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O cartão de crédito é responsável pelo endividamento de 77,4% das famílias brasileiras, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Entre as famílias com renda de até dez salários mínimos, as dívidas por causa do cartão chegam a 78,3% e entre os que recebem mais de dez salários, o percentual cai para 73,9%.

Essa modalidade de crédito também é a que possui uma das taxas de juros mais altas do mercado. Dados do Banco Central mostram que os juros médios do cartão de crédito ficaram em 278% ao ano em outubro.

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Já os carnês aparecem em segundo lugar como o principal tipo de dívida, mencionado por 14,5% dos endividados, seguido pelo financiamento de carro, com 10,1%.

A proporção de famílias endividadas ficou estável na passagem de setembro para outubro, em 60,7%, de acordo com a CNC. Ao passo que também ficou estável, em 9,9%, o índice de famílias que não têm condições de pagar suas dívidas atrasadas. Enquanto o percentual das que pussuem contas em atraso caiu de 23,8% para 23,5%.

Em outubro, o índice de pessoas que se declaram muito endividadas diminuiu em relação a setembro, caindo de 13,3% para 12,9%. Houve queda também no percentual dos que estão mais ou menos endividados, de 23,8% em setembro para 23,5% no mês passado. Os que se declaram pouco endividados subiu de 23,5% para 24,4%.

O nível de endividamento e inadimplência do consumidor é apurado mensalmente pela CNC. Os dados são coletados em todas as capitais do país, com cerca de 18 mil consumidores.

Quatro setores do comércio absorveram quase a metade dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) liberados em março, o primeiro mês do ano no qual o governo colocou em prática a medida para impulsionar a atividade econômica.

Isso é o que revela um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), obtido pelo Estado, para saber o destino do dinheiro extra. Em março foram liberados R$ 5,5 bilhões do FGTS e, juntos, os setores de vestuário e calçados, materiais de construção, móveis e eletrodomésticos, farmácia e perfumaria capturaram R$ 2,65 bilhões ou 48% desse total.

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"Essa fatia de recursos destinada às compras pode parecer muita coisa, mas não é", afirma Fábio Bentes, o economista sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e responsável pelo estudo. Ele explica que, por causa da alta propensão a consumir dos brasileiros, era esperada uma destinação maior dessa cifra para as compras. No entanto, o resultado, segundo o economista, corrobora a hipótese de que o alto nível de endividamento das famílias nos últimos anos contribuiu para reduzir o impacto positivo desses recursos extras sobre o varejo. "A maior parte dos recursos pode ter sido direcionada para a quitação de dívidas, poupança ou gasto com serviços", calcula.

De dez segmentos acompanhados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo mostra que apenas quatro foram beneficiados em vendas por essa injeção extra de dinheiro. Bentes explica que, para chegar a esses resultados, o estudo considerou para avaliar o desempenho de vendas do mês de março diferentes variáveis, entre as quais estão o comportamento normal das vendas desse mês (a sazonalidade), dos preços, da procura por crédito e da massa de rendimentos. Feitos os ajustes, o economista constatou que apenas quatro segmentos tiveram desempenho fora do padrão para essas variáveis e atribuiu o resultado ao impulso dado pelos recursos do FGTS.

Vestuário

Quem mais tirou proveito do FGTS foi o segmento de artigos de vestuário e calçados, que absorveu R$ 1,19 bilhão ou 44,9% do total. "Sentimos uma melhora nas vendas desde o final de fevereiro e em março", afirma Edmundo Lima, diretor executivo da Associação Brasileira de Varejo Têxtil, que reúne 22 grandes grupos do varejo de moda. Ele pondera que não tem dados exatos sobre o impacto do FGTS, mas acredita que esse fator também colaborou para bom resultado.

O executivo acrescenta que o clima mais frio neste ano, a base fraca de comparação e os preços mais comportados da coleção contribuíram para o resultado favorável. Bentes destaca que em março as vendas do segmento cresceram 11,7% ante igual mês de 2016. Foi o melhor desempenho mensal em bases anuais desde fevereiro de 2011. O fato de a venda do segmento ter valor médio baixo também impulsionou os negócios, diz ele.

Na vice-liderança da captação desses recursos está o segmento de materiais de construção, que captou R$ 594,4 milhões. Cláudio Conz, presidente da Anamaco, que reúne os varejistas do setor, diz que, na comparação mensal, março foi o melhor mês do ano: cresceu 11% ante fevereiro. "O comportamento normal para o período é uma alta de 4%." Segundo o IBGE, as vendas do setor aumentaram 9,4% em março ante 2016, o melhor resultado desde fevereiro de 2014. Móveis e eletrodomésticos captaram R$ 530,2 milhões do FGTS e farmácias, R$ 337 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada hoje (25) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro, revelou retração do percentual de famílias brasileiras com dívidas em março, pelo segundo mês consecutivo.

