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A Universidade do Estado do Pará (Uepa) deu início nesta segunda-feira (20) às aulas do curso livre de mandarim, a língua oficial falada na China. São 60 alunos matriculados em três turmas. O programa, que envolve o Instituto Confúcio, a Uepa e a Universidade de Shandong, é o resultado de quatro anos de aproximação comercial e cultural entre o governo chinês e o Pará.

As vagas para o curso livre de mandarim foram abertas pela Uepa entre 13 e 17 de junho. A previsão inicial era uma oferta de 40 vagas em duas turmas, mas a procura foi tão grande que uma turma extra foi aberta. “As inscrições foram preenchidas em 15 minutos. Sobraram mais de 245 interessados inscritos. Criamos uma lista de espera com pré-matrículas para as próximas turmas”, informou o coordenador do curso e diretor brasileiro do Instituto Confúcio no Pará, Antônio Carlos Braga, em entrevista à Agência Pará.

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O curso terá três níveis de estudos – um a cada semestre. Após o primeiro ciclo de conteúdos, os alunos estarão aptos a fazer provas de proficiência e também a concorrer a bolsas de estudos e intercâmbio cultural, inclusive com viagens à China, oferecidos pelo Instituto Confúcio e Universidade de Shandong. “Neste início de curso se oferece contato com a cultura e a língua. Depois desse ciclo básico, vêm os módulos para estudo da escrita chinesa”, disse o diretor Antônio Carlos Braga. O curso completo exige cerca de três anos de estudos para a formação. Os alunos aprenderão sobre a sociedade chinesa, leitura de chinês básico, ortografia chinesa básica, básico de conversação e compreensão oral.

Além de promover o intercâmbio de culturas, o curso livre de mandarim tem entre as metas formar professores brasileiros do idioma chinês no Brasil e também ampliar horizontes e oportunidades de trabalho e negócios para brasileiros com a China. “Começamos um intercâmbio científico. A nossa universidade tem vários cursos em temas de interesse dos acadêmicos chineses, como os estudos na área ambiental. Nossos professores também agora podem fazer pesquisas na China. Iniciamos um momento de grandes trocas”, afirmou Braga. “Além disso, abre-se uma porta para se vivenciar a cultura da China e também para grandes oportunidades profissionais no país.”

Braço da Universidade de Shandong, o Instituto Confúcio está presente em mais de 110 países, onde vem formando núcleos de estudos voltados ao ensino do mandarim e à difusão da cultura chinesa, exatamente como no centro agora aberto no Pará. Criado em 2014, a partir de convênio firmado entre as universidades do Pará e da China, o Instituto Confúcio do Pará é o décimo a ser instalado no Brasil e o primeiro a funcionar na Amazônia. As aulas são ministradas por professores chineses, ligados à Universidade de Shandong. Em contrapartida, o espaço onde funciona a partir de agora o instituto foi construído pela Uepa, em dois anos de investimentos. As obras foram entregues em maio passado.

A parceria com o Instituto Confúcio é um dos resultados diretos da visita feita pelo governador Simão Jatene à China, em 2012, para fortalecer relações comerciais entre o Pará e a potência asiática. Ainda em 2013 a Uepa assinou acordo de cooperação com a Shandong Normal University (SDNU) com essa finalidade. A instalação do Instituto Confúcio no Pará foi confirmada em ato que em 2014 reuniu a presidente Dilma Rousseff e o presidente da China, Xi Jinping, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Na ocasião, uma assinatura de termos garantiu a criação de novas unidades do instituto chinês no Brasil. No Pará, o Instituto funciona na sede da Editora da Uepa, no bairro do Umarizal, em Belém.

“A China é a segunda maior potência econômica do mundo, enquanto o Brasil é a quinta maior economia do globo, além de ser o mais importante país da América Latina. Isso resume o quanto é importante essa aproximação, que tem grandes repercussões para os negócios entre os dois países. E a disseminação do ensino do mandarim é parte importante desse processo, para comunicação comercial”, avalia o professor Hui Pang, o diretor chinês do Instituto Confúcio no Pará. “Hoje cerca de 25% da população do globo fala mandarim. São cerca de 1,5 bilhão de pessoas. E uma das nossas metas também é formar professores que possam ensinar português na China.”

O mandarim é o nome dado a uma das variações da língua chinesa. O chinês, chamado de “mandarim padrão”, é a língua oral oficial da República Popular da China. É o padrão linguístico escolhido para o país, que soma vários dialetos marcantes em diversas regiões. O mandarim é falado pela maior parte do norte e do sudoeste chinês. Quando é considerado um idioma separado, possui mais falantes do que qualquer outra língua do planeta - e por isso mesmo já é uma das seis línguas oficiais adotadas pelos protocolos da Organização das Nações Unidas (ONU).

O idioma soma cerca de 885 milhões de falantes apenas entre os chineses, e é falado também em outros países e territórios como Taiwan, Hong Kong, Macau e Singapura. O mandarim tem 80 mil caracteres, os chamados “hanzis”. Desses, sete mil são os mais usados. A China é hoje o país mais populoso do planeta, com 1,3 bilhão de habitantes, e é a segunda potência econômica do mundo, atrás apenas dos EUA. Considerado atualmente uma forte influência para o mercado global, o país poderá tornar-se a maior potência econômica do mundo até 2030, estimam dados do Banco Mundial. Isso justifica uma crescente corrida pelo idioma como estratégia para garantia de boas parcerias comerciais em todo o mundo.

O Instituto Confúcio do Pará está instalado no prédio sede da Editora da Uepa (Eduepa), na travessa Dom Pedro I, número 519, entre Municipalidade e Senador Lemos, no Umarizal. Atendimento das 9h às 12h e pelo telefone (91) 3222-1320.

Com informações da Agência Pará.

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