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As coordenadoras da Escola Livre de Redução de Danos (ELRD), Priscilla Gadelha e Ingrid Farias, usaram o perfil da Casa de Redução de Danos de Olinda para pedir apoio após uma abordagem feita no local - instalado dentro da folia olindense com o objetivo de prestar suporte e conscientização às pessoas sobre os perigos do uso exacerbado do álcool e outras drogas. Segundo elas, o local recebeu visitas da Guarda Municipal de Olinda e da Polícia Civil após ter sido denunciado por apologia às drogas.  

A Casa de Redução de Danos foi montada pela segunda vez, na folia olindense, com o tema ‘Fique Suave no Carnaval’. O espaço, localizado na Rua 13 de Maio, oferece serviços gratuitos como ambiente para descanso e acolhimento,  água e distribuição de kits de redução de danos com preservativo, protetor solar, sedas e outros itens, tudo de forma gratuita. No lugar, os foliões também encontram materiais informativos sobre os riscos e efeitos do uso de álcool e outras substâncias.

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No entanto, o consumo dessas e outras substâncias são proibidas no local, como explicou Priscilla Gadelha em entrevista recente ao LeiaJá. “A casa é para descansar, fazer contato consigo, beber água, se alimentar”. 

Através de um vídeo postado no Instagram, Ingrid e Priscilla falaram sobre as abordagens que a casa recebeu, no Sábado de Zé Pereira e no Domingo de Carnaval. “A gente recebeu a abordagem domingo, não bem vinda, enviada pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, através da Polícia Civil, ontem a gente já tinha recebido a presença da guarda municipal, acusando a escola de estar fazendo apologia. A gente tá aqui pra reforçar que a redução de danos é uma apologia ao cuidado e a redução de danos segue firme aqui, fazendo nosso trabalho estimulando todo mundo a se cuidar”, disse Ingrid. Elas também chamaram instituições e pessoas da sociedade civil a comparecerem ao local, nesta terça (21), último dia de seu funcionamento, para a distribuição de kits e conferir que “a redução de danos continua”. “Não vamos deixar a redução de danos ser criminalizada. Essa é uma ação importante”, finalizou Ingrid.  

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O LeiaJá tentou contato com a Polícia Civil de Pernambuco e com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco para obter mais informações sobre as supostas denúncias e abordagens, mas não recebeu resposta até o fechamento desta matéria. Através de nota oficial, a Polícia Civil informou que enviou equipes à Casa de Redução, na última segunda (20), após "receber informes" e que "como a campanha não estava vinculada ao Estado nem à Prefeitura de Olinda", "alguns materiais foram apreendidos, assim como depoimentos foram colhidos a fim de esclarecer o funcionamento da estrutura". Confira na íntegra.

A Polícia Civil informa que não há, por parte das forças policiais e órgãos do Governo de Pernambuco, qualquer intenção no sentido de criminalizar campanhas educativas ou impedir a livre manifestação do pensamento. Ao contrário, o diálogo entre as entidades que trabalham a temática está estabelecido junto às secretarias estaduais de Defesa Social, Saúde e de Desenvolvimento Social, Criança, Juventude e Prevenção às Drogas, de modo a fortalecer ações integradas voltadas à prevenção, proteção, apoio, cuidado e assistência aos usuários e à população pernambucana como um todo.Na segunda-feira, 20 de fevereiro, após ter recebido um informe, a Polícia Civil deslocou uma equipe para o endereço na rua Treze de Maio, Carmo, Olinda, a fim de apurar os fatos. Conforme divulgado nas mídias, tratava-se de uma campanha sobre a redução de danos para o uso de entorpecentes. Como a campanha não estava vinculada ao Estado nem à Prefeitura de Olinda, que também enviou equipe de fiscalização ao local, alguns materiais foram apreendidos, assim como depoimentos foram colhidos a fim de esclarecer o funcionamento da estrutura.

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