O índice caiu de 62,7%, em fevereiro, para 61%, em março. De acordo com a CNC, é o menor patamar desde janeiro de 2013. Houve queda em relação a março do ano passado, quando a taxa ficou em 61,2%. Foram ouvidos 18 mil consumidores em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal.

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A economista da CNC, Marianne Hanson, observou, entretanto, que apesar da queda no número de famílias endividadas, subiu o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso (de 19,7%, em fevereiro, para 20,8%, em março) e também daquelas que afiançam não ter condições de pagar suas dívidas, de 5,9% para 7,1%, na comparação mensal.

Marianne disse à Agência Brasil que o início do ano é um período importante para o aumento da inadimplência registrado em março. “Outros indicadores apontam que a  inadimplência de curto prazo, geralmente, sobe no início do ano, por causa dos gastos extras que ocorrem no período, além de reajustes de preços e tarifas”.

Lembrou que, este ano, outro fator que reforçou a tendência foi o aumento do custo do crédito. “A gente observou na nossa pesquisa que, devido ao aumento do custo do crédito, as famílias se disseram mais comprometidas com dívidas”. A parcela média da renda comprometida com dívidas subiu de 29,7%, em março de 2013, para 30,9%, em março deste ano. Segundo a economista, 22% das famílias disseram ter mais da metade de sua renda comprometida com dívidas no mês pesquisado.

Ela salientou que na medida em que aumenta o comprometimento da renda com as dívidas, aumenta o risco de inadimplência. “E o aumento do custo do crédito é o principal fator por trás disso”. Lembrou que a renda vem crescendo a um ritmo mais moderado, o que contribui para que as famílias não acompanhem o crescimento do peso das prestações no orçamento e não possam enfrentar a expansão do custo do crédito.

Em relação ao endividamento, a CNC apontou que devido à maior cautela com relação às dívidas, as famílias acabam preferindo quitar dívidas antigas do que renovar os financiamentos. As condições menos favoráveis dificultam também que uma parcela maior das famílias com contas em atraso possa quitá-las.

Em relação ao nível de endividamento em comparação ao total de famílias, a pesquisa mostra que o percentual das muito endividadas caiu de 12,1%, em fevereiro, para 11%, em março deste ano. Foi observada pequena diminuição de famílias mais ou menos endividadas e pouco endividadas. O percentual reduziu-se de 24,3% para 24%, e de 26,3% para 26%, respectivamente.

Marianne Hanson confirmou que a maior dificuldade em pagar as dívidas se concentra nas famílias de menor poder aquisitivo. Para o grupo com renda até dez salários mínimos, o percentual subiu de 7,2%, em fevereiro, para 8,6% em março de 2014. Na comparação com março do ano passado, a alta foi 1,6 ponto percentual.

“A gente observou,  inclusive, que a queda anual no percentual de famílias com dívidas se deu somente na faixa de renda acima de dez salários mínimos. Essas famílias conseguiram quitar suas dívidas”. Enquanto o percentual de famílias endividadas com renda acima de dez mínimos passou de 57,1%, em março de 2013, para 49,6%, em março deste ano, para as famílias que ganham até dez salários, o percentual subiu, no mesmo comparativo anual, de 61,9% para 63,5%. “As famílias na faixa [de renda] menor continuam mais endividadas do que no ano passado, porque estão com dificuldade de quitar as dívidas, devido ao aumento do custo do crédito”.

O cartão de crédito foi apontado por 74,2% das famílias endividadas como um dos principais tipos de dívida. Seguem-se carnês, para 17,5% dos entrevistados, e financiamento de carro, para 14%.

Em discurso na Confederação Nacional do Comércio (CNC), o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, fez nesta quinta-feira, no Rio, críticas ao desempenho da economia brasileira e à falta de interesse político para resolver questões relativas ao setor terciário no País.

Sem condenar, explicitamente, a política econômica da presidente Dilma Rousseff, Campos afirmou que "é preciso unir os brasileiros" para discutir como agir para a economia voltar a crescer em todos os setores. "Temos o desafio de pensar o Brasil estrategicamente, tivemos um 2011 pior que 2010 e um 2012 pior que 2011. Os Estados Unidos sofreram muito com a crise financeira iniciada em 2008 e cresceram mais do que o dobro que o Brasil no ano passado", afirmou.

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Ele falou por cerca de dez minutos e foi muito aplaudido pela plateia, formada por empresários do segmento de comércio e serviços. Entre as mesas, comentava-se a possível candidatura de Campos a presidente. O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB evitou, no entanto, na fala, entrar em temas mais polêmicos, como a questão dos royalties do petróleo.

Apontado como principal articulador da alteração da lei que redistribui as importâncias pagas pelas compensações da exploração do petróleo, Campos tenta um acordo entre Estados produtores e não produtores. Rio e Espírito Santo anunciaram que entrarão no Supremo Tribunal Federal (STF) com ações para derrubar as mudanças no pagamento dos royalties, pois alegam que foram prejudicados.

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