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O cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos, continua internado em estado grave no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. Ferido por um rojão de vara disparado durante um confronto entre policiais e manifestantes após um protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio, anteontem, ele sofreu afundamento do crânio e está em coma induzido.

A polícia descartou que o rojão causador do ferimento tenha sido lançado por um policial, já que esse tipo de artefato não é usado pela PM. A pessoa que acendeu o rojão foi flagrada por imagens, mas está de costas. Em outras imagens, é possível notar que o homem estava com o rosto coberto, como é habitual entre os manifestantes adeptos da tática black bloc. A polícia tenta identificar o rapaz para indiciá-lo pelos crimes de explosão e tentativa de homicídio qualificado por uso de explosivo. Ele pode ser condenado a cerca de 30 anos de prisão.

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O tatuador Fábio Raposo se apresentou à Polícia Civil do Rio, na madrugada deste sábado (8), e afirmou ser o rapaz que, nas imagens de emissoras de TV, aparece caminhando ao lado do homem de camiseta cinza que acendeu o rojão que feriu o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos, durante protesto no Rio na última quinta-feira (6).

Nas imagens, Raposo aparece de bermuda caminhando ao lado do rapaz de cinza. O tatuador foi à 16ª DP, na Barra da Tijuca (zona oeste), e contou ter comparecido à manifestação para protestar contra o aumento das passagens de ônibus. Em certo momento, viu uma pessoa derrubar um artefato no chão e pegou o rojão. Permaneceu com o artefato por alguns minutos, até que o rapaz de camiseta cinza, que Raposo diz desconhecer, o encontrou e pediu o rojão. Então o tatuador entregou o rojão, que foi aceso pelo suposto desconhecido.

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Raposo foi liberado após prestar depoimento. Embora negue ter levado o rojão ao protesto, ele será indiciado pelos mesmos crimes que serão atribuídos a quem houver aceso o artefato, segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva, da 17ª DP (São Cristóvão), que investiga o crime. O policial deve acusá-lo pelos crimes de explosão e tentativa de homicídio, esta qualificada por uso de explosivo.

Uma testemunha que não quer se identificar afirma ter flagrado o momento em que um rojão atingiu e feriu gravemente o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, durante um protesto promovido nesta quinta-feira (6), na estação ferroviária Central do Brasil, no centro do Rio. No flagrante, o homem estava de costas, trajando camisa cinza, calça jeans e lenço preto no rosto, o que indica que seria adepto do movimento Black Bloc. Vários vídeos mostram o episódio, mas nenhum exibe o rosto de quem acendeu o artefato.

O artefato que atingiu o cinegrafista é um rojão de vara e não foi lançado por nenhum policial, segundo concluiu a Polícia Civil, que recolheu nesta sexta-feira, 7, dois fragmentos do artefato e fez testes com rojões semelhantes. Andrade está internado em estado grave no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro da cidade. "Esse tipo de rojão é acionado por um pavio e tem duas etapas: primeiro é lançada uma espécie de foguete, que contém cerca de 60 gramas de pólvora, e segundos depois esse explosivo é detonado", contou o inspetor de polícia e técnico em explosivos Elington Cacella, integrante do Esquadrão Antibombas da Polícia Civil do Rio.

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Segundo ele, por segurança, recomenda-se que o artefato só seja aceso após preso na extremidade de uma vara de pelo menos um metro. A pessoa segura a outra ponta, para ficar mais longe do explosivo. No caso de anteontem, porém, o artefato estava no chão, na praça em frente ao prédio sede do Comando Militar do Leste, vizinho da Central do Brasil. Ele teria sido posicionado na direção dos policiais, mas saiu sem direção e acabou atingindo o cinegrafista, que estava a apenas três metros e sem equipamentos de proteção.

Caso seja encontrada, a pessoa que acendeu o artefato será indiciada pelos crimes de explosão e tentativa de homicídio (com o agravante do uso de explosivo), que podem acarretar mais de 30 anos de prisão. A polícia analisa imagens de câmeras instaladas nas imediações.

O artefato que feriu o cinegrafista Santiago Andrade não foi lançado por policiais, de acordo com o que concluiu nesta sexta-feira (7), a Polícia Civil do Rio. Trata-se de um rojão de vara, que não é usado pelos policiais.

