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A inclusão do termo "neste momento" no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sinaliza que a alta de 0,25 ponto porcentual, que levou nesta quarta-feira (2), a taxa básica de juros a 11% ao ano, foi vista como pontual e que o ciclo de ajuste da Selic pode ter terminado. A avaliação é da economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro. "Esse tipo de sinalização mostra que não há intenção de subir novamente a taxa em maio", afirmou.

Segundo ela, antes disso, a consultoria trabalhava com pelo menos mais um ajuste de 0,25 ponto na taxa. "Nossa curva ainda é de mais uma alta em maio, mas a luz dessa mudança ficou um pouco menos provável", afirmou. Ela ponderou que ainda não é possível descartar esse cenário. "Vai depender dos dados, acho que agora eles só subirão novamente se houver uma piora adicional no cenário econômico", avaliou.

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Para Alessandra, se as expectativas em torno de uma alta inflacionária continuarem expressivas e houver algum movimento relevante de depreciação do real, pode haver alteração do rumo dessa política do BC. "Se houve uma pequena depreciação cambial não acredito, mas se o câmbio bater rapidamente em R$ 2,45, acho que conduziria o BC a uma nova alta na taxa", afirmou.

"O mais provável agora, no entanto, segundo Alessandra, é que o cenário atual se mantenha e que o BC possa trabalhar o fim do ajuste. "Ai ficaríamos com esses 11% ao ano pelo menos até o fim de 2014."

Goldman Sachs- O ciclo de aperto monetário iniciado em abril do ano passado pode ter chegado ao fim, na opinião do diretor de pesquisas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos. "A probabilidade maior é que ele não vai mais elevar os juros. E isso se evidencia por ter mudado o comunicado, no qual retirou a expressão "dando continuidade" e agregou o termo 'neste momento', mesmo movimento realizado quando mudou o ritmo de alta de juros de 0,50 para 0,25 ponto porcentual", destacou.

Na avaliação de Ramos, a menos que a inflação e o câmbio apresentem resultados desfavoráveis nas próximas seis semanas é que o Copom poderia elevar novamente os juros no dia 28 de maio, quando realizará a sua próxima reunião. "O BC ficará dependente de dados", afirmou.

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