Tópicos | cinegrafista

Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, os dois acusados de provocar a morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, atingido por um rojão durante protesto no centro do Rio, em 6 de fevereiro, começaram a ser julgados nesta sexta-feira (25). Eles são acusados pelos crimes de explosão e homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, sem chance de defesa e uso de artefato explosivo). Hospitalizado após o acidente, Santiago morreu em 10 de fevereiro.

Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas no Fórum do Rio de Janeiro, durante a primeira audiência de instrução e julgamento na 3ª Vara Criminal da Capital. Ao fim da audiência, a defesa dos réus pediu a revogação da prisão preventiva dos acusados, mas o juiz negou o pedido. Ao todo, 17 testemunhas (nove de defesa e oito de acusação) foram arroladas para depor. A próxima audiência será em 5 de maio.

##RECOMENDA##

Depoimentos - Uma das testemunhas que depuseram nesta sexta foi o administrador Carlos Henrique Omena, que trabalhava com Caio Silva no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, na zona oeste do Rio. Carlos Henrique afirmou que recebeu um telefonema de Caio logo após a morte de Santiago. Na ligação, o acusado teria admitido que "havia feito uma besteira, matado um cara". Carlos Henrique confirmou em juízo o depoimento que prestara à Polícia Civil durante a fase de inquérito.

Os delegados Maurício Luciano de Almeida e Silva e Fábio Pacífico Marques também foram arrolados como testemunhas pelo Ministério Público e prestaram depoimento. Os dois contaram detalhes da investigação. A quarta pessoa a depor ontem foi o tenente da Polícia Militar Luiz Henrique de Oliveira Martins. Ele disse que estava bem perto de Santiago quando o cinegrafista foi atingido pelo artefato explosivo.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou nesta quinta-feira, 10, o habeas corpus de Fábio Raposo Barbosa, 23, e Caio Silva de Souza, 22, acusados de disparar o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, durante o protesto contra o aumento da passagem de ônibus em 6 de fevereiro deste ano, na capital carioca. O pedido foi negado pelos desembargadores da 8ª Câmara Criminal, por dois votos a um.

A defesa impetrou o habeas corpus no TJ-RJ em fevereiro deste ano, solicitando que Caio e Fábio ficassem em liberdade até o julgamento do mérito. Apesar do voto contrário de dois magistrados, o julgamento não foi concluído na época, pois o desembargador Gilmar Teixeira pediu vistas, tendo devolvido o processo somente hoje, com voto pela "concessão parcial" do pedido. Mesmo assim continuou voto vencido.

##RECOMENDA##

A defesa também ajuizou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou o pedido em março. Um dos advogados dos réus, Jonas Tadeu Nunes informou à Agência Estado que vai recorrer ao STJ na próxima segunda-feira, 14. Ele afirmou que usará como argumento o voto vencido do desembargador Gilmar Teixeira. A defesa diz que os jovens estão sofrendo "constrangimento ilegal", uma vez que não haveria fundamentação para as prisões preventivas e pede que elas sejam substituídas por medidas cautelares alternativas.

Fábio Rapozo e Caio de Souza são acusados de homicídio triplamente qualificado e crime de explosão. Segundo o Ministério Público, eles acenderam o rojão que matou o cinegrafista. A prisão preventiva dos jovens foi decretada em 20 de fevereiro. Eles estão presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Segundo o TJ-RJ, a primeira audiência do caso está marcada para o próximo dia 25 de abril, na 3ª Vara Criminal.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou nesta quarta-feira (19), pedido de habeas corpus em favor de Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, presos pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão durante um protesto no Rio no dia 6 de fevereiro.

Na decisão, o ministro Jorge Mussi aplicou a Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual não é possível analisar habeas corpus contra decisão que apenas negou liminar na instância anterior, sem julgar o mérito do pedido.

##RECOMENDA##

Fábio, 23 anos, e Caio, 22, são acusados de homicídio triplamente qualificado e crime de explosão. Segundo o Ministério Público, eles acenderam um rojão durante uma manifestação contra o aumento da passagem de ônibus que acontecia no centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. O artefato atingiu o cinegrafista da Band, causando sua morte quatro dias depois. A prisão preventiva foi decretada dia 20 de fevereiro.

