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O presidente russo, Vladimir Putin, chegou à Crimeia neste sábado (18), dia do nono aniversário de anexação da península ucraniana por parte da Rússia – anunciou a televisão pública russa.

Em uma viagem surpresa à cidade portuária de Sebastopol, no Mar Negro, Putin visitou uma escola de arte, acompanhado do governador local, Mikhail Razvojayev, segundo imagens transmitidas pela televisão.

"Nosso presidente Vladimir Vladimirovich Putin sabe surpreender. No bom sentido dessa palavra", escreveu Razvojaev no Telegram.

Segundo ele, uma escola de arte infantil seria inaugurada hoje com a participação do presidente russo por videoconferência.

"Mas Vladimir Vladimirovich veio em pessoa. Ele mesmo. Porque, em um dia histórico como hoje, ele está sempre com Sebastopol e seus habitantes", acrescentou Razvoyev.

O Exército ucraniano continua a operação militar de contraofensiva em territórios parcialmente ocupados pela Rússia nesta segunda-feira (3), com movimentações confirmadas em duas frentes. Em Liman, na província de Donetsk, tropas leais a Kiev perseguiram unidades russas em retirada da cidade, enquanto autoridades de Moscou reconheceram recuos no sul da província de Kherson. Tanto Donetsk quanto Kherson foram anexadas irregularmente pela Rússia nos primeiros meses de conflito.

Embaladas pela recaptura de Liman no fim de semana, um centro ferroviário estratégico e porta de entrada para as regiões de Donetsk e Luhansk, autoridades ucranianas disseram que tropas que avançavam para o leste da cidade destruíram uma coluna de blindados russo perto da vila de Torske. O ataque deixou um rastro de tanques e veículos blindados queimados na densa floresta de pinheiros da região, disse Vladislav Podkich, porta-voz militar ucraniano.

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O ataque não pôde ser verificado de forma independente. Mas as autoridades russas admitiram contratempos no leste, dizendo que as forças ucranianas cruzaram a fronteira administrativa da autoproclamada República Popular de Luhansk, um território reivindicado por rebeldes apoiados por Moscou, e estabeleceram posições mais perto da cidade de Lisichansk.

"Apesar das baixas, as forças ucranianas conseguiram atravessar a fronteira administrativa da República Popular de Luhansk e para garantir suas posições na direção de Lisichansk", disse um porta-voz do grupo separatista, Andrei Marochko, à agência de notícias russa Interfax. Ele disse que as forças aéreas e terrestres russas estavam atirando contra os ucranianos que avançavam.

A centenas de quilômetros de distância, no sul, onde uma contraofensiva ucraniana tem avançado mais lentamente, houve novos sinais de progresso para as forças de Kiev. O Ministério da Defesa da Rússia reconheceu que unidades de tanques ucranianos conseguiram penetrar em sua linha de defesa em parte da região de Kherson.

Um funcionário russo na região, Kirill Stremousov, disse que as tropas ucranianas avançaram ao longo do rio Dnipro em direção à capital regional de Kherson, controlada pela Rússia, mas insistiu que "a situação está completamente sob controle".

Os anúncios sugeriram que as forças ucranianas estavam atacando as forças russas enquanto recuavam no leste e no sul da Ucrânia. "Os sucessos de nossos militares não se limitam apenas a Liman", disse o presidente Volodmir Zelenski em seu discurso noturno no domingo.

A capacidade da Ucrânia de avançar no sul parecia ser parte de uma estratégia que entrou em foco nas últimas semanas, quando suas forças começaram a aproveitar suas linhas de reabastecimento internas mais curtas para deslocar rapidamente as tropas entre os locais. Isso permitiu que a Ucrânia atacasse as forças russas em duas áreas ao mesmo tempo ao longo da longa linha de frente, dizem especialistas militares.

Analistas disseram que um risco para os militares ucranianos é que eles avancem muito rápido, esticando demais suas forças e tornando-se vulneráveis ao contra-ataque. Os combates no leste têm sido tão acelerados, disseram soldados de várias brigadas ucranianas em entrevistas, que não sabem para onde serão enviados na sequência. Algumas unidades que foram designadas para operações de limpeza na cidade recuperada de Izium no mês passado, por exemplo, foram redistribuídas para aldeias mais a leste no fim de semana.

Câmara da Rússia aprova anexação de províncias ucranianas

Em meio aos avanços ucranianos no campo de batalha, a Duma, equivalente a Câmara dos Deputados na Rússia, aprovou por unanimidade o projeto de lei enviado pelo Kremlin ao Congresso para confirmar a anexação das quatro regiões da Ucrânia reconhecidas pelo presidente Vladimir Putin como parte do território russo na última sexta-feira, 30.

