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Na última quarta-feira (29), um dos galpões da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, sofreu um incêndio devastador. O espaço, que fica localizado na Zona Oeste da capital paulista, abrigava mais de quatro toneladas de documentação sobre o audiovisual. As chamas que tomaram conta do local causaram revolta em muita gente, principalmente na ala artística.

Assim que soube da destruição no hangar da Cinemateca, Fernanda Montenegro resolveu se manifestar sobre o assunto. Em um vídeo publicado no seu perfil do Instagram, a atriz de 91 anos lamentou o ocorrido. "O incêndio na Cinemateca em São Paulo é uma tragédia anunciada. Toda a nossa cultura das artes sofre um cala boca, mas vamos renascer, tenho certeza. Nós temos certeza", disse.

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E prosseguiu: "Das cinzas, vamos renascer. É segredo o eterno retorno, das artes, então? O país não existe sem cultura, ligado às artes". Assim como Fernanda, outros famosos e intelectuais se manifestaram. O cineasta Walter Salles declarou que o governo do presidente Jair Bolsonaro está apagando a memória coletiva.

"Esse desastre não é um incidente, e sim a consequência de uma política de estado. Uma Cinemateca guarda a memória visual de todo um país. É um bem público, que pertence a todos os brasileiros e não a um governo. Simbolicamente, o incêndio do galpão da Cinemateca Brasileira - e portanto da nossa memória coletiva - é como o incêndio das terras públicas na Amazônia. Um crime", desabafou.

Personalidades famosas se manifestaram e demonstraram sua indignação e tristeza diante do incêndio que atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira, na noite dessa quinta-feira (29), chegando a destruir parte do acervo histórico de filmes da década de 20 e 40. Em publicação, a ex-deputada Manuela d’Ávila (PCdoB) chegou a lembrar que em 2016 o local já tinha pegado fogo e em 2020 foi atingido por uma enchente. “Resultado do descaso e sucateamento da cultura no Brasil”, escreveu.

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Leandra Leal e o humorista Gregório Duvivier compartilharam a divulgação de um comunicado por parte dos funcionários da Cinemateca, ainda em abril, onde alertam o risco de “autocombustão” e o risco de um novo incêndio. “No mínimo esse incêndio foi resultado de negligência”, declarou a atriz.

Tico Santa Cruz, crítico árduo do governo, citou o problema no CNPQ e a Cinemateca, nomeando tudo como “projeto de destruição”.

A ex-BBB 21 Ludmilla foi outra a ligar o apagão no site do CNPQ com o incêndio. “O que o apagão da Plataforma CNPQ e o incêndio da Cinemateca têm em comum? Descaso atrás de descasos. Zero interesse no investimento em tecnologias educacionais e culturais. Isso é grave. Muito grave”, afirmou.

No Instagram, Lúcio Mario Filho fez críticas ao descaso do governo Bolsonaro. “A Cinemateca Brasileira em chamas parece até um deja-vu, depois de tantas demonstrações de ódio a cultura por parte desse governo. Mais que descaso, um projeto mesmo, de destruição da memória cultural e também da possibilidade de se fazer cultura de forma plural. É uma tristeza, mas ao mesmo tempo uma certeza: A gente não pode mais aceitar a destruição do nosso país! Ou o Brasil pega fogo, ou fogo destrói o Brasil. Literalmente”, desabafou o ator.

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Um dos galpões da Cinemateca Brasileira, mantida pelo Governo Federal, foi atingida por um incêndio nesta quinta-feira (29). Localizado na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, o espaço abrigava arquivos de obras cinematográficas, importantes para a história da cultura nacional. Cerca de quatro toneladas de documentação eram guardadas por lá. Não há, até o momento, feridos no local. 

"Nós temos o registro de ser um local onde temos diversos materiais combustíveis diferentes. Arquivos de filmes, que tem acetato altamente inflamável e todos os materiais que compõem a edificação", disse o Major Palumbo, em entrevista ao G1. O Corpo de Bombeiros informou que um chamado foi registrado por volta das 18h. Em 2016, o galpão também passou por um incêndio.

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Na época, aproximadamente 500 obras acabaram sendo destruídas pelas chamas. O local enfrentou no ano passado um alagamento. Uma boa parte do acervo audiovisual foi estragada pelo temporal. Até o momento não se sabe o que motivou o incêndio no hangar da Cinemateca Brasileira.

