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Meghan Markle entra na família real britânica em circunstâncias radicalmente diferentes da última americana a fazê-lo, Wallis Simpson, um nome que ainda provoca calafrios no Palácio de Buckingham.

O rei Edward VIII se viu obrigado a abdicar em 1936, poucos meses depois de chegar ao trono, para se casar com Simpson, um feito que atingiu a estabilidade nacional nos anos anteriores à Segunda Guerra Mundial.

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A sombra de 1936 é difícil de ignorar diante do casamento de Markle e Harry, em 19 de maio, na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, a mesma onde aconteceram os funerais de Simpson, em 1986.

Aquela que foi a duquesa de Windsor está enterrada junto ao seu marido no cemitério real de Frogmore House, a mansão na qual Harry e Meghan celebrarão uma festa na noite de seu casamento.

Para o escritor especialista na monarquia Andrew Morton, o breve rei Edward VIII deve estar "se revirando no túmulo" diante deste matrimônio: em circunstância similares, o seu lhe custou a coroa.

Morton, que publicou biografias de Wallis e Markle, comparou a integrante da alta sociedade de Baltimore com a atriz de Los Angeles.

"A família de Wallis teve escravos, ao invés de terem sido escravos", disse Morton à AFP, fazendo referência aos antepassados maternos de Markle.

Edward e Wallis "teriam ficado atônitos com a transformação da monarquia britânica nos últimos 80 anos".

- Uma recepção glacial -

O poder de Wallis sobre Edward inquietou profundamente a família real. Ela era considerada inaceitável como rainha de todos os pontos de vista, desde o social e moral ao religioso.

Se Edward tivesse se casado com ela desconsiderando o conselho do primeiro-ministro, o governo teria que demiti-lo e teria sido aberta uma crise constitucional.

Finalmente, Edward abdicou e os dois se casaram em um castelo da França em 1937.

Naquele ano, sua visita à Alemanha nazista e seu encontro com Adolf Hitler causaram ainda mais inquietação e alimentaram a ideia de que simpatizavam com aquele regime.

Sua vida nos arredores de Paris, animada pelas festas de seus amigos milionários, foi uma aposentadoria de ouro.

As relações com a família real nunca foram completamente recuperadas, e as visitas ao Reino Unido foram escassas.

A resposta da monarquia à abdicação de Edward ajudou a moldar essa instituição.

Onde muitos viam uma história de amor, a família real considerou a abdicação um gesto egoísta e uma forma de fugir de suas obrigações.

Seu sucessor, o rei George VI, buscou que a monarquia fosse o total oposto, um trabalho duro e terminado a tempo, e uma filosofia herdada por sua filha, a atual rainha, Elizabeth II, de 92 anos, para quem a palavra "abdicação" é um insulto.

Aos 36 anos, Markle já sabe o que é o serviço público, pois foi embaixadora da ONU para os direitos das mulheres e embaixadora da agência de cooperação internacional canadense, além de ter feito um estágio na embaixada americana em Buenos Aires.

"Podia ter sido diplomata, política, advogada", explicou Morton.

"Sem dúvidas, Meghan está preparada para a família real. Demonstrou isso".

- Era de mudanças -

A sociedade britânica mudou muito desde os tempos de Simpson, e agora é multiétnica e moralmente mais relaxada, como demonstra o fato de que quatro em cada 10 casamentos acabem em divórcio.

De fato, três dos quatro filhos da rainha se divorciaram, incluindo o pai de Harry, o príncipe Charles, de Diana de Gales.

A aristocracia é agora menos petulante com os americanos e mais propensa a se casar fora de sua classe.

"A enorme mudança nas atitudes sociais que ocorreram nas últimas décadas se viu refletida no entusiasmo com o qual foi recebida a notícia do noivado de Harry e Meghan", constatou o comentarista de temas da monarquia Richard Fitzwilliams ao jornal Daily Express.

O marido da rainha Margrethe II da Dinamarca, o príncipe consorte Henrik, de origem francesa, sofre de demência, anunciou o palácio real nesta quarta-feira. "Após uma ampla investigação, e mais recentemente uma série de exames médicos durante o verão, uma equipe de especialistas do hospital de Copenhague concluiu que sua Alteza Real, o Príncipe Henrik, sofre de demência", indicou a Casa Real da Dinamarca em um comunicado.

O mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência, mas o palácio não deu mais detalhes sobre a condição de Henrik. "Este diagnóstico implica uma degradação das funções cognitivas do príncipe", acrescentou.

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Segundo o diagnóstico, isto "pode vir acompanhado de mudanças em seu comportamento, suas reações, seu julgamento e sua vida emocional, e pode portanto afetar todo tipo de contatos com o mundo exterior".

Em consequência, o príncipe consorte diminuirá suas atividades, acrescentou a Casa Real. Com 83 anos de idade, o marido da rainha Margrethe II se retirou da vida pública em janeiro de 2016. Os dinamarqueses sabem da sua frustração por não ter obtido o título de rei, um rancor que aumentou nos últimos anos.

No início de agosto, declarou publicamente que não quer ser enterrado junto com sua esposa na necrópole real da catedral de Roskilde, uma tradição entre os casais da realeza.

O príncipe considera que não tem uma relação de igualdade com sua esposa em vida, e portanto também não quer acompanhá-la na morte, informou ao jornal BT a chefe de comunicação do palácio, Lene Balleby.

A porta-voz explicou nesta quarta-feira à televisão dinamarquesa que o príncipe não tem intenção de mudar de parecer após o anúncio da sua doença. O palácio não informou se a decisão de Henrik sobre suas últimas vontades está relacionada com a demência.

A princesa Diana de Gales revelou os números de telefone particulares dos membros da Casa Real ao News of the World, declarou nesta quinta-feira um jornalista acusado pelas escutas ilegais realizadas pelo tabloide britânico.

Clive Goodman, que foi editor de temas da realeza no semanário, já desaparecido, explicou em um tribunal de Londres que Diana enviou a informação ao seu gabinete em 1992 porque "estava atravessando um período muito, muito difícil".

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Diana acabava de se separar do príncipe Charles, o herdeiro do trono - se divorciaram quatro anos depois, em 1996 - e buscava um aliado para atacar o príncipe Charles, "para mostrar a ele que existiam forças que se voltariam contra ele", disse Goodman perante um tribunal de Londres.

Diferentemente de outras muitas fontes do News of the World, Goodman declarou que a princesa não cobrou dinheiro pelo favor. O jornalista é acusado neste julgamento de ter pago pelos números de telefone da Casa Real.

Em 2007 já havia sido condenado a quatro meses de prisão por interceptar conversas telefônicas de membros da realeza.

O News of the World foi, em certo momento, a revista mais vendida da Grã-Bretanha, com mais de 2,5 milhões de exemplares semanais, graças, em grande parte, as suas exclusivas sobre a vida particular dos famosos.

Supostamente, muitas destas exclusivas eram produzidas com acesso ilegal às conversas telefônicas particulares de seus protagonistas.

Dois ex-redatores chefes do News of the World, Andy Coulson e Rebekah Brooks, e outras seis pessoas, entre elas Goodman, são processadas desde 28 de outubro em Londres por estas escutas, que incluíram a intervenção - e eliminação de todas as mensagens de voz - do telefone de uma jovem desaparecida que foi assassinada.

O proprietário do jornal, o magnata australiano Rupert Murdoch, fechou o News of the World no dia 10 de julho de 2011 depois de 168 anos de circulação, quando sua situação se tornou insustentável à medida que seus métodos eram revelados.

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