Com greve dos médicos, situação dos postos se complica

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) anunciou que foram suspensos todos os atendimentos eletivos

por Jameson Ramos | qui, 18/01/2018 - 09:51
Compartilhar:

 

Em greve por tempo indeterminado, médicos da rede municipal de Saúde não compareceram as Unidades de Saúde da Família (USF), nem aos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) nesta quinta-feira (18). Eles reivindicam pela melhoria salarial, melhores condições de trabalho e pela segurança nos locais onde atuam. A decisão de paralisar as atividades, deixando apenas urgência, emergência e maternidade, foi acatada por unanimidade, segundo informa o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), suspendendo todos os atendimentos eletivos.

Embed

Na Unidade de Saúde da Família de Chão de Estrelas, Zona Norte do Recife, apenas os atendimentos de odontologia e Nasp (responsável pelas áreas nutricional e psicológica da unidade) estavam normalizadas nesta quinta. Muitas pessoas, que não sabiam da paralisação, na tentativa de conseguir marcar uma consulta, chegaram às 2h da madrugada, em um posto que só começa os atendimentos a partir das 7h30. 

Muitas foram as reclamações dos moradores da região: falta de material era um dos maiores problemas. Uma pessoa que trabalha na unidade, e não quis se identificar, informou que muitas vezes falta pinça (utilizada para os exames de prevenção ginecológica) e até gases.

Sueli Maria, moradora do bairro há 9 anos, reclama da quantidade de fichas que são disponibilizadas diariamente. Hoje um papel fixado na frente do posto de saúde informava que apenas 14 adultos e 7 crianças conseguiriam marcar consultas com o dentista. “E tem outra coisa, se eu pegar para mim, não posso pegar para o meu filho; e isso é para qualquer área. Se uma pessoa da minha família estiver morrendo e eu também, a gente precisará escolher quem vai morrer. Isso é um absurdo”, reclama.

No CAPS José Carlos Solto, localizado no bairro do Torreão, os médicos também não compareceram. Apenas a triagem (consulta preliminar, para saber quais serão as demandas) está sendo feita por um dos funcionários do local.

Este Centro é um dos mais movimentados, segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco. Mas nesta quinta-feira, diante da paralisação, apenas três pessoas estavam no local. Um homem, que não quis se identificar, esperava atendimento há cerca de 2 horas. "Não tinha ninguém para nos atender, nem o pessoal da recepção está aqui", reclamou.

| | | Link:
Compartilhar:

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando