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Apenas certos animais têm a disciplina necessária para se tornarem cães-guia para cegos, e os melhores tiveram mães que lhes mostraram um "amor duro" quando eram filhotes, disseram pesquisadores nesta segunda-feira.

Quando as mães permitiram que seus filhotes aprendessem por conta própria nas primeiras cinco semanas de vida, sem mimá-los demais, eles cresceram e se tornaram melhores cães-guia, afirmou o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Filhotes com mães que se dedicavam demais a eles se tornavam ansiosos e mais receosos de novas situações, e tendiam a falhar em um programa de treinamento rigoroso para assistir os cegos.

O estudo foi realizado em uma instalação em Nova Jersey chamada The Seeing Eye, que reproduz e treina cães-guia para cegos.

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia se inseriram no The Seeing Eye, fazendo vídeos e observando de perto 23 mães e seus 98 filhotes durante suas primeiras cinco semanas de vida, afirmou o estudo. "Queríamos saber se poderíamos diferenciar as mães com base em como elas interagiam com seus filhotes", disse a autora principal, Emily Bray.

"Nós documentamos coisas como sua posição de amamentação, quanto tempo ela passou ignorando os filhotes e quanto tempo ela passou em grande proximidade de seus filhotes ou lambendo e cuidando deles", acrescentou.

Dois anos depois, os pesquisadores voltaram a acompanhar os cães e descobriram que aqueles com mães mais atentas tinham menos chances de se formar e se tornar cães-guia. Uma medida-chave de sucesso era se as mães dos filhotes os alimentavam quando estavam em pé ou deitadas.

"Se uma mãe está deitada de bruços, os filhotes basicamente têm acesso livre ao leite, mas, se a mãe está de pé, então os filhotes têm que trabalhar para obtê-lo", disse o coautor Robert Seyfarth.

"Uma hipótese pode ser que você tem que oferecer à sua prole pequenos obstáculos que eles podem superar para que possam ter sucesso mais tarde na vida, porque, como sabemos, a vida como adulto envolve obstáculos", afirmou. Os pesquisadores continuam estudando como a ansiedade de uma mãe pode ser transmitida aos filhotes.

"Com a maternidade, parece que é um equilíbrio delicado", disse Bray. "É fácil dizer 'Ah, as mães sufocadoras são as piores", mas ainda não temos certeza dos mecanismos".

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