Tópicos | abertura comercial

Pelo menos na área comercial, a globalização ainda não chegou ao Brasil. Em meio aos esforços do governo Michel Temer para abertura de mercados aos produtos nacionais, em especial os agrícolas, os rankings mostram que o País continua entre as economias mais fechadas do mundo. Na pesquisa mais recente do Banco Mundial, com 188 nações, o País só é mais aberto ao comércio que Nigéria e Sudão.

Economistas dizem que os dados são claros em demonstrar que o Brasil é, de fato, um dos mais fechados do mundo. O economista Simão Davi Silber, professor da USP e especialista em economia internacional, é taxativo: "Quem tem alguma familiaridade com as estatísticas sabe que, na parte comercial, estamos fora do mundo".

##RECOMENDA##

Pelos dados do Banco Mundial, relativos a 2015, o Brasil possui índice de 20,84% de abertura comercial (soma de exportações e importações em relação ao PIB). A média mundial é de 45,19%.

O que aparentemente é positivo para a economia nacional - já que em tese favorece a produção da indústria local -, torna-se um empecilho ao crescimento. Ao dificultar a importação de máquinas e equipamentos, o País pune empresas que querem se modernizar, diz Silber.

Entre o fim dos anos 90 até a crise de 2008, houve um forte crescimento do comércio global. "Mas, nesse período, o Brasil teve uma perda dupla: em função do pouco acesso à tecnologia e aos serviços internacionais e à perda desse mecanismo de alavancagem de crescimento", diz o economista Mauro Schneider, da MCM Consultores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto o Coeficiente de Exportação do setor industrial se manteve praticamente estável em 2014, indicando que a indústria do País não conquistou espaço no mercado internacional, o Índice de Penetração de Importações bateu novo recorde no ano passado. E, como a quantidade de insumos importados pelo setor também cresceu em 2014, o coeficiente líquido da indústria de transformação calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ficou negativo em 1%.

O Coeficiente de Exportação da Indústria geral encerrou 2014 em 18,8%, ou seja, esse é o porcentual da produção industrial brasileira que foi vendido ao exterior no passado. Em 2013, o indicador havia ficado em 19%. Considerando apenas a indústria de transformação, o índice de exportações se manteve estável em 15,3% nos dois últimos anos.

##RECOMENDA##

De acordo com a CNI, dentre 23 segmentos da indústria considerados, apenas as companhias de metalurgia, couros e calçados, celulose e papel, madeira, alimentos e máquinas e equipamentos apresentaram aumento no coeficiente de exportações no ano passado. Já os segmentos de fumo e outros materiais de transportes apresentaram as maiores retrações na proporção de vendas ao exterior.

Já o Coeficiente de Penetração das Importações continuou trajetória de alta em 2014, indicando que produtos fabricados fora do Brasil têm cada vez mais participação no mercado nacional. No ano passado, esse indicador chegou a 22%, o patamar mais elevado desde 1996, quando a CNI começou a elaborar esse estudo. Na comparação com 2013, o crescimento foi de 0,6 ponto porcentual. Considerando apenas a indústria de transformação, a alta foi de 19,8% para 20,4% no ano passado.

Da mesma forma, o indicador que mede o uso de insumos importados pela indústria nacional também cresceu em 2014. Com uma elevação de 0,8 p.p. em relação a 2013, o coeficiente chegou a 24,2% no ano passado, um patamar também inédito na série histórica da CNI. Desde 2010, esse indicador vem apresentando elevações anuais consecutivas. Na indústria de transformação, o coeficiente é ligeiramente maior, de 24,9%.

A CNI também mede o Coeficiente Líquido de Exportações, que compara o volume exportado pela indústria com a quantidade de insumos importados pelo setor. No caso da indústria geral, houve uma queda de 0,8 p.p. em relação a 2013, mas o indicador se manteve positivo, em 3,5% em 2014. Já para a indústria de transformação, o coeficiente ficou abaixo de zero pelo segundo ano consecutivo, passado de -0,1% em 2013 para -1% no ano passado.

A participação dos importados no consumo industrial bateu recorde de abril a junho, de acordo com a série histórica trimestral da Confederação Nacional da Indústria (CNI) iniciada em 2007. O coeficiente de importação do segundo trimestre atingiu 21,1%, depois de apontar 21% no primeiro trimestre do ano.

O dado integra a pesquisa Coeficientes de Abertura Industrial, divulgada na manhã desta quinta-feira, 15. O estudo aponta que a recente alta do câmbio poderá reduzir as importações nos próximos meses e favorece a recuperação da produção industrial interna.

##RECOMENDA##

O coeficiente de importação teve seu patamar mais baixo no primeiro trimestre de 2010, quando ficou em 15,9, aponta a série histórica da CNI. Desde então, a trajetória de alta se mantém. O estudo analisa, a partir do segundo trimestre de 2007, os valores de exportações, importações e produção industrial acumulados.

O trabalho tem parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) e considera o crescimento do coeficiente de penetração das importações em 12 setores da indústria de transformação. "A valorização do câmbio nos últimos meses amenizou o ímpeto importador, mas o contínuo aumento do coeficiente de importação reflete a perda da competitividade da industrial nacional frente a seu concorrente estrangeiro", diz o economista da CNI Marcelo Azevedo.

