Tópicos | Consciência Negra

*Com informações da repórter Rhayanna Fernandes

Representantes das religiões afro-brasileiras estão concentrados no Marco Zero, área central do Recife, para a 6º Caminhada de Terreiros de Pernambuco. O cortejo homenageia Mãe Biliu, símbolo da luta e da resistência afro-brasileira no Estado, que morreu aos 107 anos, em agosto deste ano, e o sacerdote Pai Paulo Braz, neto biológico de Pai Adão.

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Antes de começar a caminhada foi feito um trabalho para Exú (patê para Exú), para abrir os caminhos do cortejo. Algumas personalidade pernambucanas, como Ulisses Dornelas, que interpreta o personagem Palhaço Chocolate, receberam um troféu por serem à favor da causa afro-brasileira.

Durante a celebração, o grande homenageado, o sacerdote Adolfo Feliciano, com mais de 40 anos de terreiro, passou mal. Ele foi socorrido ainda local. Pai Fernando Odé, 52 anos, é pai de santo da Casa dos Olhos do Rei Caçador, no Ibura, Zona Sul do Recife, há mais de quatro décadas. Por mais um ano seguido ele fez questão de participar do cortejo. “Estou desde a primeira edição da caminhada e posso dizer que presenciei uma evolução, mas o preconceito ainda não diminuiu. Estamos aqui em favor da unificação das religiões”.

O cortejo passará pela Avenida Marquês de Olinda, Avenida Martins de Barro, Praça da República, Rua do Sol e Avenida Dantas Barreto. A caminhada termina em frente à Igreja do Carmo, no Memorial Zumbi dos Palmares, onde haverá uma louvação aos Orixás.

Acontece nesta segunda-feira (5) a 6ª Caminhada de Terreiros de Pernambuco que é considerada uma das maiores mobilizações contra o preconceito religioso. A concentração acontecerá na Praça do Marco Zero, a partir das 15h. O evento faz parte das comemorações pelo mês da Consciência Negra, comemorada no dia 20 de novembro e reunirá membros de religiões como o candomblé, a umbanda e a jurema sagrada dos mais de 2.000 terreiros do Estado. 

O cortejo passará pela Avenida Marquês de Olinda, Avenida Martins de Barro, Praça da República, Rua do Sol e Avenida Dantas Barreto. A caminhada termina em frente à Igreja do Carmo, no Memorial Zumbi dos Palmares, onde haverá uma louvação aos Orixás.

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De acordo a coordenadora religiosa do evento, Mãe Elza de Yemoja, a caminhada é uma forma de pedir mais respeito para a religião afro-brasileira e indígena. “Sob a ótica de mais esta conquista estaremos lutando não só neste, mas, em todos os ‘novembros’ enquanto existir discriminação racial e religiosa. Esse é um momento não só de louvação às nossas divindades, caboclos e encantados, mas também, para dizer não a toda forma de intolerância e preconceito”, ressaltou. 

Homenagens - Dentre os homenageados deste ano estão à herdeira da tradição Nagô, Mãe Amara de Aganjú, o sacerdote Pai Paulo Braz, neto biológico de Pai Adão, e Pai Adolfo de Sàngó, que há mais de 40 anos presta serviços a religião de matriz africana. 

Outra homenageada é Mãe Biliu, símbolo da luta e da resistência afro-brasileira no Estado, que morreu aos 107 anos, em agosto deste ano. Antes de falecer, a yalorixá recebeu da Prefeitura do Recife, através da sua filha Edite Silva, uma placa em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho. Representantes da cena política do Estado também serão lembrados.

A primeira Festa em Homenagem ao mês da Consciência Negra acontece nesta sexta-feira (25), entre às 17h e 22h, no histórico Pátio da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, no Poço da Panela, Zona Norte do Recife.