"Os artefatos usados pela polícia podem até causar ferimentos, se usados de forma inadequada. Mas não produzem nem luz nem calor semelhantes ao do rojão que explodiu ontem (nesta quinta-feira, 6)", afirmou o inspetor de polícia Elington Cacella, técnico em explosivos e integrante do Esquadrão Antibombas da Polícia Civil do Rio.

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Entidades que representam jornalistas repudiaram a agressão ao cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lembrou que ele é o terceiro jornalista ferido em manifestações este ano - as outras duas ocorrências foram em São Paulo, num protesto no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro. Em 2013, 114 profissionais se feriram em todo o País durante a cobertura de protestos de rua, segundo a Abraji. Santiago Andrade permanece internado em estado grave.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio contabilizou 49 casos na cidade no ano passado. A entidade ressalta que tem sido difícil obrigar as empresas a fornecer equipamentos de segurança para os jornalistas e que o Estado precisa agir para salvaguardar os profissionais - uma vez que as emissoras de TV exploram uma concessão pública, que deve ser fiscalizada.

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Em nota, a Abraji afirmou que "se faz necessária uma apuração célere do ocorrido para que procedimentos sejam revistos e para que o Estado proteja a liberdade de expressão, a liberdade de informação e o jornalista". O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, disse que a impunidade faz com que os profissionais continuem vulneráveis. "Não só jornalistas, mas a sociedade brasileira precisa reagir a essa crescente violência contra jornalistas. A punição tem que ser exemplar, seja quem for que tenha sido o autor". A Associação Nacional de Jornais (ANJ) considera que a agressão "constitui um atentado à liberdade de imprensa, ao direito da população de ser livremente informada e ao cidadão de exercer sua profissão".

A Polícia Civil fluminense afirma que foi um rojão de vara o artefato explosivo que atingiu e feriu gravemente o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, durante o protesto contra o aumento das passagens de ônibus realizado na noite desta quinta-feira, 6, na estação ferroviária Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro.

Peritos do Esquadrão Antibomba recolheram nesta sexta-feira (7), no local em que Andrade foi atingido dois fragmentos de plástico preto que afirmam serem parte do artefato que feriu o jornalista. Os peritos fizeram um teste acionando rojões de vara e estas explosões causaram efeito visual idêntico ao que mostram as imagens registradas no momento em que o cinegrafista foi atingido. Esse tipo de artefato é vendido livremente, mas seu uso em local público depende de autorização prévia de autoridade competente, como os Bombeiros.

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Durante os protestos que começaram em junho passado, tem sido comum o uso desse tipo de rojão, segundo a polícia. Ontem mesmo, antes da explosão que feriu Andrade, pelo menos um outro artefato idêntico já havia sido acionado no saguão da estação ferroviária Central do Brasil.

O autor da explosão que feriu o cinegrafista ainda não foi identificado, e a polícia pede que testemunhas do episódio prestem informações, ainda que de forma anônima. Se identificado, o autor será indiciado pelos crimes de explosão e tentativa de homicídio. Este último agravado pelo uso de explosivo.

A presidente Dilma Rousseff se manifestou nesta sexta-feira (7), no Twitter, sobre o caso do cinegrafista Santiago Andrade, ferido na quinta-feira (6), durante protesto no centro do Rio: "Minha solidariedade ao cinegrafista Santiago Andrade, atingido por explosivo quando participava da cobertura de manifestação, no Rio".

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou nota condenando a agressão ao cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, ferido gravemente na cabeça por um explosivo durante embate na quinta-feira (6), entre manifestantes e policiais militares na Central do Brasil, no Rio.

"Diante da gravidade do fato, que constitui um atentado à liberdade de imprensa, ao direito da população de ser livremente informada e ao cidadão de exercer sua profissão, a ANJ exige que os responsáveis pelo ataque sejam identificados e punidos com todo o rigor." A nota é assinada pelo vice-presidente da ANJ, Francisco Mesquita Net, responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão.

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Somente depois de 16 horas e meia de o cinegrafista Santiago Andrade ser atingido na cabeça por um artefato ainda não identificado, agentes da 17ª Delegacia de Polícia (DP), em São Cristóvão, zona norte do Rio, e do esquadrão antibombas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fizeram a perícia na calçada da Central do Brasil. O local fica na frente da sede da Secretaria de Estado de Segurança, do Comando Militar do Leste, da estação de trens Central do Brasil e ao lado de um quartel da Guarda Municipal.

A calçada fica na Avenida Presidente Vargas, uma das principais da cidade, onde a movimentação é intensa durante todo o dia. Ainda assim, o espaço não foi isolado e pessoas desavisadas passavam por cima dos resquícios do acidente. Mesmo com uma poça de sangue seco e após a colocação de placas numéricas para identificação dos fragmentos, os mais distraídos só se davam conta na base do grito: "Não passa aí, estamos analisando as provas", diziam os policiais.

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O delegado responsável pelo caso, Maurício Luciano de Almeida e Silva, solicitou à Rede Bandeirantes as imagens da câmera que Andrade usava no momento que foi atingido. Silva também pedirá as imagens das câmeras de trânsito da região e de um fotógrafo que registrou a pessoa que levava o artefato de costas. O delegado também quer colher o depoimento da jornalista que estava com Andrade e de outras pessoas que estavam no conflito.

Diversos vídeos na internet mostram o momento em o cinegrafista foi atingido pelas costas por um artefato que estava no chão, perto de uma árvore a cerca de cinco metros de onde Andrade filmava o confronto entre policiais e manifestantes. O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, pediu que cinegrafistas e fotógrafos enviem as imagens para o delegado Maurício Luciano. O esquadrão antibombas analisará as imagens que mostram a dispersão dos gases, a amplitude do clarão e os fragmentos para definir o tipo de artefato.

Durante a perícia, os policiais recolheram provas técnicas para estabelecer o local exato onde Andrade estava quando foi atingido e definir o trajeto percorrido pelo rojão até atingir o cinegrafista. "Vamos buscar todas as imagens que retratem o ângulo onde o artefato estava e, a partir de então, definir a localização de manifestantes, policiais e mascarados".

As roupas que Andrade usava foram solicitadas para colher fragmentos do material e definir o tipo de artefato utilizado. O delegado Silva ainda vai ouvir pessoas que disseram que estavam no local, como o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, em São Cristóvão, na zona norte, jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos. A previsão para conclusão do laudo não foi informada.

Feridos e detidos - Andrade foi atingido na cabeça, entre a orelha esquerda e a câmera. Ele teve afundamento de crânio e um corte na orelha e permanece em estado gravíssimo no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.

Além do cinegrafista, outras seis pessoas ficaram feridas durante o confronto, mas nenhuma com gravidade. Trinta e duas pessoas foram detidas e liberadas após assinar um termo circunstanciado para responder em liberdade.

Equipes da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão, zona norte), e do esquadrão antibombas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fazem perícia, desde as 11h30 desta sexta-feira (7) no local onde o cinegrafista Santiago Andrade foi atingido com um morteiro na cabeça. A principal linha de investigação é a de que ele tenha sido atingido por fogos de artifício.

O delegado responsável pelo caso, Maurício Luciano de Almeida e Silva, solicitou à Rede Bandeirantes as imagens da câmera que Andrade usava no momento que foi atingido. Silva também pedirá as imagens das câmeras de trânsito da região e de um fotógrafo que disse ter registrado a pessoa que levava o artefato.

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A suspeita é que Andrade tenha sido atingido pelas costas, por fogos de artifício. O explosivo estaria a cerca de cinco metros do local onde o cinegrafista filmava o confronto entre policiais e manifestantes. O caso aconteceu na frente da sede da Secretaria de Estado de Segurança, do Comando Militar do Leste e da estação de trens Central do Brasil, no Rio de Janeiro.

Andrade foi atingido na cabeça entre a orelha e a câmera. O cinegrafista fazia a cobertura de um protesto contra o aumento da passagem na cidade do Rio, na noite de quinta-feira (6). Ele passou por uma neurocirurgia no Hospital Souza Aguiar, no centro, e permanece em estado muito grave. Ele teve afundamento de crânio, perdeu parte da orelha.