Exportação

A pesquisa da CNI aponta que, além do aumento das importações no consumo doméstico de bens industriais, caiu a participação das exportações no faturamento das empresas. O coeficiente de exportação registrou 19,2% no segundo trimestre, uma queda de 0,3 ponto porcentual em relação ao primeiro trimestre do ano. Segundo a confederação, a fraca demanda externa pelos produtos brasileiros e a queda dos preços internacionais explicam a perda no coeficiente de exportação no período.

No comparativo trimestral, houve queda no coeficiente de exportação em nove setores da indústria de transformação, dentre eles: metalurgia (1,1 ponto porcentual), máquinas e equipamentos (0,9 ponto porcentual) e têxteis (0,9 ponto porcentual).

O coeficiente de penetração das importações, que mede a participação de bens importados no consumo doméstico, atingiu 21,6% em 2012, o maior valor da série histórica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), iniciada em 1996. Em 2011, o coeficiente fechou em 19,5%. Segundo a CNI, o crescimento na participação dos importados evidencia a perda de competitividade dos produtos industriais nacionais frente aos importados.

O coeficiente de insumos importados, que representa a participação desses itens no total de insumos adquiridos pela indústria, registrou 23,2% no ano passado, um aumento de 1,9 ponto porcentual na comparação com 2011 e também recorde da série histórica iniciada em 1997. Os números fazem parte do estudo Coeficientes de Abertura Comercial do ano de 2012, divulgado nesta segunda-feira pela CNI.

##RECOMENDA##

Já o coeficiente de exportação, que corresponde à parcela da produção industrial que é vendida no mercado internacional, fechou 2012 em 20,6%. Segundo a CNI, é a primeira vez desde 2007 que o faturamento da indústria com exportação supera a marca de 20%. No entanto, o valor recorde ainda é de 2004, quando fechou em 22,9%. Segundo a CNI, a desvalorização cambial ocorrida no início do ano passado e as desonerações tributárias para vários setores da indústria deram suporte aos maiores ganhos com exportações, auxiliando no crescimento do indicador.

O coeficiente de exportações líquidas, que é a razão entre o saldo comercial e o valor da produção, ficou em 6,1% em 2012, apenas 0,1 ponto porcentual abaixo de 2011. A CNI informa que o porcentual está bem abaixo do nível máximo da série histórica registrado em 2005, de 11,8%.

O economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo, disse nesta quinta-feira que ainda será necessário um período mais longo com o dólar estável, e no atual patamar de R$ 2,00, para que a indústria passe a substituir os insumos importados por matéria-prima nacional. Segundo ele, a mudança exigiria novos investimentos.

Azevedo avalia que permanece a tendência de aumento da participação das importações no consumo doméstico. O coeficiente de penetração de importações, que considera tanto o consumo final das pessoas quanto o de insumos pela indústria, bateu recorde ao atingir 22,2% no acumulado em 12 meses, até março de 2012. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela CNI. Para Azevedo, a substituição do consumo de bens acabados importados por produtos nacionais levará algum tempo. O economista destaca que o câmbio não é o único fator que retira competitividade das empresas brasileiras.

##RECOMENDA##

Na indústria de transformação, a participação de insumos importados na produção dobrou em uma década, atingindo também valor recorde. Passou de 10,5%, em 2002, para 21,1% no acumulado em 12 meses até março deste ano. O setor que mais chamou a atenção foi o de vestuário, onde a entrada de importados subiu de 10,6% em 12 meses até dezembro de 2011 para 12% até março deste ano. No final de 2010, era de 7,4%.

Até o final do primeiro trimestre deste ano a tendência de aumento das exportações na participação no valor da produção industrial permaneceu até o final do primeiro trimestre. Foi de 18,1% no acumulado em 12 meses até março. Na indústria de transformação, foi de 15,2% e na indústria extrativa alcançou 72,3% no período. "As exportações estão ganhando importância. Esta é a tendência recente", afirmou.

A participação dos produtos importados no mercado brasileiro de bens industriais atingiu 22,2% no acumulado dos 12 meses encerrados em março deste ano. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o novo patamar é recorde para a série histórica iniciada em 1996. O coeficiente de penetração de importações considera tanto o consumo final das pessoas quanto o de insumos pela indústria.

O coeficiente de penetração das importações está 0,3 ponto porcentual acima do recorde anterior, de 21,9%, registrado no último trimestre de 2011. Segundo a pesquisa, realizada pela CNI em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), com exceção do ano de 2009, o índice de participação de produtos importados no mercado brasileiro sobe desde 2003 e acumula crescimento superior a 10 pontos porcentuais.

##RECOMENDA##

Já o coeficiente de participação das exportações, que mostra a evolução da proporção das vendas externas no valor da produção industrial, atingiu 18,1% no acumulado dos 12 meses encerrados em março. Foi um aumento de 0,2 ponto porcentual frente ao registrado no fim de 2011. Mesmo assim, o índice está abaixo do teto histórico, de 20,4%, registrado em 2006.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando