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Charles Aznavour bem que havia prevenido: "deixei de comemorar meu aniversário aos 50 anos" e se a sala de Berlim estava livre na noite desta quinta-feira (22), foi "por puro acaso". Tirando o "Parabéns pra você" cantado em coro pela plateia no início do espetáculo, e uma dezena de buquês de flores jogados no palco, o aniversário de 90 anos de Aznavour, o último dos "grandes" da chanson francesa, foi, então, como ele quis: "um dia normal de trabalho".

"Tenho a mesma voz de quando eu tinha 20 anos", disse ao público como forma de introdução. "Agora tenho mais quatro vezes vinte anos. E naquela época já me diziam que minha voz era um desastre", brincou. O comentário serviu de desculpas para uma voz que, evidentemente, já não consegue mais atingir as mesmas notas de antes. O público do 02 World, cerca de 4.000 pessoas, em sua maioria mais jovens do que o cantor, conhecia suas músicas de cor e, claro, perdoou quaisquer falhas.

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Sua energia se manteve intacta, sobretudo ao iniciar o espetáculo com sua música-homenagem, "Les immigrants", para depois tomar um rumo mais nostálgico: "I didn't see the time go by", "La jeunesse", "Il faut savoir", "Les plaisirs démodés", "La bohème". Sua atuação no palco, tradicionalmente sóbria, está ainda mais minimalista. Mas, como é seu costume, Aznavour soube embalar a plateia.

Filho de um casal de imigrantes armênios, Charles Aznavourian nasceu em 22 de maio de 1924 em Paris, e atualmente detesta tanto a ideia de comemorar seu aniversário quanto a de dizer adeus aos palcos. Após a apresentação ao público berlinense, o "Sinatra francês" seguirá para Frankfurt, Londres, Varsóvia, Barcelona e Roma durante o verão no hemisfério norte. No outono será a vez de Moscou e Antuérpia.

Charles Aznavour, que deve soprar suas 90 velas em um palco em Berlim nesta quinta-feira (22), contou à rádio RTL que havia "parado celebrar (seu) aniversário aos 50 anos" e que só o fará ao completar os 100 anos. "Eu parei de comemorar meu aniversário aos 50 anos de idade, disse aos meus amigos: da próxima vez será quando em meus 100 anos. Ainda temos tempo", declarou o cantor.

"Eu não sou supersticioso, mas acho ridículo fazer festa por um ano que acabamos de perder", acrescentou com bom humor. Confiante de que "a cabeça funciona, mas as pernas um pouco menos", Charles Aznavour, nascido em 22 de maio de 1924 em Paris , disse que "(ser movido) pela felicidade, a alegria de fazer um trabalho que ama e que finalmente o fez feliz, apesar da administração, os meios de comunicação". "Não foram gentis comigo", considerou, referindo-se em particular às críticas sobre sua voz no início de sua carreira e aos problemas com a Receita Federal.

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Em uma entrevista ao jornal Parisien/Aujourd'hui em France publicada nesta quinta-feira, ele também evoca a sua morte. "A morte me preocupa. Além disso, eu não assistirei, prefiro assistir a um Woody Allen". "O que me assusta é não ver mais as pessoas, as coisas", explica, antes de acrescentar: "Mas morrer no palco, seria muito pouco para mim". Comentando sobre seus planos, Charles Aznavour disse que voltará a cantar em Paris "no início do próximo ano".

"É como um relógio, eu canto a cada três anos em Paris, para não cansar as pessoas". O compositor também trabalha em um novo álbum de canções originais, três anos após "Toujours". "Eu escrevi 27 músicas e preciso de 14. Vou falar sobre tudo, aldeias abandonadas, croissants de chocolate... Eu certamente irei chamar de 'Nostalgia'".

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