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A Justiça do Rio barrou nesta quarta-feira, 25, o arresto de contas do Estado do Rio, como forma de garantir o pagamento de servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com salários atrasados. Quem ganha até R$ 6.161 recebeu o mês de agosto, mas não o de setembro. Os professores, em geral com vencimentos acima desse valor, seguem sem os salários dos dois meses. O 13º de 2016 não chegou para ninguém.

O desembargador Francisco José de Asevedo, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado, determinou a suspensão das decisões de bloqueio no dissídio coletivo de greve impetrado pela Uerj contra o Sindicato dos Trabalhadores das Universidade Públicas Estaduais (Sintuperj) para pagamento do 13º de 2016.

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"Suspendo, provisoriamente, as determinações de bloqueio, mesmo com as ressalvas contidas na decisão do Egrégio Supremo Tribunal Federal", decidiu o desembargador, que mandou que fossem oficiados imediatamente o Banco do Brasil, o Bradesco e Caixa Econômica Federal.

A Procuradoria Geral do Estado entrou na terça-feira, 24, com um Embargo de Declaração no TJ para recorrer contra a decisão de arrestar R$ 84,7 milhões das contas bancárias do governo fluminense para pagar o 13º dos ativos e inativos da Uerj.

"As pessoas estão em dificuldades. Até agora não temos qualquer informação sobre o 13º de 2017. O governo tem sido bastante evasivo nas respostas, não temos expectativa", criticou Guilherme Abelha, um dos diretores da Associação de Docentes da Uerj.

O texto do Embargo de Declaração, como são chamados os recursos em instâncias superiores, classifica a conduta da Uerj e do Sintuperj como "temerária, porquanto se valeram deste processo para alcançar objetivos contrário à Lei e às decisões do STF, merecendo por isso forte reprimenda por parte do Judiciário".

Em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender ordens judiciais que determinavam o bloqueio de contas do Estado do Rio para pagamento de servidores ou dívidas junto a credores.

Para a maioria dos ministros da Corte, os bloqueios, arrestos e sequestros de valores ferem a autonomia orçamentária do Estado. A decisão foi tomada pelo plenário do STF, por 9 votos a 1.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, suspendeu novos arrestos aos cofres do governo do Rio de Janeiro para pagamentos de salários a servidores e magistrados estaduais.

Em liminar, Toffoli estabeleceu que, daqui por diante, só o Supremo pode tomar medidas restritivas nas contas do Estado do Rio e de suas autarquias. Há no mínimo dois processos na Justiça estadual pedindo novos arrestos - com a decisão, eles perdem efeito.

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No entanto, as transferências dos recursos já arrestados previamente não foram suspensas. Em outubro, a 8ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro havia determinado o arresto e a penhora da renda diária nas contas do Estado até que se atinja o montante de cerca de R$ 146 milhões.

Na terça-feira, 22, a Segunda Turma do STF havia garantido os repasses dos duodécimos ao TJ-RJ relativos ao mês de outubro. O Rio enfrenta grave crise e desde junho está em estado de calamidade financeira.

O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) arrestou, de segunda-feira (21) até essa terça-feira (22) R$ 41,2 milhões das contas do governo estadual para o pagamento de salários dos servidores públicos, seguindo decisão liminar de sexta-feira (18). O arresto de sexta-feira bloqueou R$ 486,6 milhões das contas do Estado do Rio, mas a decisão não foi cumprida no próprio dia por falta de dinheiro em caixa. Assim, o juiz mandou fazer arrestos diários até pagar toda a folha de outubro.

No dia 11, foram pagos integralmente os salários dos servidores ativos e inativos da área de segurança e dos ativos da educação. Os demais tiveram seus vencimentos parcelados em sete vezes, a serem pagos até 5 de dezembro. Duas parcelas já foram pagas, mas a decisão de arresto levou em conta que o Estado não cumpriu o calendário, que prevê pagamento até o 10.º dia útil.

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Nesta terça, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o TJ-RJ não pode mais tomar medidas restritivas nas contas do Tesouro estadual em ações relacionadas ao repasse dos recursos para o orçamento do Judiciário. A ação, ajuizada pelo próprio TJ-RJ, pedia o repasse dos recursos até o dia 20 de cada mês. O STF obrigou o Executivo a fazer os repasses na data, mas permitiu um desconto de 19,6% nos valores e vetou o arresto de contas.

Na Alerj, os debates sobre o pacote de austeridade seguiram sinalizando para as dificuldades na aprovação. Uma das medidas, a extinção de sete autarquias e fundações públicas, terá de ficar para 2017, por problemas na forma. Pelo regimento interno, uma medida rejeitada só pode ser proposta novamente no ano seguinte, e um projeto semelhante foi rejeitado no início deste ano.

Agora, o pacote ficou com 14 projetos. Originalmente, eram 22. Além das extinções de órgãos públicos, a Alerj já tinha devolvido a medida que taxava todos os servidores públicos, ativos e inativos, com contribuição previdenciária de 30% do salário bruto. Apesar do protesto de servidores, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, afirmou nesta terça que não devolverá todo o pacote, como queriam manifestantes: "Essa casa não pode fugir de seu papel de discutir".

Nesta terça, seguiram em pauta três medidas: a elevação do ICMS sobre a gasolina e a energia residencial, entre outros produtos e setores; o adiamento, por três anos, dos reajustes salariais de servidores acordados em 2014; e a extinção dos programas Renda Melhor e Renda Melhor Jovem.