Permanece muito grave o estado de saúde do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. Ele foi internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Souza Aguiar, no centro, após ser atingido por um morteiro na cabeça durante conflito entre manifestantes e policiais na noite de quinta-feira (6).

Andrade foi ferido quando estava na Central do Brasil cobrindo o protesto contra o aumento da passagem na cidade do Rio. Ele passou por uma neurocirurgia na madrugada desta sexta-feira (7). Ainda não se sabe se o autor do disparo é policial ou manifestante.

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A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota de repúdio à agressão sofrida pelo cinegrafista. Andrade é o terceiro jornalista ferido em manifestações este ano. Além dele, Sebastião Moreira, da Agência EFE, foi agredido por PMs e Paulo Alexandre, freelancer, apanhou de guardas civis metropolitanos, durante protesto em 25 de janeiro, em São Paulo, ressalta a Abraji.

"A Abraji repudia ataques como esses a jornalistas. Em 2013, 114 profissionais foram feridos em todo o país durante a cobertura de protestos. É preocupante que 2014 comece com três casos de violência contra jornalistas. Se faz necessária uma apuração célere do ocorrido para que procedimentos sejam revistos e para que o Estado proteja a liberdade de expressão, a liberdade de informação e o jornalista".

O cinegrafista da TV Bandeirantes ferido na cabeça no confronto entre policiais e manifestantes nesta quinta-feira, 06, no Rio, teve afundamento do crânio e seu estado é considerado grave. Ele foi atingido por uma bomba. Não se sabe se foi um artefato de fabricação caseira, lançado por manifestantes, ou uma bomba de gás usada pela polícia.

Segundo a TV Bandeirantes, o cinegrafista perdeu muito sangue e desmaiou. Socorrido por policiais e levado ao Hospital Souza Aguiar, ele passou por uma tomografia, que constatou afundamento de crânio. Ele foi submetido a uma cirurgia.

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Outras seis pessoas feridas durante os confrontos foram internadas em hospitais municipais.

Sem a participação do governador Geraldo Alckmin, que havia confirmado presença, o governo estadual realizou na manhã desta sexta-feira, 10, uma viagem teste do primeiro trem que vai operar no monotrilho da Linha 15-Prata. Com a presença de muitos jornalistas, o evento foi marcado por alguns improvisos e incidentes.

Além da ausência de última hora do governador, o vão entre o trem e a estação estava sem a proteção devida e a maioria dos presentes se incomodou com o espaço, de pouco mais de 10 centímetros. Houve ainda um incidente envolvendo um cinegrafista da TV Record, que disse ter sido empurrado e tropeçado na entrada do trem. Ele foi levado de ambulância a um hospital da região.

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Procurada, a Secretaria de Transportes Metropolitanos afirmou que toda a assistência ao profissional foi prestada e que o acidente não teve ligação com o vão e sim com um "esbarrão" de outra pessoa. A assessoria de imprensa da secretaria disse ainda que não tem informações sobre o estado de saúde do cinegrafista.

A Câmara dos Deputados divulgou nesta sexta-feira (16), que o projeto de lei 3242/12, com autoria do deputado Laercio Oliveira (PR-SE), prevê a regulamentação da profissão de cinegrafista. De acordo com a proposta, a atividade apenas poderá ser exercida por profissionais que possuam diplomas de conclusão de curso profissionalizante de operação de câmeras de vídeo e registro profissional na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.

Segundo a proposta, os cinegrafistas poderão constituir entidades nacionais, estaduais ou municipais que os representem, além disso, eles terão direito a piso salarial ajustado entre os sindicatos da categoria.

Havendo a aprovação da proposta, o deputado afirma que a informalidade será combatida. “Com a entrada em vigor da presente norma, diversos profissionais terão amparo normativo no exercício de suas atividades”, defende Oliveira.

De acordo com a Câmara, o projeto já está em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.



 

O problema do tráfico de drogas no Rio de Janeiro é histórico. Em fraldas de bebê, em imagens de Nossa Senhora Aparecida, em papai-noel ou até dentro do corpo humano a droga insiste vencer fronteiras. As obras antropológicas de Luís Eduardo Soares e Alba  Zaluar revelam que o desenvolvimento do tráfico no estado está vinculado aos agentes estatais.  A conclusão inexorável do estudo é que o tráfico só cresce em decorrência da contribuição dos agentes público - o que é paradoxal.

Ora com assistencialismos ( pagamento de enterros, compra de remédios, cestas   básicas, tijolos para construção de casas populares ) aos da comunidade, ora com “arregos”, ou seja, extorsões para agentes públicos do baixo ou alto escalão, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico de drogas na Rocinha (RJ), preso no último dia 4 de dezembro, declara para a Polícia Federal que metade de seu faturamento, cerca de R$ 100 milhões por ano, era repassado para os “arregos”, sobretudo. Para Zaluar, essas ações espúrias permitem “o aumento da criminalidade violenta”.

Mais de 800 bilhões de dólares é o que o mercado no  planeta tem movimentado.  Seja no varejo, seja no atacado, não falta consumidor. Pelo menos 146 países integram o tráfico. Entre os países da América do Sul, o Brasil  é expressivo com uma população já superior a 6,7 milhões de usuários de drogas. As regiões sudeste e sul do nosso país superam índices estatísticos.  Dos 11 milhões de usuários de heroína no mundo, mais de 600 mil são brasileiros.  Maceió é a capital mais violenta do Brasil  - 107,1 mortes por 100 mil habitantes. Em seguida, surge Recife, com 85,2 . Apesar de o Rio de Janeiro  estar em 20º lugar, temo-lo com 31 mortes por 100 mil habitantes, conforme dados do Estado de São Paulo. E, claro, o tráfico de drogas responde expressivamente por esses números. Grupos de extermínio costumam atuar.

Há, neste imenso país, uma cartografia urbana dividida em duas zonas: as  selvagens e as civilizadas. Aquelas são as hobesianas; estas são as de contrato social, ou seja, vivem sob a comum ameaça dos selvagens. Por conseguinte, mostram-se estas últimas como castelos neofeudais, enclaves fortificados que tipificam as novas formas de segregação urbana. E o tráfico de drogas quebra essa blindagem. E desarmoniza a família. E desordena vidas. E causa mortes. Não faltar com os “arregos” é potencializar toda essa criminalidade.

E todo mundo ganha, sobretudo jovens desprovidos de oportunidades de emprego  e renda. Equiparações econômicas e até mesmo superações a classes privilegiadas legalmente viabilizam em curto prazo o consumo de roupas de marcas, carros importados e inclusões em grupos sociais das capitais, permitindo integrar-se a modismos urbanos.

Mas no meio do caminho há Beltrames.  Há Beltrames no meio do caminho.  Apesar  das ações meritórias do secretário de defesa, variadas áreas do Rio de Janeiro continuam dominadas pelo tráfico e também por milícias. As milícias representam mais um problema para o Rio de janeiro, já que elas são formadas por agentes do estado e, assim como o tráfico, exercem poder coercitivo e despótico junto aos moradores de áreas pobres.

E a imprensa, engatilhada com suas câmeras, documenta tudo – ou quase tudo. As  evidências de imagens reais não negam os números acima. Jornalistas disparam diariamente fotos, vídeos que desagradam muitos soldados de líderes criminosos do tráfico. Mas, do outro lado, engatilhando fuzil, levaram ao chão, na zona Oeste do Rio, recentemente, o cinegrafista da TV Bandeirantes, Gelson Domingos da Silva.  Às vésperas da Copa do Mundo, e próximo das olimpíadas, o Brasil precisa discutir profundamente estas questões de extrema importância para o Brasil no afã de pôr termo a estes problemas vergonhosos à luz da opinião pública mundial. Enquanto isso, câmeras se mantêm na linha de tiro, insistindo em dizer que há necessidades nas ruas, nas avenidas, nos morros, em eventos, em projetos, nas vidas urbanas que precisam ser atendidas, nem que para isso algemas recaiam sobre os que portam suas chaves.    O que não falta,  é, de fato,  uma câmera atenta para fazer o registro disso. Não falta, mesmo. Tê-la-emos, insistentemente.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio afirmou que o colete à prova de balas usado pelo cinegrafista Gelson Domingos da Silva, morto por um tiro de fuzil na Favela de Antares, zona oeste do Rio de Janeiro, no domingo, 6, tinha um revestimento blindado do tipo II-A, mais baixo do que o divulgado pela TV Bandeirantes. A emissora havia informado que o modelo usado por Gelson era do tipo III-A, com revestimento suficiente para conter tiros de pistola e revólveres. O colete estaria com os familiares da vítima.