Os advogados dos dois jovens entraram com habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e pleitearam liminar para que eles pudessem ficar em liberdade até o julgamento do mérito do pedido. Depois que a liminar foi negada, os advogados impetraram novo habeas corpus no STJ.

Antecedentes. Segundo o STJ, a defesa sustentou que os acusados estariam sofrendo constrangimento ilegal, porque não haveria fundamentação idônea para as prisões cautelares. Os defensores também disseram que ambos "são primários e com bons antecedentes" e que a necessidade da prisão foi fundamentada em "contravenções ou, no máximo, crime de menor potencial ofensivo". Os advogados pediram que a prisão fosse substituída por medidas cautelares alternativas.

O ministro Mussi observou que não está caracterizada qualquer ilegalidade e negou o pedido. Em sua decisão, o magistrado afirma que analisar as questões levantadas pela defesa no pedido resultaria em supressão de instância, uma vez que o mérito do habeas corpus anterior ainda será julgado pelo TJ-SP.

A polícia prendeu um dos suspeitos de terem participado do confronto com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) em que o cinegrafista da Band Gelson Domingos foi morto, em novembro de 2011, na Favela de Antares, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Alexandre da Silva, o Xandoca, de 32 anos, foi localizado em Volta Redonda, no sul fluminense, por policiais do serviço reservado do 27.º BPM (Santa Cruz).

O Disque-Denúncia oferecia recompensa se R$ 1 mil por informações que levassem ao criminoso, acusado de fazer parte da quadrilha que comanda a venda de drogas em Antares. Ele tinha quatro mandados de prisão expedidos. Uma ligação levou a polícia ao bairro Retiro, em Volta Redonda, na noite de terça-feira. Xandoca foi preso sem reagir.

##RECOMENDA##

Domingos, de 46 anos, fazia a cobertura de uma operação do Bope em Antares, quando foi baleado. Um dos criminosos atirou na direção do cinegrafista, que chegou a filmar seu assassino. O tiro atingiu Domingos no peito. Ele foi levado para uma Unidade de Pronto- Atendimento, mas morreu antes de ser atendido.

O 3.º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Estado do Rio recebeu, nesta quinta-feira (20), a denúncia do Ministério Público contra Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados de ter acionado o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade durante manifestação no centro do Rio em 6 fevereiro. Andrade morreu na semana passada.

A decisão também converteu a prisão temporária dos acusados em prisão preventiva. Agora, eles deverão continuar detidos até o julgamento, caso não seja concedido habeas-corpus. Barbosa e Souza vão responder por crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado.

##RECOMENDA##

O advogado dos acusados, Jonas Tadeu Nunes, disse que só vai se pronunciar depois que tiver acesso à decisão. Na quarta-feira (19), o criminalista Wallace Martins, auxiliar de Nunes, disse que pretendia ingressar com pedido de habeas-corpus caso a Justiça decretasse a prisão preventiva de seus clientes. Ele vai defender a tese de que os dois foram negligentes ao acender o rojão - mas que não tinham a intenção de matar.

O criminalista Wallace Martins, novo advogado dos manifestantes acusados de terem lançado o rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade, morto na semana passada, vai ingressar com pedido de habeas corpus caso a Justiça decrete a prisão preventiva de Caio Silva de Souza e Fábio Raposo. A prisão temporária dos dois, que tem prazo de 30 dias, foi decretada na semana passada.

Para Martins, a prisão não se justifica, porque seus clientes são réus primários e têm endereço fixo. Ele vai defender a tese de que os dois foram negligentes ao acender o rojão, mas que não tinham a intenção de matar. Souza e Raposo foram indiciados pela Polícia Civil sob acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar). Os dois já foram denunciados pelo Ministério Público e, agora, cabe à Justiça decidir se aceita ou não a denúncia. Eles podem ir a júri popular. Professor de Direito Penal na Universidade Candido Mendes, Martins assumiu a defesa na terça-feira, 18. Ele vai atuar em conjunto com o advogado Jonas Tadeu Nunes, que o convidou e está no caso desde o início.

##RECOMENDA##

A presidente Dilma Rousseff decidiu endurecer ainda mais com os black blocs. A ideia, agora, é incluir no projeto de lei a ser enviado pelo governo ao Congresso um artigo que prevê pena de até dez anos de prisão a quem reincidir no uso de máscaras para cometer atos de vandalismo em manifestações.

O argumento do governo é de que não vai criminalizar a utilização da máscara, mas a desobediência a um aviso prévio, feito pela polícia. O texto final da proposta ainda não está fechado, mas é certo que o Brasil seguirá legislações existentes em outros países, na tentativa de conter a onda de violência nos protestos. O uso de balas de borracha, por parte de policiais, será permitido.

##RECOMENDA##

Uma equipe formada por secretários do Ministério da Justiça estuda o Código Penal de vários países para formatar o projeto de lei. Em média, a penalidade para quem comete atos ilícitos em manifestações, sob o uso de máscaras, é de cinco anos. O governo ainda não bateu o martelo sobre a duração da pena máxima a ser proposta.

No Canadá, por exemplo, o manifestante mascarado que promove baderna pode ser condenado a até 10 anos de reclusão. Destruir o patrimônio público, ocupar edifícios e promover barricadas na França são crimes puníveis com até 15 anos de cadeia. Nos EUA, 12 Estados responsabilizam criminalmente quem participa de protestos com o rosto encoberto.

Liberdade

Depois de idas e vindas, o governo recorre agora a um jogo de palavras para não ser acusado de cercear a liberdade de expressão. Para evitar polêmica, a mais nova proposta do Ministério da Justiça proíbe o uso de máscara em manifestações, mas exclui dessa norma os "eventos culturais, históricos e religiosos".

Além disso, a prática somente será tipificada como crime quando o manifestante voltar a participar de atos com o rosto coberto, sem permitir a identificação, em menos de três meses. Antes disso, haverá apenas uma advertência.

Juizado

O governo avalia também a possibilidade de adotar juizados itinerantes, como em estádios de futebol, para resolver conflitos em protestos de rua. A proposta é que todo e qualquer mascarado seja encaminhado à polícia, lá ficando retido até o fim da manifestação.

Nessa primeira abordagem, o manifestante receberia um aviso da autoridade policial. Mas o governo quer que, no caso de reincidência, ele seja punido com reclusão. Em conversas reservadas, auxiliares da presidente Dilma dizem que a coerção é muito importante e tem "efeito educativo" sobre a sociedade.

As penas por dano ao patrimônio público, lesão corporal e homicídios em manifestações serão aumentadas. Na semana passada, um cinegrafista da TV Bandeirantes morreu após ser atingido por um rojão, num protesto do Rio.

O Ministério da Justiça pretende enviar o projeto de lei, em regime de urgência, ainda nesta semana para o Congresso. A proposta deve ser anexada a outras similares que tramitam na Câmara dos Deputados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, defendeu neste domingo (16) o direito de manifestações dos cidadãos sem violência. "A manifestação faz parte do direito do cidadão... Mas isso não pode levar outra pessoa a ser machucada, morta, por causa das opiniões, nem por questão ideológica, nem partidária".

A declaração foi dada momentos antes de celebrar a missa de sétimo dia em homenagem ao cinegrafista da Band Santiago Andrade, morto na última segunda-feira, 10, depois de ser atingido por um rojão na cabeça durante manifestação contra o aumento da passagem de ônibus municipais, no centro do Rio.

##RECOMENDA##

"Quanto mais as pessoas tiverem a cultura do diálogo, mais gente vai aderir as suas ideias. Quanto mais violência, mais pessoas vão se afastar", afirmou.

Cerca de 50 pessoas participaram da celebração na Catedral do Rio de Janeiro. A homenagem começou às 15 horas e durou cerca de uma hora.

