O parecer do senador Antônio Anastasia (PSDB) pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi aprovado, nesta sexta-feira (6), por 15 votos a cinco na comissão especial que analisa a matéria no Senado. Apenas o presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB) não votou.
A sessão para a votação do texto do tucano foi iniciada com tumulto entre os senadores Lindemberg Farias (PT) e Cássio Cunha Lima (PSDB) e precisou ser suspensa por alguns minutos.
##RECOMENDA##Antes da votação, os líderes encaminharam os votos, 11 partidos se posicionaram a favor e 3 contra. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) encaminhou o voto do bloco do governo. Segundo ela, o relatório não justifica o afastamento da presidente. Para ela, Dilma enfrenta o processo de impeachment por "contrariar a elite do país” ao investir em programas sociais por "não ser afeita aos jogos da política". “Temos uma presidenta que não dá tapinhas nas contas, que não fica conversando sobre cargos”, apontou.
Contrariando a petista, o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que “a fraude fiscal” pela qual a presidente Dilma Rousseff está sendo julgada empurrou o Brasil para a maior crise de sua história. Rebatendo as críticas de que haverá supressão de direitos trabalhistas em um eventual novo governo, o líder do PSDB disse que nada atenta mais contra os trabalhadores do que o desemprego — “e o país tem hoje 11 milhões de desempregados”.
A votação conclui o período de 11 dias de trabalho durante os quais a comissão analisou o impeachment. A decisão do colegiado segue para apreciação do Plenário. Na segunda-feira o texto será lido na íntegra na Casa e, 48 horas depois, na próxima quarta (11), os parlamentares decidem definitivamente se o inquérito será aberto ou não.
Caso o Plenário decida pelo andamento do processo, a presidente será afastada por até 180 dias. Neste período quem assume o comando do país é o vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Veja como votou cada membro da comissão: