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Cerca de 60 manifestantes ocupam a entrada da Câmara do Rio, onde um grupo acampa desta sexta-feira, 09. A orientação da Policia Militar (PM) continua sendo manter a distância, enquanto a manifestação for pacifica. Não ha expectativa de interferência para a liberação do trânsito. Em torno de 20 ativistas continuam interceptando os carros na esquina das Avenidas Rio Branco e Almirante Barroso.

Cerca de 300 manifestantes caminharam na noite desta segunda-feira da Câmara do Rio, no centro, até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, zona sul. Eles chegaram por volta de 20 horas e encontraram a sede do governo do Rio cercada por grades e, atrás delas, policiais com escudos. As duas pistas da Rua Pinheiro Machado foram fechadas pelos manifestantes. O efetivo policial é reduzido no local. Quando o grupo chegou, havia mais policiais em frente ao palácio, mas eles se retiraram para ruas próximas e o clima era pacífico até as 20h30. Três rojões foram lançados para o alto por manifestantes, mas a polícia até o momento não reagiu.

Soldados do grupamento que acompanha as manifestações desde o dia 25 caminham entre manifestantes, revistando alguns deles. O protesto começou por volta das 18 horas, na Igreja da Candelária. Os manifestantes protestaram em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e ao Tribunal de Justiça (TJ), antes de seguir para a Câmara Municipal e o Palácio Guanabara. O grupo, que pede a saída do governador Sérgio Cabral (PMDB), é formado, majoritariamente, por adeptos do black bloc (estratégia de manifestação e protesto anarquista). Não havia registro de tumulto até as 20h30.

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Ocupada por manifestantes desde a sexta-feira, 09, a Câmara do Rio permaneceu fechada nesta segunda-feira. Os funcionários foram orientados a voltar para casa. Pelo menos nove manifestantes continuavam no prédio, à noite. A principal das nove exigências do grupo é a mudança na composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará os contratos da prefeitura com as empresas responsáveis pelo transporte coletivo municipal.

Dos cinco integrantes da CPI, só o vereador Eliomar Coelho (PSOL), autor do pedido de criação da comissão, é da oposição. Os outros quatro integrantes (Chiquinho Brazão, Professor Uóston, Jorginho da SOS, todos do PMDB, e Renato Moura, do PTC) apoiam o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e não assinaram o pedido de criação da CPI.

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Numa eleição contestada, realizada na semana passada, Chiquinho Brazão foi eleito presidente e Professor Uóston, relator da comissão. Nesta segunda-feira, 36 dos 51 vereadores se reuniram por cerca de três horas para discutir as reivindicações. Os quatro vereadores governistas que integram a CPI não compareceram.

"Eles alegaram não querer causar constrangimentos aos colegas, já que a discussão seria sobre uma eventual saída (deles)", disse Coelho. A única decisão foi adiar a sessão da CPI que estava prevista para as 10 horas desta terça-feira, 13. Como isso só pode ser feito com o consentimento dos quatro vereadores ausentes, essa decisão ainda dependeu de consulta ao grupo, ao fim da reunião.

Chiquinho Brazão, Professor Uóston e Jorginho da SOS foram consultados às 17h30 e aceitaram, de acordo com o vereador do PSOL. Até essa hora, Moura não havia sido encontrado. A reunião desta terça-feira seria a primeira da CPI e ouviria o ex-secretário municipal de Transportes Alexandre Sansão e o atual ocupante do cargo, Carlos Roberto Osório.

A pauta foi decidida contra a vontade de Coelho. A sessão deve ocorrer na quinta-feira, 15. Fora da Câmara Municipal, cerca de cem manifestantes passaram o dia protestando, principalmente, contra os vereadores governistas da CPI. Ao fim da reunião, o presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), saiu por uma porta lateral para não ser abordado pelos manifestantes e a imprensa. "Estamos buscando uma solução", limitou-se a dizer, após, no entanto, ser notado apenas por jornalistas. O oposicionista e ex-prefeito Cesar Maia (DEM) saiu em meio aos ativistas e foi alvo de xingamentos e até de cusparadas. A Rede Globo de Televisão também foi alvo de protestos.

A jornalista Bette Lucchese, repórter da emissora, foi seguida e hostilizada com xingamentos. Os ocupantes da Câmara, que se identificam todos como "Amarildo", numa referência ao morador da Favela da Rocinha desaparecido desde julho, disseram nesta segunda-feira à noite que ainda não haviam sido comunicados oficialmente sobre a decisão de adiar a sessão da CPI, mas que manteriam a ocupação. Para que ocorra a sessão ordinária prevista para esta terça à tarde, eles dispuseram-se a sair do plenário e ocupar outra área do prédio.

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