Muito emocionada, a viúva de Santiago, Arlita Andrade, conversou com jornalistas após a missa. "A morte dele não vai ser em vão, espero que mude, que as pessoas tenham muito amor e respeito pelo próximo".

A mãe do cinegrafista, Pastorinha Andrade, também fez declarações após a cerimônia: "Santiago está na luz. Ele é uma luz, é canal da paz, do amor. Ele está nas estrelas com Jesus".

Ela agradeceu a solidariedade e carinho que a família tem recebido. "A saudade e a tristeza são muito grande, mas Jesus está conosco, está nos fortalecendo para que a gente consiga caminhar com o nosso coração sempre cheio de fé e esperança".

A filha de Santiago, Vanessa Andrade, não compareceu à missa. Segundo a família, ela foi ao jogo entre Flamengo e Vasco, no Maracanã, onde o cinegrafista seria homenageado.

O delegado Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão), chegou às 16 horas desta quinta-feira (14) à sede do Ministério Público do Rio para entregar à promotora Vera Regina de Almeida o inquérito que apurou a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, de 49 anos.

O delegado indiciou o tatuador Fábio Raposo e o auxiliar de serviços gerais Caio Silva de Souza, ambos de 22 anos, pelos crimes de explosão e homicídio doloso (com intenção de matar), qualificado por uso de artefato explosivo.

##RECOMENDA##

Se condenados, cada um pode pegar até 35 anos de prisão. O delegado também requereu a conversão da prisão temporária por 30 dias de ambos para prisão preventiva, a fim de que os dois permaneçam presos até o julgamento.

Como os indiciados estão presos, a promotora tem prazo de cinco dias para analisar o inquérito e decidir se oferece denúncia à Justiça ou se devolve o inquérito à Polícia Civil requerendo novas diligências.

Em uma pequena sala, reservada apenas para a família e amigos íntimos, o corpo do cinegrafista Santiago Andrade foi cremado por volta de 12h30, desta quinta-feira, 13. O velório, começou por volta das 8h, quando pais e irmãos de Andrade chegaram ao cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio.

Antes da cremação, o arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, celebrou uma pequena missa, em memória do cinegrafista. Durante o velório, amigos e familiares leram trechos de um texto com características de Andrade. Entre amigos, familiares e profissionais da imprensa, cerca de 150 pessoas compareceram à cerimônia pública, de 8h às 12h, para apoiar a família.

##RECOMENDA##

Após a cremação a mulher de Andrade, Arlita Andrade, pediu que a imprensa retrate também coisas boas. "Santiago me pediu para deixar um recado para vocês: ele queria que as lentes de vocês só mostrem coisas boas, coisas lindas. Ele também desejou que Deus proteja vocês, porque é através desse trabalho que a sociedade sabe das notícias, do que acontece no mundo".

Cerca de 40 pessoas entre jornalistas, cinegrafistas, fotógrafos e auxiliares de câmera aguardam o começo do velório do cinegrafista Santiago Andrade, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio. Marcada para as 7h, até as 8h a cerimônia não havia começado porque a família Andrade não havia chegado.

O velório estará aberto ao público até as 11h desta quinta-feira (13), quando a capela será fechada para uma despedida particular da família. Ao meio dia, Andrade será cremado. O cinegrafista teve morte cerebral na segunda-feira (10), depois de ser atingido por um rojão na cabeça, há uma semana, durante manifestação contra o aumento do preço das passagens de ônibus. Seus órgãos foram doados.

##RECOMENDA##

O tatuador Fábio Raposo e o auxiliar de serviços gerais Caio Silva de Souza estão presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste. Eles respondem por homicídio doloso e pelo crime de explosão.

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, entregou nesta quarta-feira (11) a senadores um projeto de lei que tipifica o crime de desordem e propõe uma punição de até 12 anos quando a prática resultar em morte. A iniciativa acontece uma semana após a manifestação na qual o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade foi atingido por um rojão enquanto trabalhava na cobertura de uma manifestação no Rio. Andrade morreu na segunda-feira, dia 10.