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Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro estabelece a reabsorção temporária das atividades da Cinemateca Brasileira pelo Ministério do Turismo, pasta à qual está subordinada a Secretaria Especial de Cultura do governo federal. A medida, que será publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira (23), determina o remanejamento de cargos em comissão para coordenação das atividades da Cinemateca. 

"Com isso, será possível manter o gerenciamento de conteúdo e realizar ações para preservação da memória audiovisual brasileira", informou a Secretaria Geral da Presidência, em nota. Ainda segundo a pasta, a reabsorção das atividades vai vigorar até que se finalizem os procedimentos para celebração de novo contrato de gestão com entidade privada sem fins lucrativos para administração do acervo.

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A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo audiovisual da América Latina e enfrenta uma grave crise de gestão desde que parou de receber repasses do governo para a sua manutenção. Em agosto, a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), que fazia a gestão da entidade, anunciou a demissão dos cerca de 40 funcionários que atuavam nas áreas de preservação, documentação, pesquisa e tecnologia da informação. A própria Acerp perdeu, em 2019, contratos com o governo federal para gestão da TV Escola, mantida pelo Ministério da Educação (MEC), o que piorou a situação financeira da associação. 

O impasse na gestão da Cinemateca vem causando preocupação no setor audiovisual, principalmente em relação à preservação da memória cinematográfica mantida pela organização. Ao todo, são mais de 250 mil rolos de filmes e mais de 1 milhão de volumes que documentam a história do cinema, mas também dos principais acontecimentos sociais, políticos e econômicos do Brasil desde o início do século 20. Idealizada pelo crítico Paulo Emílio Salles Gomes, a Cinemateca foi fundada em 1946.

A Cinemateca Brasileira, localizada na região sul da cidade de São Paulo, pode ter nova coordenadora nos próximos dias. O Palácio do Planalto anunciou, na manhã desta quarta-feira (20), que a então secretária especial da Cultura, a atriz Regina Duarte, deixa o cargo criado pelo governo federal em Brasília e deve assumir a gerência do maior acervo cinematográfico da América Latina em breve. Mas, afinal o que é a Cinemateca?

Criada em 1946, após a dissolução do Primeiro Clube de Cinema por força da ditadura liderada por Getulio Vargas (1882-1954) no início daquela década, a Cinemateca Brasileira ostenta um acervo que guarda cerca de 30 mil obras nacionais e estrangeiras. No início dos anos 1960, o estabelecimento cultural foi convertido em fundação, para que fosse viável a manutenção de convênios com a administração pública. Só no final da década de 1970 que o local inaugurou um Centro de Operações voltado ao trabalho de documentação e pesquisa sobre a cinematografia do Brasil.

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Apesar de ter sofrido quatro incêndios em toda a história, estima-se que o arquivo tenha cerca de um milhão de itens como fotos, roteiros, cartazes e livros, em que se preserva a história da sétima arte no país.

Devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, as visitas do público ao rico arquivo da Cinemateca Brasileira estão proibidas. Nos dias atuais, a gestão da Cinemateca é da Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp). Se a atriz Regina Duarte aceitar a sugestão que chamou de "presente" dado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ela deve assumir o lugar de Olga Futemma, servidora pública que atua como gerente do equipamento há 35 anos.

Começa nesta quinta-feira (27) e vai até o próximo dia 14 de julho a "Mostra 20x1999" na Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, na zona sul da capital.

A programação conta com a exibição gratuita de 20 filmes que se tornaram clássicos do cinema nacional e internacional e que foram lançados em 1999, que é considerado um ano emblemático para a história da sétima arte, além de ter marcado a virada do século.

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Na contramão da projeção digital, a maioria das sessões serão no formato original, de 35 mm, e devem ser exibidos os longas "Castelo Rá-Tim-Bum: O filme", "Clube da Luta", "Quero ser John Malkovich", "A Bruxa de Blair", "O Sexto Sentido", "Matrix", "De Olhos Bem Fechados" e os documentários brasileiros "Notícias de uma Guerra Particular" e "Santo Forte".

Confira a programação completa em http://cinemateca.org.br/20x1999/.

 

Serviço:

"Mostra 20x1999"

Quando: de 27 de junho a 14 de julho

Onde: Cinemateca Brasileira - Sala BNDES - Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, São Paulo - SP

Grátis

Ingressos: As entradas serão distribuídas na bilheteria uma hora antes de cada sessão. Sujeito à lotação da sala.

