Tópicos | 50m costas

A pernambucana Etiene Medeiros, primeira mulher brasileira campeã mundial de natação, aproveitou o fim de ano para se aproximar da família na sua terra natal. Mas, de olho na seletiva que garante vaga nas olimpíadas de Tóquio em 2021, ela tem usado a estrutura do parque Santos Dumont para se manter em forma. O torneio classificatório acontece em abril do próximo ano, no Rio de Janeiro. 

O parque aquático do Centro Esportivo Santos Dumont, em Boa Viagem, virou o QG da nadadora campeã do mundo em 2017 nos 50m costas neste fim de ano e foi alvo de elogios por parte dela. "Fico muito feliz de ver o nosso berço, que lançou atletas como Adriana Salazar, Joanna Maranhão, ter um espaço como esse. Posso dizer que Pernambuco está em outro nível”, disse Etiene.

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Por aqui ela deve ficar até 10 janeiro treinando no Santos Dumont e espera que até lá a tão esperada vacina chegue, mas enquanto isso vai seguir trabalhando com foco no ciclo olímpico. "Estou com os pés no chão e muito empolgada para voltar ao cem por cento. Vou aproveitar a piscina de 50m do Santos Dumont para intensificar toda a parte de treinamento, já que passei o ano inteiro treinando em piscina de 25m, então esse período vai fazer bastante diferença no meu planejamento para o ano que vem”, ressaltou.

A pernambucana Etiene Medeiros volta às águas nesta terça-feira (6) para disputa de sua última competição em 2016. A nadadora, junto com a delegação brasileira, disputará o mundial de Piscina Curta, de 25m, que está sendo realizado em Windsor, no Canadá. Na competição, ela, inclusive, irá defender seu título dos 50m costas, que foi conquistado em 2014, na edição de Doha, no Catar, quando também se tornou a primeira mulher a subir em pódios em mundiais.

Etiene é um dos principais nomes da delegação brasileira enxuta que foi enviada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) para o Mundial. Além dela, outros 12 atletas integram a equipe. No masculino Nicholas Santos, Felipe França e Leonardo de Deus são os maiores destaques. Há a expectativa que a pernambucana dispute além dos 50m costas, as categorias de 50m livre (a qual conquistou o índice) e integre a equipe de revezamento 4x50m livre misto.

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A indecisão quanto a duas últimas citadas, se deve ao desgaste referente ao ano de competições olímpicas, onde o Brasil não conseguiu nenhuma medalha. Os demais países, inclusive, também não enviaram seus principais atletas para a competição que fecha o ano dos esportes aquáticos.

Após um 2013 de títulos, recordes e índices alcançados, Etiene Medeiros iniciou a preparação para a próxima temporada com um misto de projeção e nostalgia. Isso porque a recifense de 22 anos, “caiu na água” das piscinas do Parque Aquático Adolfo Teixeira, na Ilha do Retiro - local onde nadou durante a infância. Em entrevista ao Portal LeiaJá, a atleta do Sesi-SP contou sobre a evolução e as expectativas até 2016. “Quando vejo as propagandas das Olimpíadas na TV me arrepio toda, fico energizada. É algo revigorante. Eu sei que posso e quero conquistar uma medalha olímpica”, revelou.

Etiene Medeiros fechou 2013 com um desempenho impressionante. No Mundial de Barcelona, a recifense ficou com a quarta colocação nos 50m costas, a melhor marca já conquistada por uma brasileira. Na Copa do Mundo de Tóquio – na mesma modalidade – o resultado foi a medalha de ouro. Por fim, bateu o recorde no Troféu Open de Natação, em Porto Alegre, com 28s11. “Espero manter a evolução em 2014, porque sei que se conseguir permanecer nessa progressão estarei muito próxima da meta de chegar forte em 2015 e me garantir nas olimpíadas”, projetou a nadadora.



Evolução em 2013
A recifense começou o último ano com uma notícia não tão boa. Então atleta do Flamengo, Etiene Medeiros recebeu a notícia de que o clube não teria mais atividades na equipe de natação profissional. A nadadora se mudou do Rio de Janeiro para a capital paulista e passou a nadar pelo Sesi. “Foi onde tive uma evolução muito intensa. São Paulo é bem diferente de Pernambuco. O povo, o ritmo da cidade. Estranhei um pouco no início, mas aprendi muito. O nível preparação é muito bom e os treinamentos são sempre fortes”, falou. E completou: “Lá, eu treino dia a dia com alguns dos melhores nadadores do Brasil”.

Em São Paulo, Etiene passou a treinar sob os mínimos cuidados do técnico e coordenadorda natação feminina da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Fernando Vanzella. A recifense ainda conta que o novo treinador abriu novas perspectivas que a fizeram evoluir em outras modalidades. “Eu sempre nadei os 50 metros costas. Vanzella foi quem conversou comigo e me mostrou que poderia melhorar muito nos 100 metros também. Hoje, os 100 metros costas é o meu foco, a prova que pode me colocar nas Olimpíadas. A mudança praticamente redirecionou minhas estratégias. Tenho aprendido e melhorado muito”, revelou Etiene Medeiros.

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Referência
Pode soar antagônico e até estranho, mas a atleta de 22 anos se tornou referência e é uma das mais experientes da natação brasileira. “Isso acontece porque existe uma renovação. Muitas atletas boas estão se aposentando”, explica Etiene. “Acho que a mais ‘velha’ da seleção, hoje, é Daynara (de Paula), que tem 24 anos”. 

Por ter se tornado referência e número 1 da natação brasileira no nado costas feminino, Etiene revelou receber mensagens de atletas mais jovens pedindo dicas. “É interessante, agora, vem muita gente falar comigo: ‘olha, eu nadei assim e tive tal desempenho, como posso melhorar?’. Recebo muitos e-mails e respondo o máximo que posso. Isso é muito legal.”

Nostalgia e decepção
As águas do Parque Aquático Adolfo Teixeira, na Ilha do Retiro, aguçam as memórias de Etiene Medeiros. Foi lá onde a pernambucana nadou durante quase toda infância. "Era muito bom. Essa piscina ficava lotada de crianças, de um canto a outro", lembra. Diferente do situação atual. Enquanto a reportagem do Portal LeiaJá conversava com Etiene, as turmas de natação do Sport Club do Recife estavam em aulas. Porém, não mais como à época de quando a recifense deixou o clube, em 2004. "Diminuiu muito a quantidade de alunos e nadadores. Não só aqui em Pernambuco, no Nordeste. Acredito que essa mudança tem acontecido por falta de incentivos, sabe?"

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