Beltrame avaliou que a proposta, ao estabelecer limites à realização de manifestações, garante a ocorrência desses movimentos. "Eu gostaria também de participar de algumas manifestações, mas as pessoas acabam saindo delas em função das consequências que ela tomam. Entendemos que, com isso, nós estamos garantindo as manifestações, tornando-as efetivamente transparentes", destacou.

##RECOMENDA##

Segundo ele, o projeto começou a ser elaborado após a Copa das Confederações, em junho do ano passado, quando o País se viu tomado por manifestações populares. "Apresentamos ao Ministério da Justiça dia 22 de novembro e de lá para cá o processo está sendo encaminhado em outras condições. Nós, no sentido de tentarmos um atalho, trouxemos à Comissão de Segurança para ver se obtemos uma resposta", explicou o secretário.

O secretário explicou ter buscado o Senado para tentar dar uma resposta mais rápida à violência que tem acontecido nos últimos movimentos populares. "Como operadores da segurança na ponta, precisamos ter pressa, precisamos ter instrumentos efetivos que mostrem à sociedade que estamos procurando dar uma resposta a quem, por exemplo, joga um rojão às cinco e meia da tarde na frente da Central do Brasil, onde tem milhares de pessoas passando por ali.

Desordem - A proposta proíbe o porte de armas e objetos que possam provocar lesões. Não permite, também, o uso de máscara ou qualquer forma de dificultar a identificação durante e logo após os eventos. Quem mantiver o rosto coberto durante manifestações, ou for flagrado com objetos lesivos, o manifestante será retido enquanto o movimento estiver ocorrendo, além de poder responder civil e criminalmente. Reincidentes estão sujeitos à pena de 15 dias a seis meses.

O texto altera o Código Penal para estabelecer como praticante de desordem todos que forem flagrados "agredindo ou cometendo qualquer ato de violência física ou grave ameaça à pessoa; destruindo, danificando, deteriorando ou inutilizando bem público ou particular; invadindo ou tentando invadir prédios ou locais não abertos ao público; obstruindo vias pública de forma a causar perigo aos usuários e transeuntes; a qualquer título ou pretexto ou com o intuito de protestar ou manifestar desaprovação ou descontentamento com relação a fatos, atos ou situações com os quais não concorde". A proposta pune com dois a seis anos de prisão e multa quem for encontrado nessas situações.

São consideradas formas qualificadas do crime de desordem, sujeitas à pena de reclusão de três a oito anos, o emprego de substâncias inflamáveis ou explosivas, os saques ou apropriação de bens alheios, públicos ou privados. Também são assim consideradas a incitação da prática por meios eletrônicos e os danos a bens históricos, artísticos e culturais.

Caso o ato de desordem resulte em lesão corporal grave, a pena salta para quatro a 10 anos. Caso culmine na morte de alguém, como ocorreu com o cinegrafista Santiago Andrade, a punição varia de seis a 12 anos de reclusão.

O projeto vai tramitar na Comissão Especial de Segurança Pública, uma subcomissão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde estão outros 44 projetos que versam sobre o mesmo tema. A partir da primeira reunião, que ainda não tem data para acontecer, a comissão terá um prazo de 90 dias para concluir os trabalhos.

O advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, ambos indiciados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, disse, em entrevista à Globonews, que jovens de famílias pobres vêm recebendo R$ 150 para participar de cada uma das manifestações no centro da cidade. Ele não especificou quem faz os pagamentos, mas acusou partidos políticos de envolvimento nisso.

Segundo Nunes, Souza não estava foragido, e sim se apresentou à polícia - ele foi preso na Bahia, esta madrugada. Mais cedo, ele o classificou como um rapaz "idealista", porém "manipulado". "Esse menino foi convocado, aliciado para participar de manifestações. Esses jovens são remunerados para isso. Não estou eximindo ele de responsabilidade, mas esses jovens são municiados".

