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Durante reunião pública na Câmara Municipal do Recife, nesta quarta-feira (13), sobre o projeto de lei de autoria do Poder Executivo nº11/2018, que regulamenta Uber e afins, o vereador Aerto Luna (PRP) fez críticas diversas ao aplicativo. O parlamentar apresentou 17 emendas à proposta original que, segundo ele, foi fruto de um diálogo no qual escutou tanto taxistas como motoristas dos aplicativos. Aerto iniciou sua fala comparando o Uber a um câncer. “Não quero conversa com o Uber. Esse é um câncer (...) todo mundo sabe, mas não tem a coragem de falar”, declarou. 

Ao explicar cada uma das emendas, o vereador falou que é a sociedade que vai pagar lá na frente. “Chegaram dizendo que seria o melhor serviço com bombome chocolate”, disse pontuando que a realidade é outra. Aerto Luna também disse que o aplicativo não é um emprego e sim renda. “Isso é escravidão. Esse modelo de negócio não se sustenta, não funciona para o Brasil. Vamos ganhar [dinheiro] com dignidade, o que existe é a exploração da mão de obra”, continuou a criticar afirmando que o motorista do aplicativo tem direito a nada. 

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Em sua explanação para um público repleto de taxistas, Aerto contou que a empresa Uber está entre as mais reclamadas dos últimos 30 dias no site Reclame Aqui. “Uma empresa no top 10 de reclamações. Não estamos defendendo os taxistas, estamos principalmente defendendo o usuário, que é a principal peça. Não existe almoço de graça, depois vai ter que pagar a conta”, advertiu. Para ele, as pessoas insatisfeitas criticam porque não possuem um retorno sobre suas dúvidas ou reinvindicações. 

O vereador também perguntou qual seria o motivo pelo qual muitos motoristas dos aplicativos questionam a necessidade de um curso de qualificação se quem dirige ambulância, ônibus, transporte escolar e outros que trabalham com transporte remunerado precisam fazer. “Qual o problema de qualificar?”, indagou. 

Aerto Luna finalizou afirmando que esses serviços querem acabar com os táxis. “Todo mundo sabe que a finalidade é essa”, frisou. Em suas palavras finais, ele ainda alertou para o fato de que caso não haja limites, ninguém vai ganhar dinheiro. “Vai travar. A gente está em um País que não tem emprego, a pessoa quer fazer uma feira e o taxista não aguenta mais essa desigualdade. Não quero acabar com o Uber, quero lhe proteger sobre o que o Uber pode fazer com você. Não é porque meu pai foi taxista que estou nessa briga, estou há muito tempo, vi os prós e os contras. A Uber nunca deu lucro porque os investidores querem quebrar o sistema”.

Mais detalhadamente, o projeto de lei tratado 11/2018 dispõe sobre “a utilização do sistema viário para o transporte individual privado e remunerado de passageiros intermediados por plataformas digitais no município do Recife”. Ao todo, a proposta teve 23 emendas, sendo 17 formuladas por Aerto. As emendas apresentadas pelo vereador propõem certificações e exigências às empresas e motoristas que prestam o serviço de transporte individual por aplicativos. As mudanças propostas incluem a exigência de contribuição ao INSS e restrições a motoristas de veículos emplacados em outros municípios. 

Sobre o assunto, anteriormente, o vereador Jayme Asfora (PROS) disse que as emedas apresentadas pelo colega podem “inviabilizar” o funcionamento do aplicativo. 

Por sua vez, em entrevista ao LeiaJá, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) garantiu que o Uber não é concorrente de outro transporte. Ele defende uma proposta de um  um texto enxuto que regulamente só os itens básicos de segurança e dê “liberdade” aos municípios para criarem, se for de interesse de cada cidade, regras específicas de forma a conseguir a manutenção desse sistema.


Começando com mais de uma hora de atraso, a última sessão oficial da 15ª legislatura da Câmara Municipal de Vereadores do Recife encerrou, na manhã desta sexta-feira (21), após pronunciamento do presidente da Casa José Mariano, vereador Jurandir Liberato (PT), da líder da oposição, vereadora Priscila Krause (DEM) e do vereador líder do governo, Aerto Luna (PRP). Também na solenidade, o presidente da Câmara avisou que na próxima semana haverá sessão extraordinária para discutir a solicitação enviada pelo prefeito eleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), sobre a reforma administrativa.

Quem usou a tribuna primeiramente foi à líder da oposição, Priscila Krause, que no seu texto de três páginas fez fortes críticas a gestão do atual prefeito do Recife, João da Costa (PT). “Sem rumos de um projeto de governo para a cidade do Recife, perdeu-se no meio do caminho. Caiu no buraco do descrédito, descumpriu promessas, trocou a austeridade pela gastança irresponsável e o mais grave aconteceu quando uma luta enfurecida pelo poder abandonou de vez a cidade e o povo”, alfinetou a democrata em parte de seu discurso.

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Logo após o discurso da oposição, iniciou a fala do líder do governo na Câmara, vereador Aerto Luna. Ele foi um pouco menos demorado e entre justificativas e agradecimentos comentou os projetos realizados pelo governo nesses últimos anos. “Agradeço a confiança a mim depositada pelo prefeito João da Costa na indicação do meu nome pela liderança do seu governo... onde o desenvolvimento econômico, as obras estruturadoras e o compromisso social são as marcas importantes desta gestão”, alegou o vereador.

Por fim, veio à fala de encerramento da sessão, proferida pelo presidente da Casa José Mariano, Jurandir Liberato. No discurso ele fez um balanço das atividades na Câmara, como as várias audiências públicas, reuniões solenes e ordinárias, além dos requerimentos e projetos de resolução. Além disso, também agradeceu a todos e comentou os embates ocorridos. “Penso que os embates que tivemos foram importantes para consolidar o processo democrático. Discussões acaloradas sobre os mais variados assuntos, que interferem na vida da população e da cidade, ganharam voz na Câmara”, definiu Liberato.

No final da sessão foi anunciado expediente especial na próxima quarta-feira (26), às 10h, na Câmara Municipal. Na sessão extraordinária, em que não haverá nenhum subsídio aos vereadores, será votada a reforma administrativa solicitada pelo prefeito eleito, Geraldo Julio. Além dessa data, é possível que os vereadores se reúnam também nos dias 27, 28 e 29 de dezembro, datas em que o presidente prevê o término das mudanças necessárias da reforma, antes do término do ano. Com o recesso, as atividades na Câmara só voltarão em fevereiro.

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