A cantora transexual e vocalista da Banda Uó, Candy Melody, relatou uma situação incômoda pela qual passou no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, antes de embarcar para Brasília para a realização de um show. Nos stories do seu Instagram, ela contou que foi detida no aeroporto por dois seguranças que queriam revistá-la, alegando que no seu documento contava o nome masculino.
“Eles me coagiram, me levaram para uma sala com dois caras para fazer a revista em mim e eu não aceitei. E eu estou aqui, correndo o risco de perder o show de Brasília”, contou ela em vídeo. “Eles não vão tocar em mim, eu não vou cooperar. Eu estava jurando que era uma revista comum de bagagem e de repente eles trancaram a porta”, relatou, detalhando que foi pedido para ela tirar a roupa. “Eu só não fui mais coagida porque a equipe inteira [da banda] estava aqui", disse Candy.
##RECOMENDA##Após conseguir embarcar no avião e chegar à capital federal, a cantora deu mais informações sobre como foi o decorrer do caso: “Eu acabei sendo revistada, mas foi em público, pois eu queria que fosse visto na frente de todo mundo um homem tocando no corpo de uma mulher”. Ela enfatizou ainda que se despiu da sua blusa e mostrou os seios como forma de protesto. “Foi a minha forma de gritar. Rapidamente eles resolveram o problema pra eles”, completou, dizendo que os agentes ainda sim queriam revistá-la numa cabine sem ninguém ver.
“Foi muito violento, e se aconteceu comigo pode acontecer com qualquer pessoa. Eu fui tratada como uma criminosa. Como alguém que não tinha direito de escolher o procedimento que fosse acontecer, alguém que não tinha direito algum”, lamentou. “Todo esse preconceito começa com o fato deles selecionarem uma pessoa do nada, e eles não estavam nem pedindo documento ou RG de ninguém, eles pediram o meu especificamente e criaram todo um mistério por trás disso”, continuou Candy Melody no stories, contando ainda que foi motivo de chacota por parte de algumas pessoas que trabalhavam no local. “Foi um acontecimento muito violento comigo, com meu corpo, com minha vida e minha existência”, concluiu.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a revista física deve ser sempre realizada por um agente do mesmo sexo, podem do ser em local público ou reservado, a critério do passageiro, com presença de testemunha.