Tópicos | Cidade que não dorme

Durante o Carnaval, Olinda é a cidade que não dorme. E os foliões que acreditavam na possibilidade de descansar até tarde para recompor as energias foram surpreendidos e acordados, nesta terça-feira (17), pelo Bloco Anárquico A Corda. A agremiação, que completa 21 anos, iniciou às 7h da manhã na Ladeira da Misericórdia e de lá, com batuques e sirenes, saíram da casa em casa despertando os que teimavam em dormir. 

O tradicional bloco da Terça Gorda, como é conhecido o Dia do Carnaval, já é aguardado por muitos donos das casas de alugueis que abrem as portas para o coro “pode dormir, pode cochilar, que o seu sono não vamos atrapalhar. Acorda!”. Durante o percurso, os foliões foram se multiplicando e fazendo a festa pelas ladeiras de Olinda. Sem muito mau humor, os que eram acordados ao som de frevo deixavam de lado os colchões e entravam no clima, indo para as ruas ainda de pijama. “É para você despertar com o mesmo pique de todos os dias e brincar o Carnaval como se não fosse o último dia”, disse o militar Henrique Alves, 30 anos. De João Pessoa, esta é a quarta vez que Henrique opta por Olinda para festejar o Carnaval. 

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O olindense Diego Pires, 30 anos, afirmou que ter se sentido traído pelo sono. Ele todo ano acorda as pessoas no bloco, mas desta vez foi vítima da folia. “Trabalhei todo o Carnaval tocando. Hoje terminei perdendo a hora e ao invés de acordar fui acordado”, contou, ainda com o semblante sonolento. 

História

Dois amigos, um sonho e o outro idealizador. Foi desta forma que no Carnaval de 1994 surgiu o Bloco Anárquico A Corda. O engenheiro Silas Ribeiro sonhou que alguém o acordava na Terça-feira Gorda e ao contar para o também engenheiro Marcelo Laranjeira, eles decidiram colocar o sonho em prática através da brincadeira.

"Naquele ano o Marcelo trabalhava na Prefeitura (de Olinda) e pegou uma corda de lá emprestada para sairmos com os batuques e os amigos", contou Silas. "Depois do bloco ele devolveu a corda e no ano seguinte compramos esta que desfilamos ate hoje. Esta corda custou R$10", complementou. 

“É uma satisfação pessoal ver o bloco ainda nas ruas e com tamanha aceitação”, frisou. “Quem bota o bloco na rua são as pessoas. Começamos com umas 10 e terminamos com mais de 100”.

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