Tópicos | Copa do Mundo de 1998

Os organizadores da Copa do Mundo de 1998, na França, manipularam o sorteio das chaves para evitar que o Brasil cruzasse com o time da casa antes da grande final. Quem fez a revelação foi o próprio presidente do comitê organizador do torneio, o ex-dirigente Michel Platini. Em entrevista para uma rádio francesa que vai ao ar no próximo domingo, o francês admitiu que manipulou o processo de escolha das chaves.

"Quando organizamos o calendário, fizemos um pequeno esquema", disse Platini, em entrevista para a rádio France Bleu. "Se terminássemos em primeiro do grupo e se o Brasil terminasse em primeiro, apenas nos encontraríamos na final", disse. "Não tivemos problemas por seis anos para organizar a Copa do Mundo para, depois, organizar uma pequena manobra", comentou.

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Pelas regras da Fifa, Brasil e França estavam entre os oito cabeças de chave no sorteio realizado em 1997. Cada um deles cairia em um grupo, de forma aleatória. Mas, segundo Platini, houve uma manobra para permitir que o Brasil estivesse no Grupo A, na condição de campeão, e a França acabou sendo "sorteada" para o Grupo C. Assim, não haveria risco de um confronto com o time de Ronaldo antes da final.

"Você acha que os outros não fazem o mesmo nas suas Copas? É uma brincadeira?", disse. "Brasil e França na final era o que todos sonhavam", completou, sem explicar como ocorreu a manipulação.

Na época, o sorteio foi realizado pelo então secretário-geral da Fifa, Joseph Blatter. A entidade era comandada pelo brasileiro João Havelange.

O arranjo acabou funcionando para os franceses. Brasil e França acabaram chegando à grande final e o time de Zinedine Zidane aplicou uma severa derrota ao time brasileiro por 3 a 0. Aquele foi o único título mundial da história da França.

Essa não é a primeira vez que a manipulação de sorteios é mencionada. Blatter, em uma recente entrevista, também insistiu que sabia de ocasiões em que "bolas frias" eram colocadas para permitir que a pessoa que as retirasse pudesse identificar quem deveria selecionar. Ele, porém, insistiu que isso "jamais ocorreu" sob seu comando na Fifa.

A Copa do Mundo de 1998 marcou um dos grandes traumas da história da seleção brasileira, mas para os franceses representou o primeiro título da competição, em casa, e a consagração de uma equipe extremamente talentosa. Nesta quinta-feira (25), aquela geração chegou ao fim oficialmente. Último dos 22 atletas campeões mundiais há 18 anos que ainda estava em atividade, Robert Pires anunciou sua aposentadoria dos gramados.

Pires está com 42 anos e não atuava desde 2015, quando teve uma passagem pelo futebol indiano, no FC Goa, comandado por Zico. Apesar do tempo parado, somente nesta quinta o habilidoso meia confirmou a aposentadoria.

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"Estou com 42 anos. Nós precisamos dar um basta e, sobretudo, abrir espaço para a juventude. Minha última experiência foi na Índia", disse em entrevista reproduzida pelo site da Fifa. Pires ainda informou que fixará residência em Londres, onde viveu sua fase mais brilhante com a camisa do Arsenal.

Revelado pelo Metz, Pires foi um dos reservas da França na conquista da Copa de 1998. Negociado com o Olympique de Marselha após a conquista, foi envolvido em nova transação após outro título da seleção, a Eurocopa de 2000. No Arsenal, viveu seus melhores dias e se firmou como um dos melhores meias do mundo. Já veterano, passou por Villarreal e Aston Villa. Depois de quase três anos parado, voltou a atuar na Índia, e agora decidiu abandonar o esporte definitivamente.

Pires não era o mais novo do elenco francês em 1998, mas acaba sendo o último a abandonar o futebol. Nomes como Laurent Blanc, Didier Deschamps e Zinedine Zidane já deixaram a carreira de jogar há um bom tempo e hoje são treinadores. Outros, como Thierry Henry e Trezeguet, caçulas daquela equipe, pararam nos últimos anos.

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