##RECOMENDA##

O plano de fuga do auxiliar de limpeza Caio Silva de Souza, de 22 anos, começou a ser descoberto na segunda-feira (12), depois que a Polícia Civil do Rio apurou que naquele dia ele havia comprado na Rodoviária Novo Rio uma passagem de ônibus para Ipu, no Ceará, cidade onde moram seus avós paternos.

A fuga teve início poucas horas depois do advogado Jonas Tadeu Nunes, que até então defendia apenas o tatuador Fabio Raposo, confirmar ter entregue à 17.a DP (São Cristóvão, zona norte) a identificação de Caio. Na noite de segunda, Caio teve a prisão temporária por 30 dias decretada pelo plantão judiciário. No domingo, Raposo acusou Caio de ter acendido o rojão que vitimou o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes.

##RECOMENDA##

Segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida, que efetuou a prisão de Caio, foi o advogado que convenceu o rapaz a abandonar o plano de fuga no meio do caminho. O rapaz acabou se hospedando num pequeno quarto de uma pousada na cidade baiana Feira de Santana, onde foi preso pouco depois das 3h desta quarta.

"Vizinhos de Caio em Nilópolis (na Baixada Fluminense) disseram que Caio, o pai e a madrasta dele deixaram a casa na segunda de manhã. Caio estava com uma mochila", disse o delegado. Depois de preso, Caio disse informalmente que precisou vender um celular para comprar a passagem de ônibus.

Em entrevista rápida à TV Globo, ainda na delegacia de polícia em Feira de Santana (BA), Caio Silva de Souza disse nesta quarta-feira, 12, em voz baixa, que acendeu o rojão que atingiu e matou o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes."Acendi sim", balbuciou ele em resposta à pergunta da jornalista.

Depois, o acusado afirmou que teve muito receio de ser assassinado. "Fiquei com medo de me matarem". Ao ser perguntando quem poderia matá-lo, limitou-se a dizer: "Pessoas".

##RECOMENDA##

Caio Silva de Souza disse na entrevista que, embora tivesse aceso o artefato explosivo, desconhecia seu poderio. "Nem sabia que era um rojão", disse, acrescentando que pensava trata-se de um "cabeção de nego".

O acusado não apresentou ao delegado Maurício Luciano, presidente do inquérito, a mesma confissão transmitida pela emissora. Segundo o policial, ele não quis prestar declarações a respeito do crime.

Uma pessoa calma, simpática, trabalhadora e de boa índole. Assim Caio Silva de Souza, de 23 anos, foi descrito por pessoas que trabalham perto do Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande, zona oeste do Rio. Funcionário da empresa Hope, que terceiriza serviços, o auxiliar de serviços de limpeza e conservação de áreas públicas trabalhava como porteiro no hospital desde 24 de julho de 2013.

Os funcionários do hospital e da Hope confirmaram que Souza trabalhava das 7h às 19h, em dias alternados. Na terça-feira, 11, a divulgação das fotos de Souza foi uma surpresa para todos. O único assunto nos corredores do hospital e nas poucas lojas da rua Augusto de Vasconcelos era a prisão do colega de trabalho por disparar o rojão que causou a morte do cinegrafista Santiago Andrade.

##RECOMENDA##

Uma funcionária da farmácia em frente ao hospital afirmou que, apesar do pouco contato, Souza sempre foi muito educado com todos. Todos sabiam que ele ia para os protestos, mas não tinham ideia do que ele fazia. Ela chegou a ser chamada para ir na manifestação de quinta-feira, 06, mas rejeitou.

"Apesar de tudo acho que foi uma fatalidade. Ele não tinha a intenção de acertar ninguém, muito menos de matar uma pessoa", disse a mulher. Ela afirmou que ele era muito prestativo e ajudava as pessoas. "Sempre que podia, ele dava pão para os moradores de rua que ficam aqui perto do hospital".

Um "flanelinha" contou que Souza era uma pessoa discreta, que cumprimentava a todos. "Ele sempre me cumprimentou e nunca fez nada de mal para ninguém aqui".

