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Autor do requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o vereador Eliomar Coelho (PSOL) decidiu nesta quinta-feira, 29, abandonar a comissão.

O vereador anunciou sua renúncia durante a reunião com os vereadores Renato Cinco (PSOL), Paulo Pinheiro (PSOL), Reimont (PT), Teresa Bergher (PSDB), Marcio Garcia (PR), Leonel Brizola Neto (PDT) e Jefferson Moura (PSOL) - que também discordam da atual composição da CPI.

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A decisão de Eliomar foi tomada um dia depois da revogação da liminar que suspendia os trabalhos da CPI. O bloco de oposição anunciou que vai recorrer da decisão da Justiça.

"Desde o início eu afirmei que a comissão, do jeito que foi formada, não tem legitimidade. Primeiro tentamos resolver na base da conversa, da política. Depois usamos instrumentos regimentais. Por fim recorremos à Justiça. Se eu acho que a CPI não é legítima, tenho que manter a coerência e não posso fazer parte dela. Mas isso não significa que vamos cruzar os braços diante do problema do serviço de ônibus na cidade do Rio. Vamos continuar trabalhando e exigindo respostas aos questionamentos", disse.

Ainda durante a reunião, ficou decidido que nenhum dos outros três vereadores do PSOL assumirá a vaga de Eliomar. Ainda não está definido quem o substituirá. Mesmo com a renúncia, está confirmada a sessão da CPI marcada para esta sexta-feira, 30.

Dos cinco membros da comissão, quatro são da base de apoio ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) e nenhum deles assinou o pedido de instalação da comissão: Chiquinho Brazão (presidente), Professor Uóston (relator), Jorginho da SOS (todos do PMDB) e Renato Moura (PTC).

Briga na Justiça

Nessa quarta-feira, 28, a juíza Roseli Nalin, da 5ª Vara da Fazenda Pública, determinou que a CPI dê prosseguimento aos trabalhos.

Na semana passada, seis vereadores de oposição ingressaram na Justiça pedindo mais uma vaga para o grupo oposicionista na composição da CPI. Na quinta-feira (22), a Justiça concedeu liminar suspendendo os trabalhos da CPI para analisar o caso. Na segunda-feira (26), o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), apresentou seus argumentos, alegando que a distribuição de vagas na CPI atendeu às exigências legais.

"A proporcionalidade aplicada no âmbito eleitoral e parlamentar tem critério próprio e diferenciado. Se a sua aplicação em algumas situações não enseja em resultado satisfatório, isto se deve pela composição da Casa e não poderá ser revista pelo Judiciário", escreveu a magistrada em sua decisão.

Ocupada por manifestantes desde a sexta-feira, 09, a Câmara do Rio permaneceu fechada nesta segunda-feira. Os funcionários foram orientados a voltar para casa. Pelo menos nove manifestantes continuavam no prédio, à noite. A principal das nove exigências do grupo é a mudança na composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará os contratos da prefeitura com as empresas responsáveis pelo transporte coletivo municipal.

Dos cinco integrantes da CPI, só o vereador Eliomar Coelho (PSOL), autor do pedido de criação da comissão, é da oposição. Os outros quatro integrantes (Chiquinho Brazão, Professor Uóston, Jorginho da SOS, todos do PMDB, e Renato Moura, do PTC) apoiam o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e não assinaram o pedido de criação da CPI.

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Numa eleição contestada, realizada na semana passada, Chiquinho Brazão foi eleito presidente e Professor Uóston, relator da comissão. Nesta segunda-feira, 36 dos 51 vereadores se reuniram por cerca de três horas para discutir as reivindicações. Os quatro vereadores governistas que integram a CPI não compareceram.

"Eles alegaram não querer causar constrangimentos aos colegas, já que a discussão seria sobre uma eventual saída (deles)", disse Coelho. A única decisão foi adiar a sessão da CPI que estava prevista para as 10 horas desta terça-feira, 13. Como isso só pode ser feito com o consentimento dos quatro vereadores ausentes, essa decisão ainda dependeu de consulta ao grupo, ao fim da reunião.

Chiquinho Brazão, Professor Uóston e Jorginho da SOS foram consultados às 17h30 e aceitaram, de acordo com o vereador do PSOL. Até essa hora, Moura não havia sido encontrado. A reunião desta terça-feira seria a primeira da CPI e ouviria o ex-secretário municipal de Transportes Alexandre Sansão e o atual ocupante do cargo, Carlos Roberto Osório.

A pauta foi decidida contra a vontade de Coelho. A sessão deve ocorrer na quinta-feira, 15. Fora da Câmara Municipal, cerca de cem manifestantes passaram o dia protestando, principalmente, contra os vereadores governistas da CPI. Ao fim da reunião, o presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), saiu por uma porta lateral para não ser abordado pelos manifestantes e a imprensa. "Estamos buscando uma solução", limitou-se a dizer, após, no entanto, ser notado apenas por jornalistas. O oposicionista e ex-prefeito Cesar Maia (DEM) saiu em meio aos ativistas e foi alvo de xingamentos e até de cusparadas. A Rede Globo de Televisão também foi alvo de protestos.

A jornalista Bette Lucchese, repórter da emissora, foi seguida e hostilizada com xingamentos. Os ocupantes da Câmara, que se identificam todos como "Amarildo", numa referência ao morador da Favela da Rocinha desaparecido desde julho, disseram nesta segunda-feira à noite que ainda não haviam sido comunicados oficialmente sobre a decisão de adiar a sessão da CPI, mas que manteriam a ocupação. Para que ocorra a sessão ordinária prevista para esta terça à tarde, eles dispuseram-se a sair do plenário e ocupar outra área do prédio.

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