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Juízes de Pernambuco organizam um ato na manhã desta terça-feira (4) contra propostas que tramitam no Congresso Nacional. A categoria alega que está havendo uma represália contra o judiciário.

O ato está marcado para começar às 10h no Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, área central do Recife. O movimento está integrado à mobilização nacional articulada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que realizará uma manifestação em Brasília na próxima quarta-feira (5). 

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Entre as medidas que a magistratura está contrária constam o Projeto de Lei do Senado (PLS) 280/2016, conhecido como Lei do Abuso de Autoridade, e o Projeto de Lei e Outras Proposições (PLP) 257/2016, um pacote de ajuste fiscal.

Segundo o presidente da Associação dos Magistrados de Pernambuco (AMEPE), desembargador Antenor Cardoso, as mudanças prejudicam as atividades das polícias, Ministério Público e magistratura. “O objetivo disso é continuar a roubalheira toda como está e não investigar nada”, ele acusou. 

Com relação ao PLS 280/2016, os manifestantes criticam, por exemplo, o artigo 13, que fala em “constranger alguém, sob ameaça de prisão, a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão da função, ministério ou ofício ou profissão, deva guardar segredo”, indicando uma detenção de um a quatro anos mais multa. “Se a pessoa disser que se sentiu constrangida, ela pode incriminar o agente, que vai passar a ser réu”, critica Cardoso.

O artigo 15 fala sobre penalização para quem utilizar uma algema em um preso que não ofereceu resistência à prisão, que não deve fugir ou oferecer perigo à integridade física dele ou de terceiro. “O texto fala sobre a integridade do preso, mas nós utilizamos as algemas para garantir a integridade do agente público”, pontua o presidente da AMEPE.

Os manifestantes também cobram uma valorização da carreira. Citam a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 62, de 2015, que desvincula os subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) da magistratura. Para Cardoso, a remuneração dos juízes ficaria limitada com a medida. 

Nesta quinta-feira (22), a Associação dos Magistrados de Pernambuco (AMEPE) publicou manifesto em apoio ao magistrado Luiz Rocha - titular da 1ª Vara Regional de Execuções Penais do Estado. A associação se declarou que repudia qualquer tipo de intimidação contra o juiz que exerce sua função de acordo com as leis e os princípios constitucionais vigentes.

Nota em apoio ao magistrado Luiz Rocha

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"A entidade condena as acusações assacadas por parte de instituições que não conhecem os problemas estruturais enfrentados pelos magistrados pernambucanos, e se arvoram em atacar de público a magistratura digna do Estado, notadamente se aproveitando de momentos de crise como o vivenciado nos últimos dias.

O problema da superlotação nos presídios de Pernambuco foi ocasionado ao longo dos anos, principalmente, pela ausência de investimentos por parte do Poder Público, quando se constata de forma evidenciada a não criação de novas vagas diante de uma política de encarceramento estabelecida para combater a criminalidade. Além disso, apesar dos significativos esforços empregados pelo juiz Luiz Rocha, é irracional delimitar mais de 16 mil processos para uma única Vara que não possui número de servidores suficiente para atender a demanda.

A AMEPE defende, ainda, a urgente implementação da Lei 12.714, sancionada em setembro de 2012, que determina sejam as informações sobre execução da pena, prisão cautelar e medida de segurança mantidas e atualizadas em um sistema informatizado, possibilitando a criação de um banco de dados que permitiria um melhor acompanhamento das penas pelos juízes das Varas de Execução Penal e, certamente, ajudaria na rapidez dos julgamentos dos benefícios." 

Foi revogado por unanimidade pelo plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a liminar que garantia proteção pessoal à juíza Fabíola Michele Muniz, do Poder Judiciário de Pernambuco. A decisão ocorreu em sessão ordinária na manhã desta terça-feira.

A liminar de proteção havia sido concedida em julho do ano passado pelo então conselheiro do CNJ, Ives Gandra Martins, à época relator do Pedido de Providências 0003484-67.2011.2.00.0000, protocolado pela juíza Fabíola e pela Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (Amepe).

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A proteção pessoal era solicitada sob o argumento de que a magistrada seria alvo de ameaças por conduzir processos contra policiais militares acusados de tortura. A juíza e a Amepe recorreram ao CNJ, no ano passado, após negativa do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) quanto ao pedido de proteção.

A sessão plenária desta terça-feira destinou-se ao julgamento do mérito do referido Pedido de Providências. O atual relator, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, declarou em seu voto, contrário ao pedido de proteção, não ter sido identificado qualquer indício de que a magistrada venha sofrendo ameaças de morte. Ele destacou ter baseado seu voto nas conclusões das investigações do TJPE, da Polícia Civil e da Polícia Militar de Pernambuco.

A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, declarou o primeiro voto favorável ao relator Carlos Alberto. Ela disse ter acompanhado o caso de perto, tendo feito contatos com a juíza Fabíola e com a presidência do TJPE, sem, no entanto, confirmar a existência de ameaças contra a magistrada. Após manifestações semelhantes dos conselheiros José Roberto Neves Amorim e José Lúcio Munhoz, foi declarada a unanimidade do plenário contra o Pedido de Providências.

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