Em nota, TV Bandeirantes informou que "não teve acesso ainda ao colete que estava sendo usado pelo cinegrafista, mas lamentavelmente nenhum desses dois modelos seria suficiente para impedir que ele fosse vitimado". Só os coletes de nível III e IV são capazes de conter disparos de fuzil. A emissora reconheceu que dispõe apenas das categorias II-A e III-A.

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Hoje, o delegado titular da Divisão de Homicídios (DH), Felipe Ettore, não comentou o caso. Mesmo sem o recolhimento do projétil que matou o cinegrafista, os peritos trabalham para determinar o calibre que atingiu Gelson comparando as descrições dos ferimentos no laudo cadavérico com os buracos na camisa e no colete que a vítima vestia.

Jornais e agências de notícias internacionais noticiaram a morte do cinegrafista. O britânico "The Guardian" descreveu Gelson Domingos como um profissional "experiente" e afirmou que, apesar da política de pacificação do governo do Estado, o episódio "lembra que fora das áreas turísticas e nas regiões distantes do estádio do Maracanã, a situação permanece crítica".

O site da rede CNN relatou que as imagens da morte do jornalista mostram "como se tornou perigoso cobrir a guerra das drogas" no Brasil. Informações da agência de notícias Associated Press foram reproduzidas por dezenas de jornais e sites estrangeiros.

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A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) estuda limitar a participação de jornalistas em suas operações após a morte do cinegrafista Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, baleado durante um tiroteio na Favela de Antares, zona oeste da capital fluminense. A corporação pretende discutir com representantes da imprensa a criação de procedimentos para evitar que os profissionais fiquem expostos em situações de confronto.

"Vamos tentar reunir os sindicatos dos cinegrafistas e dos jornalistas para ter um critério de segurança. Quando um policial falar: `daqui vocês não podem passar', que eles entendam e, por segurança própria, obedeçam à orientação", afirmou o comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho. O coordenador de Comunicação Social da corporação, coronel Frederico Caldas, alertou que a PM não pretende controlar o trabalho da imprensa, mas defendeu que sejam estabelecidos limites para essa atividade. "Sabemos que a palavra `limite' tem uma conotação preocupante para a mídia, mas nós temos que ter limites, sim", disse. "É um momento importante para que os profissionais de imprensa reflitam sobre o seu papel", acrescentou.

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Para entidades que representam os profissionais de imprensa, o papel de estabelecer limites para a cobertura cabe aos próprios jornalistas e às empresas - não à polícia. O diretor do International News Safety Institute (INSI) na América Latina, Marcelo Moreira, afirma que os repórteres devem cumprir seu papel, desde que recebam treinamento específico e tenham equipamento adequado para garantir sua segurança.

"A imposição de limites deve ser uma norma do repórter. Nenhuma cobertura vale a vida de um jornalista, mas não é a polícia que vai determinar se a imprensa vai fazer aquele trabalho ou não. O trabalho do jornalista é informar", disse. Para o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Fernando Rodrigues, "o jornalista deve ser municiado por informações para ter capacidade de conhecer o grau de risco de determinada situação. Mais importante que discutir a criação de uma área de exclusão para jornalistas é debater os procedimentos que devem ser adotados para garantir a integridade física do profissional".

O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio, por outro lado, defende uma reavaliação da cobertura de situações de conflito. "Precisamos repensar o modo como essa cobertura é feita. O repórter não pode ficar em igualdade de condições com um policial, que está na linha de tiro", avaliou a presidente do sindicato, Suzana Blass. O antropólogo Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), avalia que o treinamento é fundamental para garantir a segurança dos repórteres, mas concorda com a criação de áreas de isolamento durante as incursões da polícia. "É cabível estabelecer um perímetro de segurança, dado o risco de uma situação como essas. No entanto, deve ser um padrão compartilhado entre a mídia e a polícia, para não parecer que o governo está impedindo o acesso da imprensa aos fatos", disse Storani.

