Tópicos | atos normativos

Depois de assumir o poder de controlar o Orçamento da União, a Casa Civil, chefiada por Ciro Nogueira (PP), ganha mais uma atribuição do presidente Jair Bolsonaro: dar a palavra final quando houver impasses entre ministérios sobre propostas de atos normativos. A decisão consta de decreto publicado nesta terça-feira (15) no Diário Oficial da União (DOU). A ideia, segundo o governo, é aperfeiçoar o processo de submissão de atos normativos ao presidente da República.

"Compete à Casa Civil da Presidência da República coordenar as discussões para resolver impasses entre órgãos quanto ao mérito de propostas de atos normativos", determina o decreto. "Caso não seja possível solucionar o impasse, a Casa Civil da Presidência da República poderá formular e propor ao Presidente da República alternativa de ato normativo", completa.

##RECOMENDA##

A Secretaria-Geral da Presidência explica em comunicado distribuído à imprensa que, antes disso, para expedição da posição de mérito quanto às matérias e proposições a serem submetidas ao presidente da República, era necessário convergência de opiniões entre os ministérios envolvidos. Mas agora, com o novo mecanismo, o "Centro de Governo" poderá ponderar dados e argumentos apresentados pelos ministérios e sugerir solução do impasse, inclusive com a adoção de redação alternativa para o ato.

Em defesa da mudança, a pasta diz ainda que mecanismo semelhante já existe para dirimir controvérsia de posições entre órgãos de assessoramento jurídico, cabendo ao advogado-geral da União unificar o entendimento jurídico. "As mudanças no Decreto 9.191/2017 viabilizarão a solução de impasses nas posições de mérito, permitindo mais celeridade no processo de análise dos atos quanto ao alinhamento da matéria com as políticas e as diretrizes do Governo".

Fortalecimento

Com o decreto de hoje, Bolsonaro reforça o movimento de fortalecimento da Casa Civil de Ciro Nogueira, um dos líderes do Centrão, às vésperas da campanha eleitoral em que o chefe do Planalto busca a reeleição. Esse movimento começou ainda em janeiro, quando Bolsonaro decretou que atos relacionados à gestão do Orçamento público precisarão de aval prévio da Casa Civil, num processo que também esvaziou funções que até então eram conduzidas pelo chefe da Economia, Paulo Guedes.

Com isso, ações como remanejamento de verbas, alterações de despesas, abertura ou reabertura de créditos extraordinários e abertura de créditos especiais continuam sendo feitas pelo Ministério da Economia, mas condicionadas "à manifestação prévia favorável do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República".

O presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional o texto de um projeto de lei (PL) que propõe a revogação de 1.220 atos normativos diversos, editados entre os anos de 1850 e 2018. O despacho foi publicado nesta quinta-feira (29) no Diário Oficial da União.

Em nota a Secretaria-Geral da Presidência explicou que esses atos, embora formalmente vigentes, regulamentam temas ultrapassados ou que já foram objeto de previsões mais atuais. Entre eles, por exemplo, leis sobre o Imposto do Selo, sobre matérias trabalhistas e sobre órgãos já extintos na estrutura administrativa, além de alteradores de leis já revogadas, como a antiga Lei de Falências (Decreto-Lei nº 7.661/1945), o pretérito Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União (Lei nº 1.711/1952) e os Códigos de Processo Civil de 1939 e 1973.

##RECOMENDA##

O projeto prevê a revogação expressa de 613 leis ordinárias, três leis complementares, uma lei delegada, 570 decretos-leis e 33 decretos legislativos. Segundo a Presidência da República, todos são considerados sem serventia no mundo jurídico. Como os atos contêm matérias de lei ordinária, eles estão sendo revogados por instrumento de igual força normativa, por isso são submetidos à apreciação dos parlamentares.

Acesso desburocratizado e transparente

“Trata-se de importante iniciativa do governo federal para facilitar o acesso desburocratizado, transparente e coerente aos operadores do Direito e cidadãos de forma geral do arcabouço legal brasileiro”, diz a nota.

O projeto de lei parte de um processo de trabalho contínuo da Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência, que irá propor a revogação de tudo que for considerado desnecessário. “A iniciativa acontece diante da constatação da existência de uma ampla produção normativa no Brasil sem declaração de revogação expressa: são mais de 14 mil leis e mais de 11 mil decretos-leis”, destaca.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando