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A pedido das associações de magistrados, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, entregou a relatoria do mandado de segurança contra as inspeções nas contas de magistrados e servidores de 22 tribunais ao ministro Luiz Fux. O processo era relatado pelo ministro Joaquim Barbosa, que votou a favor da manutenção dos poderes de investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Fux, ao contrário, julgava ser necessário impor condições para que o CNJ abrisse processos contra juízes suspeitos de irregularidades.

O julgamento desse mandado de segurança determinará se a corregedora-nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, poderá analisar as folhas de pagamento dos tribunais e confrontar os dados com as declarações de bens e rendas dos servidores e dos magistrados. Essa inspeção começou por São Paulo e seria feita em outros 21 tribunais do País. Uma liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a investigação que poderia levar a dados sobre enriquecimento ilícito e venda de sentenças judiciais.

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Na ação, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Juízes Federais (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) alegam que o CNJ estaria quebrando sigilo de magistrados e servidores de forma indiscriminada e sem autorização judicial.

No final do ano, Lewandowski suspendeu as apurações e pediu informações à Corregedoria-Nacional de Justiça. Em resposta, a ministra Eliana Calmon sustentou que pode analisar as declarações de bens e renda entregues por magistrados e servidores ao tribunal e negou que as informações repassadas ao CNJ pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentações atípicas de R$ 855 milhões nos tribunais, configura quebra de sigilo.

A decisão de Peluso ainda não foi publicada. Até que o processo seja julgado, as inspeções do CNJ nos tribunais permanecerão suspensas.

Um em cada cinco municípios brasileiros poderá ter dificuldades para fechar suas contas este ano devido aos impactos, sobre as folhas de pagamento do funcionalismo, do reajuste de 14,13% no salário mínimo e do piso nacional dos professores, possivelmente em torno de 22%. O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, estima que os dois aumentos combinados deverão pendurar uma conta extra de quase R$ 8 bilhões em ano de eleições municipais, com possível influência no pleito.

Os maiores problemas, calculou Ziulkoski, deverão ocorrer no Nordeste, Norte, Centro-Oeste e parte de Minas Gerais, em prefeituras de cidades pequenas, onde a maioria dos servidores ganha o mínimo. "O aumento real do salário, desde o início do governo Lula (2003), já impactou as contas dos municípios em R$ 13,651 bilhões", disse ele. "Só no ano passado, foi R$ 1,3 bilhão mais, e em 2010, 1,7 bilhão." A CNM está finalizando os cálculos para determinar com mais precisão o tamanho do rombo.

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Por causa do aumento do salário do ano passado, segundo Ziulkoski, 650 cidades estouraram os limites de gastos com pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ainda não há cálculos exatos para o que acontecerá este ano, depois que o mínimo, a partir de 1.º de janeiro de 2012, subiu de R$ 545 para R$ 622, mas o impacto não deve ser menor. A lei determina que os gastos do Poder Executivo Municipal com funcionalismo não podem ultrapassar 54% do total.

"Em 2011, no Rio Grande do Sul, de 280 mil servidores nas prefeituras, só 0,9% ganhavam salário mínimo. Afeta pouco. Agora, no Nordeste, a questão é muito grave. No Ceará, a média era de 36% dos funcionários ganhando esse valor. No interior, chega a 60%."

Segundo Ziulkoski, há no País 5,380 milhões de servidores municipais. Só o aumento do salário mínimo expandirá a despesa de pessoal das prefeituras brasileiras em aproximadamente R$ 2,8 bilhões anuais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quem tem contas com vencimento para este final de ano é bom se apressar para efetuar o pagamento, pois, as agências bancárias estarão abertas ao público até esta quinta-feira (29), de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Amanhã (30) o expediente bancário será interno para balanço do ano.

Entretanto, quem não conseguir efetuar os pagamentos até hoje (29) nas agências, a alternativa é acessar os caixas eletrônicos, internet, telefone, mobile banking ou casas lotéricas e supermercados. Já as contas que tem vencimento nos dias 31 de dezembro deste ano e 1° de janeiro de 2012 podem ser pagas no dia 2, com exceção dos tributos.

A Febraban alerta a população sobre os gastos excessivos no fim de ano, já que começo do ano também há outras despesas para o brasileiro, que deverá pagar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a taxa de licenciamento do veículo, despesas com o material escolar e matrículas.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, avaliou hoje que os R$ 86,6 bilhões de superávit primário (economia feita pelo governo para o pagamento dos juros da dívida pública) do Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) este ano até outubro equivalem a 94% da meta de R$ 91,8 bilhões para esse ano, praticamente garantindo o seu cumprimento. Já a meta do setor público consolidado - que inclui os desempenhos fiscais de Estados e municípios - é de R$ 127,9 bilhões em 2011 e pode necessitar novamente de um reforço do Tesouro.

"Este ano esperamos que Estados atinjam a meta ou fiquem muito próximos, e se não atingirem vamos completar", disse Augustin, citando que as transferências do Tesouro aos entes federativos cresceram 23,9% até outubro.

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O secretário acrescentou que o superávit primário de dezembro deverá ser alto, de acordo com a programação orçamentária para o ano. "Esperamos que a tendência de solidez fiscal continue em novembro e dezembro", avaliou. Segundo ele, a liberação de R$ 12 bilhões para novos empenhos, realizada na semana passada pelo governo, não deve afetar o resultado primário. "A liberação foi basicamente para despesas obrigatórias, em Saúde, no Bolsa Família e no Programa Brasil Sem Miséria. Não há uma mudança muito significativa em despesas discricionárias e continuamos com tendência de termos despesas contidas em 2011", completou.

Arno Augustin também disse que a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) é fundamental para o País e, por isso, o governo tem trabalhado para a sua viabilização no Congresso Nacional. Segundo ele, porém, o fim do instrumento não prejudicaria o resultado fiscal do governo. "A DRU tem muito mais a ver com qualidade de despesas do que com superávit primário", afirmou.

O superávit primário do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) foi de R$ 11,3 bilhões em outubro, de acordo com dados divulgados hoje pelo Tesouro. O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que previam saldo positivo entre R$ 8,6 bilhões e R$ 17,4 bilhões, mas abaixo da mediana projetada, de R$ 14,1 bilhões.

Em setembro, a economia do governo central havia sido de R$ 5,4 bilhões. A meta de superávit do governo central para o ano é de R$ 91,8 bilhões. O superávit primário é a economia do governo para o pagamento dos juros da dívida pública.

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Em outubro deste ano, o Tesouro registrou superávit de R$ 12,7 bilhões, enquanto a Previdência Social registrou déficit de R$ 1,3 bilhão e o Banco Central também teve saldo negativo, mas de R$ 72 milhões.

No acumulado de 2011 até o mês passado, o superávit primário do governo central soma R$ 86,6 bilhões, equivalente a 2,59% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período de 2010, o saldo positivo era de R$ 63,5 bilhões, ou 2,11% do PIB.

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