Nesta segunda-feira (30), o Teatro de Santa Isabel vira palco da comemoração dos 82 anos da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR), a mais antiga em atividade no Brasil, situada entre as melhores e mais atuantes orquestras do Norte Nordeste. Na ocasião, o programa do concerto traz a obra Madei-Mamoré, do recifense Manoel Nascimento, e a Sinfonia n° 6, opus 74 - Patética, do russo Peter Ilitch Tchaikovsky (1840-1893), com regência do maestro Osman Giuseppe Gioia.
Madei-Mamoré é dividido em cinco temas. O primeiro, intitulado Verde, faz referência à Floresta Amazônica. A melodia é feita pelo fagote com o acompanhamento das cordas. O segundo, Modinha, é uma canção em alusão à lenda do boto, que na época da lua cheia conquistava as garotas dos vilarejos perto das margens dos rios. O terceiro tema, Sentimental, é uma canção de amor entre um índio e uma branca, cuja melodia é feita pelo corne inglês, nome dado ao instrumento de sopro de sonoridade melancólica. Camaleão é o quarto tema, que faz lembrar o movimento do trem de ferro através de cordas e percussão. O quinto e último tema é intitulado Memory, balada em homenagem ao milionário americano Percival Farquar, que terminou a estrada de ferro Madeira-Mamoré, ligação de Mato Grosso com o Atlântico pelos rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas. Composta em 1893, a Sinfonia n° 6, Opus 74 chamada Patética é a última obra publicada do compositor russo. De composição sombria, com explosões de fúria e grande lirismo, a obra foi criada com a pretensão de desencadear fortes emoções.
Fundada em 1930 pela Sociedade de Concertos Populares, a OSR, inicialmente, recebeu o nome de Orquestra Sinfônica de Concertos Populares. Em 1949, ao passar para a administração municipal, recebeu o titulo que ostenta até hoje. O concerto inaugural aconteceu no Teatro Santa Isabel, tendo à frente um dos idealizadores da Orquestra, o maestro Vicente Fittipaldi, que regeu o grupo até 1961. A partir de 1962, o maestro passou a dividir os concertos com o regente assistente Mário Câncio. Nos anos seguintes, nomes como Guedes Peixoto, Eleazar de Carvalho, Eugene Egan, Arlindo Texeira, Diogo Pacheco e Carlos Veiga passaram pela regência da OSR. Desde 2001, a direção artística e a regência titular estão sob o comando do meastro Osman Giuseppe Gioia.
Versátil e formada por músicos e regentes talentosos, a Orquestra Sinfônica do Recife transita entre a música popular brasileira e a erudita. Além de já ter se apresentado com compositores ilustres, a exemplo de Dado Villa-Lobos, Francisco Mignone, Marlos Nobre e Guerra Peixe, a OSR já realizou concertos com artistas como Edu Lobo, Lenine, Mônica Salmaso, Francis Hime, entre outros. Nas últimas temporadas, a orquestra incluiu em seu repertório músicas de Chico Science, Beatles e Pink Floid. A entrada para o concerto de aniversário é gratuita.
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Confira o programa:
Manoel Nascimento
Madei-Mamoré
Fantasia para orquestra com cinco temas
(Primeira audição mundial revisada)
Verde
Modinha
Sentimental
Camaleão
Memory
Peter I. Tchaikovsky
Sinfonia nº 6, opus 74 - Patética
I - Adagio – Allegro non troppo
II - Allegro con grazia
III - Allegro molto vivace
VI - Finale — Adagio lamentoso