a legenda.

Dois pesos, duas medidas. Cadoca, na verdade, errou, embora seus argumentos sejam convincentes em cima da tese de que o País não pode prescindir das reformas. Qualquer politico filiado a um partido, entretanto, pode pensar e agir diferente, exercitando o contraditório. Só não no PDT enquanto o ditador Lupi estiver com o chicote na mão.

CENÁRIO SEM LULA– As novas suspeitas contra o ex-presidente Lula, acusado de corrupção por ex-executivos de empreiteiras, fez com que o PT passasse a incluir em suas análises internas do cenário político e discussões sobre estratégias a possibilidade concreta de não contar com o seu líder máximo na disputa eleitoral de 2018. O receio é que uma condenação em segunda instância na Operação Lava Jato o torne inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. A reação do PT às novas suspeitas é reforçar o empenho na defesa de Lula tanto nas ruas quanto nas redes sociais. Ninguém no partido ousa questionar ou cobrar explicações do ex-presidente.

Em favor das crianças– Na passagem por Brasília esta semana, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), assumiu a vice-presidência do movimento Crianças e Adolescentes, da Frente Nacional dos Prefeitos, durante o IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável. Na ocasião, Raquel assinou termo de adesão dos municípios selecionados para implantação de metodologia de proteção a crianças e adolescentes em cidades com eventos populares. A tucana representou os demais municípios ao lado do ex-presidente da FNP, Márcio Lacerda e do embaixador da União Europeia no Brasil, João Cravinho.

Baixa em secretariado Completado quatro meses do seu segundo mandato, a prefeita de Arcoverde, Madalena Britto (PSB), teve, ontem, a primeira baixa em seu secretariado: a esposa do deputado estadual Eduíno Brito (PP) e secretária de Assistência Social de Arcoverde, Patrícia Costa de Brito Cavalcanti. Ela reuniu toda a equipe na sede da Secretaria em torno de um café da manhã e anunciou a decisão. Alegou questões pessoais. Não estaria conseguindo conciliar seu trabalho com outras atividades.

Rombo nas contas– As contas do Governo Federal registraram rombo recorde no mês de março e no primeiro trimestre deste ano, segundo números divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional. Somente em março, as despesas do Governo superaram as receitas com impostos em R$ 11,06 bilhões - o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1997. De janeiro a março, o chamado déficit primário totalizou R$ 18,29 bilhões, também o pior para o período em 21 anos.

Voto pessoal O secretário estadual de Administração, Milton Coelho, esclarece que não representou o governador Paulo Câmara não reunião do diretório nacional na qual foi fechada posição contrária às reformas trabalhista e previdenciária. Acrescente que também não votou em nome do governador, porque como membro da executiva nacional há mais de 15 anos, escolhido ainda pelo ex-governador Miguel Arraes, tem direito a voto no diretório. “Fui ao encontro como integrante da executiva como sempre faço em momentos importantes da vida partidária do PSB”, observa.

CURTAS

CANDIDATO–Na passagem ontem por Pernambuco, o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo Pereira, disse que o deputado Jair Bolsonaro pediu para sair do partido, mas ressaltou que a legenda não ficará sem candidato próprio à Presidência da República em 2018. Ele disse que o partido já tem um nome para substituir Bolsonaro, mas não quis antecipar. Everaldo veio a um encontro organizado pelo presidente estadual do PSC, deputado André Ferreira.

ACIMA DO TETO– O STF autorizou, ontem, que um servidor receba remuneração maior que o teto previsto na Constituição – atualmente de R$ 33,7 mil – caso acumule dois cargos públicos, somando o salário de cada um. A decisão vale para aqueles casos em que a própria Constituição permite o exercício de duas funções, como por exemplo, de funcionários de determinado órgão que também são professores numa universidade federal, ou de médicos que acumulam dois postos na rede pública.

Perguntar não ofende: Renan vai ter força no Senado para derrotar a reforma trabalhista aprovada na Câmara?

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