"O pacote virou embrulho", disse o deputado Marcelo Freixou (PSOL), para quem o governo perdeu força, sobretudo após a prisão do ex-governador Sérgio Cabral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça de Minas Gerais acatou na última quinta-feira (26) liminar pedindo o arresto de R$ 2,284 milhões da construtora Mendes Júnior, em favor de uma pequena fornecedora, a Retrans Guindastes e Montagens, engrossando ainda mais a enxurrada de ações contra as empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Na ação cautelar, os advogados da Retrans alegam que a Mendes Júnior atrasa pagamentos desde setembro de 2014.

Os pagamentos atrasados, segundo a Retrans, são devidos pelo aluguel de equipamentos e mão de obra especializada para sua operação na expansão da unidade da fabricante de cimento suíça Holcim, em Barroso (MG), obra de R$ 1,4 bilhão iniciada em maio de 2012, onde trabalham hoje 3 mil operários.

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Na decisão, o juiz Mauro Francisco Pittelli, da 1ª Vara Cível de Juiz de Fora, diz que "os documentos juntados aos autos demonstram que a medida cautelar de arresto é necessária". "A demora em providências a serem tomadas contra a Requerida (a Mendes Júnior) pode causar danos patrimoniais ao Requerente (a Retrans)", escreve o juiz.

O arresto foi feito pelo Bacen Jud, sistema do Banco Central (BC) para o bloqueio judicial de contas correntes. Procurada, a Mendes Júnior informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não foi notificada da ação e não fez comentários.

O site do Tribunal de Justiça de Minas informa que a carta de citação foi expedida na última segunda-feira. O advogado da Retrans, Juarez Loures, confirmou a decisão do juiz, mas não fez comentários adicionais.

O juiz também acatou o pedido de Loures de que sejam bloqueados os pagamentos da Holcim à Mendes Júnior. Quaisquer pagamentos deverão ser depositados judicialmente. A assessoria de imprensa da Holcim também informou que a empresa não foi notificada da ação.

A expansão da fábrica da Holcim é "uma das maiores obras industriais" em curso no País e 80% dos trabalhos foram concluídos, de acordo a assessoria de imprensa da Mendes Júnior. As duas empresas informam que as obras estão no cronograma.

A Holcim disse que a previsão de término é "meados do segundo semestre deste ano". Um release da multinacional suíça de 2013 mencionava que a obra ficaria pronta entre o fim de 2014 e o início deste ano.

A Mendes Júnior, que teve seu vice-presidente preso em novembro, está entre as empresas envolvidas na Lava Jato em situação mais crítica. Com pedidos de falência por parte de seus credores, a construtora está ameaçada de pedir recuperação judicial, como revelou em janeiro o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

As dívidas no curto prazo da construtora somavam R$ 189 milhões, enquanto seu caixa contabilizava cerca de R$ 50 milhões no fim do primeiro semestre de 2014, segundo agências de classificação de risco.

A ação da Retrans é apenas mais um problema da Mendes Júnior. Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo mês passado, a SH Formas, locadora de equipamentos para construção (andaimes, escoras metálicas, etc.), pediu a falência da construtora, para cobrar uma dívida de R$ 2,2 milhões.

No começo do ano, a Mendes Júnior teve dificuldade para pagar funcionários da obra de Transposição do São Francisco e estaria ainda prestes a entregar o contrato de construção do trecho Norte do Rodoanel de São Paulo.

A empreiteira Acciona conseguiu na Justiça holandesa o arresto das ações da OSX Leasing. Embora o pedido feito à justiça não inclua os bens da companhia, o montante arrestado garante integralmente a dívida de R$ 300 milhões da empresa do empresário Eike Batista com a credora, segundo o advogado Leonardo Antonelli, que representa a corporação espanhola. A Acciona é uma das empresas participantes da construção do Porto do Açú, em São João da Barra, litoral norte do Estado do Rio de Janeiro. A decisão da justiça saiu no fim do ano passado, mas foi mantida em sigilo.

"Conseguimos o arresto das ações da Leasing", afirmou o advogado ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, em entrevista por e-mail. "Cumprimos dia 31 de dezembro, mas mantivemos o sigilo até o ajuizamento da demanda principal no Brasil", acrescenta.

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Na quinta-feira passada, dia 16, a empreiteira espanhola entrou com uma ação contra a brasileira também no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, requerendo que o saldo da OSX Leasing seja depositado na conta garantia da Acciona.

"A ação cumula o pedido de garantia com perdas e danos", conta Antonelli, que espera conhecer a decisão da justiça na terça-feira.

O advogado não revela quantas ações da Acciona contra a OSX estão em tramitação no momento, mas lembra que o embate para garantir o pagamento das dívidas da companhia brasileira com a espanhola extrapola fronteiras.

"Nossa estratégia envolve países distintos e estratégias diversas, sendo certo que o efeito surpresa possibilitará atingirmos o objetivo do nosso cliente, motivo pelo qual não podemos revelar aquilo que ainda não é público", explica ele.

A Acciona foi contratada em 2011 para realizar a engenharia, design e construção dos diques externos do porto de Açu, situado em São João da Barra (RJ). A empresa está no Brasil desde 1996, e participou de outros projetos, como as obras da rodovia federal BR-393 do Rio de Janeiro e o Rodoanel na região metropolitana de São Paulo.

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