Os funcionários e a diretoria da Cinemateca Brasileira foram surpreendidos há dez dias com a publicação no Diário Oficial da União de um novo regimento interno. "Foi uma surpresa geral. Ninguém nos avisou que ele estava sendo preparado ou que iria ser publicado. Descobrimos por meio de uma pesquisa diária que é feita pelo pessoal da administração no Diário Oficial e nos assustou o fato de que um regimento da instituição tenha sido publicado sem que tenhamos sequer sido consultados. É algo que precisa ser discutido. Vamos ter uma reunião do conselho dia 25 e isso vai ser conversado", declarou Patrícia de Filippi, diretora adjunta da Cinemateca, ao lado de Olga Futemma, atual diretora interina da instituição.

A novidade maior diz respeito à forma como os departamentos da Cinemateca estão organizados. "Hoje somos divididos em alguns departamentos: Documentação, Difusão, Catalogação, Preservação, Laboratório, Administração e TI. No novo regimento, não é assim que a organização se apresenta. Isso muda a divisão dos departamentos. Além disso, muda a relação administrativa e burocrática que existe hoje", explica Patrícia. "A estrutura que temos hoje prevê a existência de um conselho que se reúne, no mínimo, duas vezes por ano, que indica quem é o diretor executivo, sugere duas pessoas para compor a diretoria, dois adjuntos. O ministro da cultura nomeia este diretor eleito pelo conselho. É assim que funciona hoje. E isso pode vir a mudar", continua a diretora adjunta.

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Patrícia ressalta que é importante entender a forma como a Cinemateca se organizou ao longo de sua história. Em sua criação, articulou-se como fundação e, quando passou para o governo federal, nos mesmos moldes do Museu Lasar Segal, lutou para ter algumas salvaguardas, como, por exemplo, seu acervo, características que seriam garantidas mesmo quando passasse a ser órgão ligado ao governo federal. "Isso manteria o perfil que se havia conquistado. O conselho é uma destas garantias, uma forma muito particular de se trabalhar. Politicamente, é muito importante este desenho da instituição."

No dia 4 de abril, Caio Julio Cesário, que passou uma temporada acompanhando o funcionamento da instituição, foi nomeado pelo MinC coordenador geral interino. Pouco depois, deixou o posto e se tornou Coordenador de Fomento da Secretaria de Audiovisual.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Filmes de dois cineastas mexicanos com perfis quase opostos poderão ser vistos ao longo desta semana na Cinemateca Brasileira, na zona sul da capital paulista. Serão exibidas cinco películas tanto do espanhol naturalizado mexicano Luis Buñuel quanto do ator e lutador Rodolfo Guzmán Huerta, conhecido por El Santo. “Um deles, que é um cineasta fundamental para o cinema moderno, Buñel, e o outro que é uma espécie de ícone popular no México”, explica o programador da mostra Mestres do Cinema Mexicano, Rafael Carvalho.

A mostra faz parte de uma parceria entre a Cinemateca e o Consulado do México e tem a finalidade de mostrar uma produção que vá além das obras e cineastas mais conhecidos do país. “A coleção que eles estão trazendo para o Brasil também segue esse padrão de oferecer uma visão do cinema mexicano que não seja fechada, que não seja só das principais figuras”, ressalta Carvalho.

Buñuel foi para o México fugindo da ditadura franquista – que ocorreu durante o governo do general Francisco Franco – e acabou produzindo grande parte da sua obra, com estética marcada pelo Movimento Surrealista. “No caso do Buñuel, uma parte mais interessante da filmografia dele vai ser realizada no México. Ali ele vai encontrar condições para produzir dentro de um padrão industrial sem abrir mão daquilo que lhe era peculiar enquanto artista”, explica o programador da mostra.

Por outro lado, El Santo é “uma figura egressa de um universo popularesco, como é o caso da luta livre”. As produções acabam inspirando uma série de filmes estrelados por lutadores, enquanto El Santo ganha projeção para além do cinema e da luta. “Ele vai virar uma espécie de herói nacional, cuja a figura não vai ficar restrita apenas ao cinema. El Santo vai virar herói de histórias de quadrinhos, os filmes vão também para a televisão”, destaca Carvalho.

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