A anexação dos territórios de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia foi aprovada pelos deputados russos sem nenhum voto contrário ou abstenção. Embora Moscou não detenha o controle de fato dos territórios reivindicados, o reconhecimento deles como parte da Rússia tem uma série de implicações práticas, autorizando, conforme a doutrina atômica russa, o uso de armas nucleares. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A Rússia celebra nesta segunda-feira (18), com diversos eventos e a presença do presidente Vladimir Putin, o quinto aniversário da anexação da península da Crimeia, condenada pela Ucrânia e a comunidade internacional, mas elogiada pela maioria dos russos.

O presidente Vladimir Putin participará nas celebrações na península, situada no Mar Negro, onde vai inaugurar uma nova central de energia elétrica, informou o Kremlin.

O dia 18 de março foi proclamado em todo o território russo "Festa da Reunificação entre Crimeia e Rússia".

"É uma data muito importante para todos os russos", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

As autoridades de Moscou planejaram um festival de rua com o título "Primavera da Crimeia", com apresentações de jazz, oficinas gastronômicas e uma mostra de fotografias.

Os organizadores esperam a participação de até 10.000 pessoas em um "flash mob" na região de Moscou ao ritmo de "Vals de Sebastopol", uma popular canção soviética de 1955 sobre esta cidade portuária da Crimeia onde fica a base da frota da Marinha russa no Mar Negro.

Em Yalta, estação balneária da Crimeia, 2.000 pessoas devem participar em outro "flash mob" para recriar a bandeira russa.

O presidente russo, Vladimir Putin, revelou os bastidores da operação para anexar a península da Crimeia, após a queda - há um ano - do então presidente da Ucrânia, o pró-russo Viktor Yanukovich, segundo extratos de uma entrevista divulgados neste domingo pela TV estatal.

Em trechos do documentário "Regresso à Pátria", difundido pelo canal Rossiya 1, Putin conta que na noite do dia 22 de fevereiro de 2014 se reuniu com os chefes dos serviços secretos e do ministério da Defesa para tratar da questão da Crimeia.

"Terminamos às sete da manhã e no final disse a todos que deveríamos trabalhar para o regresso da Crimeia à Rússia".

Quatro dias depois, soldados sem identificação tomaram o Parlamento da Crimeia, cujos deputados votaram a favor de um novo governo, aliado a Moscou. Após a realização de um referendo, esta península do Mar Negro foi incorporada oficialmente à Rússia, no dia 18 de março de 2014.

Kiev e os países ocidentais não reconheceram o referendo e a anexação da península, que até 1954 pertenceu à República Soviética da Rússia, quando foi entregue à República Soviética da Ucrânia.

Durante a reunião citada no documentário, Putin também encomendou aos responsáveis russos "uma missão para salvar a vida do presidente da Ucrânia", diante da possibilidade de uma execução sumária.

Segundo Putin, os serviços secretos estavam dispostos a tirar o ex-presidente ucraniano "de Donetsk por terra, mar ou ar". Yanukovich, destituído após três meses de revolta popular em Kiev, se refugiou nesta cidade do leste da Ucrânia.

Com o objetivo de "não conversar muito", as forças de segurança analisaram a utilização de metralhadoras pesadas na operação de resgate de Yanukovich, que finalmente chegou a cidade russa de Rostov del Don dias mais tarde.

O canal não precisou quando o documentário completo será exibido.

O quadro jurídico para que a Rússia realize a anexação formal da Crimeia deve ser concluído até o final desta semana, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, segundo informações da agência de notícias russa, Interfax.

De acordo com Lavrov, medidas práticas estão sendo tomadas para implementar o tratado de anexação assinado nesta terça-feira (18) pelo presidente russo, Vladimir Putin, e os chefes de governo da Crimeia.

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"Nós vamos proteger os interesses dos russos através de meios políticos, diplomáticos e legais. Insistimos que os países onde os nossos compatriotas estejam, respeitem plenamente os seus direitos e liberdade", disse o ministro russo.

No domingo, os eleitores da Crimeia votaram a favor da anexação da região separatista pelo território russo. A votação tem sido Vido como ilegítima por boa parte da comunidade internacional.

Nesta quinta-feira (20), uma pesquisa sinalizou que a medida foi bem recebida pelos russos. A aprovação de Putin subiu ao seu maior nível em cinco anos, para 75,7%, segundo o instituto de pesquisa estatal, VTsIOM. Fonte: Dow Jones Newswires.

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