Uma das atrações da noite será o grupo Coco de Umbigada, fruto de um projeto de cunho sócio-cultural que atua na comunidade do Guadalupe e seu entorno, na cidade de Olinda. A ação é exercida em torno da preservação e divulgação da cultura afrodescendente.

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A homenagem traz ainda o Maracatu Traga a Vasilha, encontro de maracatus e batuqueiros que se reunem em prol da boa música, e Marcelo Santana & Trindade Dub, que apresentam o repertório do disc “Ska reggae dub”. Além das apresentações musicais, a festa também resgata manifestações afro como a capoeira e exposições de pinturas, esculturas, fotografias e vídeos acerca do tema.

Serviço:

1º Festa em Homenagem ao mês da Consciência Negra

Pátio da Igreja de Nossa Senhora da Saúde

Estrada Real do Poço, Poço da Panela – Zona Norte do Recife

Horário: 17h ás 22h

Entrada Franca

 

O Racismo e as Mulheres Negras será tema da roda de diálogo promovido pela Secretaria da Mulher do Recife na manhã desta quinta-feira (17). O evento é aberto ao público e acontece no auditório Capiba, no 15º andar do edifício-sede da Prefeitura-avenida Cais do Apolo, 925, bairro do Recife. São esperadas aproximadamente 150 mulheres no encontro.
 
A ideia da roda de diálogo é chamar a atenção do público presente para como as mulheres negras têm lidado com a questão do racismo. Os debates serão intermediados pelas convidadas Ana Paula Maravalho, representante da ONG Observatório Negro, e pela pesquisadora e ativista Claudilene Rodrigues. “A mulher negra faz parte da construção histórica do Recife, na medida em que 56% da população feminina é de afrodescendentes, de acordo com dados do Dieese em 2005. No entanto, essa parcela da população, apesar de numerosa, ainda se encontra em situação de trabalho precarizado, onde o racismo ainda é muito presente na estrutura social. Estamos no Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, então é pertinente colocar a questão do racismo em evidência”, analisa a secretária da Mulher, Rejane Pereira. 
 
Ainda dentro da programação em torno do Mês da Consciência Negra, acontecerá, entre os dias 22 e 23, uma capacitação para mulheres conselheiras e gestoras em relação ao Plano de Políticas para as Mulheres. Apesar de aberto ao público, os cursos serão específicos para servidoras da administração municipal. O evento acontecerá das 9h às 17h, no Centro Educacional Paulo freire - rua Real da Torre, 299, Madalena. Todos os participantes receberão certificado ao término dos cursos.

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A exposição sobre igualdade racial é uma das atividades programadas para comemorar o Mês da Consciência Negra em Brasília. A mostra de quadros e painéis, aberta desde o dia (7) deste mês em algumas estações do metrô da cidade, tem o objetivo de promover a história e a cultura africana no país.
 
Para o ajudante de pedreiro Paulo César Belusco, visitante da exposição, promover o resgate da cultura negra é importante para resgatar as raízes brasileiras. “A exposição está mostrando a cultura africana, que é muito esquecida por nós brasileiros, o que não devemos admitir, já que ela é tão presente aqui”, disse Belusco. Para ele, relembrar a data é uma forma de se fazer justiça. “Esta data deve  ser sempre comemorada em respeito a quem sofreu tantas injustiças”, acrescentou o visitante.
 
Além da exposição, outras atividades estão previstas para comemorar o dia (20) e o Mês da Consciência Negra em Brasília. Segundo a Secretaria de Cultura  do Distrito Federal (DF), haverá palestras, debates, shows e a exibição de filmes, que vão do dia 16 ao dia 20 no Cine Brasília e em algumas cidades do DF como São Sebastião, o Varjão e a Ceilândia.
 
Quem quiser visitar a exposição, poderá se deslocar às estações do metrô da 308 sul, da Praça do Relógio em Taguatinga e da Rodoviária de Brasília. Segundo a secretaria, a exposição estará nas estações até a próxima sexta-feira (18).

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