Preso de madrugada em um hotel na cidade baiana de Feira de Santana (a 100 km de Salvador), Caio Silva de Souza, de 23 anos, está sendo levado ao Rio pela Polícia Civil do Estado em um voo convencional. A chegada ao Aeroporto Internacional do Rio está prevista para as 9h da manhã desta quarta-feira (12).

Em nota oficial divulgada ao amanhecer, a Polícia Civil informa que o acusado pela morte do cinegrafista Santiago Andrade será levado diretamente para a Cidade da Polícia (Jacaré, zona norte), onde o delegado da 17ª Delegacia de Polícia (DP), Maurício Luciano de Almeida, responsável pela prisão na Bahia, dará entrevista coletiva.

##RECOMENDA##

Souza foi localizado às 2h no quarto do hotel, próximo à rodoviária de Feira de Santana. Também presente no momento da captura, o advogado Jonas Tadeu afirmou, em entrevista à TV Globo, que o cliente e o outro acusado, Fábio Cardoso Barbosa (preso no fim de semana), são "jovens que são aliciados, jovens que são manipulados", mas não disse por quem.

Sobre Souza, que teria disparado o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Band na quinta-feira (6) passada (morreu quatro dias depois), o advogado disse tratar-se de "jovem miserável financeiramente, de baixo discernimento".

O chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, contou que a viagem do acusado ao Nordeste vinha sendo monitorada pelos investigadores. O destino dele seria a cidade de Ipu, no Ceará, onde mora um de seus avôs. Teria decidido saltar em Feira de Santana depois que conversou por telefone com o advogado e com a namorada.

"Foi uma operação complexa", disse Veloso, que enviou o delegado e três agentes para a Bahia a fim de localizar e apreender o suspeito. A entrevista foi dada à Globo. A namorada de Souza acompanhava o advogado no momento da prisão. Ela não teve o nome revelado.

Nesta terça-feira (11), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) chamou de "filhinhos de papai mimados" os rapazes envolvidos na explosão do rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade. Ao criticar a violência nas manifestações, o prefeito afirmou que "desta vez foi um bando de filhos de papai mimados" que destruiu a vida de uma pessoa.

"Eles precisam ficar na cadeia por muito tempo. Precisamos é de menos impunidade no Brasil e no Rio de Janeiro. Protesto faz parte, o que não pode acontecer é sair na rua tirando seus recalques, atacando os outros com violência", disse Paes.

##RECOMENDA##

Um dos suspeitos apontados pela polícia como responsáveis pela explosão mora em Nilópolis, na Baixada Fluminense, e trabalha como auxiliar de limpeza em um hospital estadual. Outro é tatuador e mora no Méier, na zona norte do Rio.

A Organização das Nações Unidas (ONU) se diz alarmada pela violência nos protestos no Brasil e condena a morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade. O representante para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Amerigo Incalcaterra, apelou nesta terça-feira (11) às pessoas e grupos que se manifestam a não utilizar a violência, para que todas as partes possam estabelecer um diálogo construtivo e sustentável". "A violência, de maneira nenhuma, é o meio para reivindicar direitos."

A ONU também "mostrou preocupação pelas alegações de uso excessivo da força e detenções arbitrárias de manifestantes e jornalistas por parte das forças policiais". Segundo a entidade, o "Estado brasileiro tem o dever de assegurar que suas forças policiais e de ordem respeitem em todo momento e circunstância os princípios de necessidade e proporcionalidade no uso da força, conforme os tratados e padrões internacionais de direitos humanos".

##RECOMENDA##

O corpo do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago de Andrade, que sofreu morte cerebral na segunda-feira (10), após ser atingido por um rojão quando cobria uma manifestação no centro do Rio, na quinta-feira (6), será velado e cremado na próxima quinta-feira (13), no Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio.

O corpo do cinegrafista chegou ao Instituto Médico-Legal na madrugada desta terça (11), informou a Polícia Civil. Segundo informações da Rede Bandeirantes, o velório será aberto ao público das 7h às 11h de quinta. Depois, a cerimônia seguirá apenas com a presença de parentes do cinegrafista, até a cremação.

##RECOMENDA##

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando