O começo do apocalipse do governo Michel Temer

Edmar Lyra, | sex, 25/11/2016 - 15:30
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Desde que assumiu a presidência da República em maio, Michel Temer conseguiu imprimir um ritmo político um pouco melhor do que a sua antecessora Dilma Rousseff, ao emplacar o presidente da Câmara Rodrigo Maia, aprovar a PEC 241 na Câmara e outras importantes vitórias no Congresso, e vinha bem na condução da economia e relativamente satisfatório na condução política apesar de não ostentar elevados índices de aprovação.

Porém os últimos dias foram de uma intensa agenda negativa para o governo, como a piora da expectativa sobre a economia e o pedido de demissão do ministro da Cultura Marcelo Calero por sofrer pressão do ministro da secretaria de governo Geddel Vieira Lima para aprovar um empreendimento imobiliário em Salvador pelo Iphan.

Temer em vez de demitir imediatamente Geddel, preferiu mantê-lo no cargo, o que causou a ira de Calero, que não só denunciou a tentativa de Temer de influenciá-lo a aprovar o projeto do interesse de Geddel como teria gravado a conversa do presidente. A mídia nacional já deve divulgar pelos próximos dias o áudio que pode cair como uma bomba nas pretensões de Michel Temer de continuar ileso no cargo.

Há uma insatisfação generalizada com o meio político por parte da sociedade brasileira, e os movimentos do governo Temer neste sentido bem como a tentativa da Câmara dos Deputados de anistiar o caixa dois foram explosivos no sentido de tentar imprimir o mínimo de credibilidade do governo pelos próximos meses e consequentemente guiar o país rumo à saída da crise econômica.

Hoje é impensável impeachment de Michel Temer, uma vez que ele construiu uma sólida base de sustentação no Congresso, mas é importante ressaltar a ação que tramita no TSE que pode cassar a chapa Dilma/Temer, o que obrigaria o país a ter uma nova eleição para ocupar o cargo de presidente, que provavelmente seria indireta caso seja efetivada em 2017. Se Temer continuar patinando como foi nos últimos meses pode acabar encorajando o TSE a cassar o seu mandato. Ou seja, o governo Temer ganhou contornos apocalípticos e pode ter seu fim decretado caso haja novos desdobramentos que o deixem insustentável.

Volta - Caso o governo Temer comece a degringolar, o ensaio de rompimento de Bruno Araújo com o governador Paulo Câmara pode perder força e com isso Bruno voltaria a considerar a hipótese de tentar o Senado pela Frente Popular em 2018. O Palácio do Campo das Princesas voltaria a respirar aliviado.

Anistia - A tentativa de anistia para caixa dois em campanhas eleitorais por parte do Congresso Nacional na votação das dez medidas contra a corrupção é uma evidência clara de que a classe política está muito distante dos seus representados. Eles chegam ao Congresso amparados pelo poderio financeiro e acabam se achando acima do bem e do mal.

Dobradinha - O prefeito Lula Cabral já iniciou costuras no sentido de lançar Fabiola Maciel, sua filha, e seu irmão Everaldo Cabral para a Alepe. Um nome que pode ser apoiado por Lula para a Câmara Federal em 2018 no Cabo de Santo Agostinho é André Ferreira (PSC) que sairia praticamente eleito com os votos de Recife, Jaboatão e Cabo.

Palestra - A Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco, por meio da Empetur, promove, nesta sexta-feira (25), das 9h30 às 11h, uma palestra para os militares da Força Aérea que irão entrar em reserva ou aposentadoria. O evento, organizado em parceria com o CINDACTA, será realizado no Hotel Barramares, em Boa Viagem, e contará com uma série de atividades voltadas para minimizar os impactos decorrentes da passagem do estágio de trabalho ativo para a inatividade, disponibilizando ferramentas que possibilitem a inserção de novos projetos pessoais.

RÁPIDAS

Difícil - Apesar de ser um bom quadro público, o deputado federal Tadeu Alencar já tinha dificuldades de reeleição em 2018, com os desdobramentos da Operação Fair Play, sua tentativa de voltar para a Câmara Federal deve ficar mais complicada.

Geração Y - "Vão encarar vários problemas ao tentar se empregar de novo (na crise financeira). Muitos não temem e pedem demissão porque não gostam do trabalho ou quando o chefe fala alto ou quando querem viajar. Se essa geração não se empregar agora, pode ser que, quando ela retorne ao mercado de trabalho, várias carreiras ou funções tenham acabado e várias novas funções tenham surgido", prevê Eline Kullock, especialista em RH, no Ponto a Ponto (BandNewsTV, sábado, 23h). A atração é apresentada pela jornalista Mônica Bergamo e pelo sociólogo Antonio Lavareda.

Inocente quer saber - Se Michel Temer cair, o Brasil já pode pedir música no Fantástico?

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