Tópicos | Cadeia Pública José Frederico Marques

O juízo da Vara de Execuções Penais do Rio alterou em quase um ano a data de início da contagem para a progressão de pena do ex-governador Sérgio Cabral.

Segundo a decisão do juiz Rafael Estrela, titular da vara, o ex-governador cometeu falta disciplinar grave ao receber, ilegalmente, em outubro de 2017, equipamentos para uma videoteca na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte da cidade.

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A videoteca instalada por Cabral no presídio tinha uma TV de 65 polegadas, um aparelho Blu-Ray, um receiver, caixas de som e 160 filmes em CDs. Na ocasião, foi aberto um procedimento administrativo que foi parar na Justiça. Logo depois Cabral foi transferido para o presídio Bangu 8, na zona oeste, e teve de cumprir 30 dias de isolamento, sem contato com os demais presos e sem direito ao banho de sol.

Na decisão, o juiz Rafael Estrela não só homologou o procedimento disciplinar e confirmou a punição, como mudou a data base para o início da contagem para a concessão do benefício do regime semiaberto. A progressão é alcançada quando o preso cumpre 1/6 de pena e apresenta bom comportamento. Mas, segundo a Súmula 534 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a prática de falta grave interrompe a contagem, que se reinicia a partir do cometimento da infração.

Na decisão, o juiz Rafael Estrela escreveu que "tendo em vista a prática de falta grave e que o apenado cumpre pena no regime fechado, determino a alteração da data-base para fazer constar a data da infração, qual seja, 20 de outubro de 2017, na forma do disposto na Súmula 534 do Superior Tribunal de Justiça”.

Cabral tem 10 condenações na Justiça Federal que somam 216 anos e seis meses de prisão. O prazo de mudança para o regime semiaberto estava sendo contado a partir da data da prisão, em 17 de novembro de 2016, mas com a decisão da VEP o prazo de contagem para a mudança de regime foi alterado em quase um ano.

 

O doleiro Dario Messer já foi transferido da carceragem da Polícia Federal (PF), no Rio, para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde é feito o ingresso de presos no sistema penitenciário do Rio. De manhã, o doleiro fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). De Benfica, Messer seguirá para o Complexo Penitenciário de Gericinó, para onde são levados todos os presos da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Conhecido como "doleiro dos doleiros", Messer foi preso ontem (31) às 16h40, em um condomínio de luxo no bairro dos Jardins, em São Paulo. À noite, o doleiro seguiu para a Superintendência da PF, na zona portuária. Ele estava foragido da Justiça desde maio do ano passado.

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Messer responde a vários processos abertos desde o fim da década de 1980. Ele é acusado de movimentar cerca de R$ 6 bilhões de forma suspeita para empresários e políticos, entre os quais o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.

A ordem de prisão do doleiro foi expedida em maio de 2018, dentro da Operação Câmbio Desligo, conduzida pelo juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

 

 

 

 

O promotor do Ministério Público (MP) estadual do Rio de Janeiro Claudio Calo visitou hoje a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, para verificar possíveis privilégios concedidos ao ex-governador Sérgio Cabral, que está preso na unidade. Entre os supostos benefícios concedidos ao ex-governador e outros presos da Operação Lava Jato estaria a instalação na cadeia de um sistema de home theater, composto de televisão de tela plana com 60 polegadas, DVD e caixas de som. Ao visitar o local, o promotor conversou com Cabral e outras pessoas sobre o episódio.

Calo avaliou que, caso sejam comprovadas as irregularidades, Cabral poderia ser transferido para outro presídio, como Bangu. “Se ficar comprovada o envolvimento dele [Cabral] nesses fatos, acho demasiado mandar para um presídio de segurança máxima, talvez um presídio em Bangu atinja [o objetivo], para evitar que ele tenha contato com o complexo de Benfica. Isto é considerado prática de crime dentro de unidade prisional e infração disciplinar. Cabe à Seap [Secretaria de Estado de Administração Penitenciária] e à Vara de Execuções Penais adotar as medidas cabíveis. Podem alguns benefícios serem cancelados ou ele ser transferido para um presídio mais rigoroso, como o Complexo de Gericinó”, disse o promotor.

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O episódio do home theater veio a público em outubro e levou o MP a instaurar inquérito para apurar os fatos. O equipamento seria uma doação da Igreja Batista do Méier, segundo divulgou inicialmete a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). No entanto, a instituição esclareceu que não autorizou doação de aparelho eletrônico a qualquer complexo penitenciário.

Calo ressaltou, ao deixar a cadeia, que a versão inicial de que o equipamento teria sido doado por uma igreja já restou comprovada como falsa e que será investigado quem deixou entrar o home theater no presídio, podendo ser responsabilizados na esfera criminal, por falsidade ideológica, e na administrativa, por improbidade.

A defesa do ex-governador Cabral foi procurada para se manifestar sobre a possível transferência dele para outro persídio, mas até a publicação desta matéria ainda não havia se pronunciado.

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