Coletes. Segundo a TV Bandeirantes, Gelson Domingos usava um colete à prova de balas com nível de proteção III-A quando foi atingido. Equipamentos desse tipo têm revestimento suficiente para proteger uma pessoa de tiros de pistolas e revólveres. Apenas coletes de nível III e IV, de uso restrito das Forças Armadas, são capazes de parar disparos feitos por fuzil.

"A Bandeirantes procurou sempre oferecer aos seus profissionais treinamento e os melhores equipamentos. Os coletes que oferecemos são de nível III-A, que é o máximo permitido para uso civil", afirmou Frederico Nogueira, vice-presidente do Grupo Bandeirantes. Uma portaria de 2006 do Ministério da Defesa estabelece as restrições ao uso dos coletes de nível III e IV por civis. A TV Globo adquiriu para seus repórteres coletes do nível III, formados por placas de cerâmica que protegem contra tiros de fuzil. A empresa conseguiu permissão das Forças Armadas para usar esse equipamento para seu trabalho jornalístico.

A Polícia Civil do Rio acredita que o assassino do cinegrafista Gelson Domingos da Silva, da TV Bandeirantes, morto com um tiro no peito ontem pela manhã, pode estar entre os presos e mortos durante a operação na Favela de Antares, na zona oeste da cidade.

Hoje a PM prendeu mais um suspeito, detido com um comparsa quando deixava a favela em uma moto. Com eles, a PM encontrou um pistola 40 e 400 papelotes de cocaína. Os presos foram identificados como Marcio dos Santos Cruz, o Longa, de 23 anos e Clayton da Silva Ignácio, de 20.

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O tiro que atingiu Gelson atravessou seu corpo e o projétil não foi recolhido pela perícia. Como não será possível o confronto de balística, os peritos da Divisão de Homicídios (DH) trabalham na ampliação das últimas imagens registradas pelo cinegrafista e no cruzamento de informações dos depoimentos das testemunhas para produzir prova contra o autor do disparo.

O repórter Ernani Alves, da Bandeirantes, que acompanhava o cinegrafista, afirmou hoje no enterro do colega que a DH já identificou o assassino. No entanto, em depoimento à polícia, Alves não identificou o atirador entre os nove presos e quatro traficantes mortos no domingo. Segundo o repórter, os atiradores eram um homem negro de camisa vermelha e um rapaz pardo, com camisa branca e os cabelos pintados de loiro.

"Nenhuma possibilidade está descartada. Todas as investigações estão voltadas para apurar quem foi o autor dos disparos", disse o delegado titular da DH, Felipe Ettore. Os investigadores acreditam que o atirador possui algum tipo de treinamento militar, pois os tiros foram certeiros. O primeiro disparo atingiu uma árvore pouco acima da cabeça do cabo da PM que era seguido pelo cinegrafista. O segundo tiro passou à direita do policial e acertou o peito de Gelson.

Entre os quatro mortos na operação, apenas Jorge Ricardo dos Santos, de 22 anos, não possuía antecedentes criminais. Os demais já responderam a crimes como tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma. Entre os oito presos, quatro possuem antecedentes criminais.

Sepultamento - O corpo de Gelson Domingos foi sepultado hoje, às 14h30. Cerca de 250 pessoas, entre parentes, amigos e colegas, acompanharam o enterro no Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio. "Ele morreu cumprindo sua missão. É um herói", disse Ricardo Domingos, irmão de Gelson.

O oficial médico Abouch Krymchantowski, responsável pela criação do grupo de resgate ao policial ferido em ação, viu uma "sucessão de erros" no socorro ao cinegrafista. Ele deveria ter sido estabilizado por paramédico, socorrido por helicóptero e não deveria ter ido para uma UPA.

"Não estou dizendo que ele sobreviveria. Se o tiro atingiu o coração, não há nada a fazer", disse. Das equipes da PM, só o Bope atua com paramédicos. Domingos acompanhava o Choque, que costuma entrar na favela depois que a situação está controlada.

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